pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: janeiro 2020
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domingo, 12 de janeiro de 2020

Michel Zaidan Filho: Entre a utopia e a resignação






                                     O   volumoso e bem documentado livro de Rolf Wiggershaus sobre a "Escola de Frankfurt", enriquecido pelo acesso do autor à documentação pessoal dos principais membros dessa escola, põe em evidencia dois aspectos fundamentais da crítica cultural ao capitalismo tardio, feita pelos filósofos frankfurtianos: de um lado a impotência do pensamento sociológico e político diante da sociedade atual: do outro, a necessidade de pensar ou teorizar o "inteiramente o outro", o não-idêntico, o particular.

                                   O biógrafo mais recente desse movimento filosófico parece estabelecer uma certa divisão de trabalho entre especializações como: o filósofo, o administrador, o humanista e o revolucionário. Cada um dos nomes mais relevantes do núcleo duro da "Escola", como Marcuse, Adorno, Horkheimer e Fromm encarnaria um tipo específico dentro do movimento. O primeiro seria o revolucionário: o segundo o filósofo cultural e crítico: o terceiro, o eficiente e autoritário administrador. E o último, o humanista. Neste rico arco de especializações, relevam os dois aspectos supracitados: a recusa a reconhecer uma teoria adequada para o capitalismo tardio (Adorno): e a preservação    do impulso utópico, crítico e transformador   da   teoria crítica. (Marcuse).

                                    A menção desses dois polos da reflexão frankfurtiana tem, neste momento, a ver com o debate que então se impôs na universidade sobre o papel da ciência e da filosofia   em   torno da chamada em torno da "crise do mundo do trabalho". Aí, as posições se   diferenciam entre a mera descrição ou constatação, a título de uma fenomenologia do emprego ou subemprego ou desemprego estrutural (Ricardo Antunes) ou prescrevem um novo movimento social emancipatório ou contra hegemônico (Diego Nieto, Fernanda Lira), com a refuncionalização do movimento sindical, na sua tentativa de aproximação com as lutas pelo reconhecimento. A nova morfologia da força de trabalho, na era digital, que inclui tanto o trabalho "on demand" como os "crowdworker", ou seja os trabalhadores de aplicativos ou plataformas digitais ( os uberizados, os entregadores de comida a domicilio, os dos Call Center) constituiriam uma nova modalidade de "servidão" ou "escravatura" voluntária, à margem de regulamentação, direitos e proteção social, tornando-se um novo exército de operários informais que contribuíram muito para o nível de exploração selvagem da mão-de-obra nas grandes cidades do país. Em muitos casos, reforçados pela ideologia do "empreendedorismo" e a religião. A questão que se coloca é, então, o que fazer com essa massa heteróclita de trabalhadores? Seriam eles a base de um novo movimento de emancipação social, sobretudo em países periféricos, como pensam alguns? Ou esse quadro tornaria mais difícil o esforço da organização e politização desse tipo de obreiro, nas novas condições de fragmentação do exercício do trabalho e da própria identidade comum desses trabalhadores?

                                   Ante a impotência de uma nova teorização social   que dê conta dessa complexa morfologia e de suas virtualidades revolucionárias, para além da mera constatação ou descrição, o que resta ao filósofo ou pensador diante dessa triste realidade? -  A mera   aceitação do "fim do emprego" e a conformação a esse novo "paradigma" ou a busca de um novo projeto de luta social e de sociedade   que seja capaz de alargar o conceito de "sujeitos da transformação", para além da antiga classe operária fordista e as lutas redistributivas do velho movimento sindical? É aqui onde se dividem os analistas. Há os que, como Ricardo Antunes, são totalmente contrários a pensar a aproximação dos trabalhadores com os movimentos sociais identitários e o chamado "sindicalismo cidadão". Segundo ele, aproximação que desviaria o foco da luta de classes para outras questões não-revolucionárias e estranhas aos interesses dos trabalhadores. Acha Antunes que a morfologia do proletariado, na época digital, levaria a um nova tipologia de organização, tendo como base a enorme diversidade dos trabalhadores de aplicativos e plataformas digitais. Já outros acreditam na possibilidade de um diálogo com os novos movimentos identitários, para formar uma nova frente de lutas sociais anticapitalista. O fato é que estamos carentes de uma nova teoria que  a faça com que a nossa sociedade  tome consciência de si.

Michel Zaidan Filho é filósofo, historiador, cientista político, professor titular da Universidade Federal de Pernambuco e coordenador do Núcleo de Estudos Eleitorais, Partidários e da Democracia - NEEPD-UFPE






"A ilusão da esquerda na política do nada"


 

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Todos nós sabemos que a expressão direita x esquerda, apareceu no parlamento francês, para determinar os parlamentares, que sentavam a direita, defendiam as teses e interesses do governo. Enquanto os parlamentares que sentavam a esquerda, eram.de oposição. Logo defendiam as teses contrária ao governo. Só que direita X esquerda ganhou o mundo, e os direitistas, passaram a se conhecidos, como capitalistas, burgueses, e seus " admiradores ", enquanto os esquerdistas eram conhecidos como comunistas revolucionários e representantes da classe operária.
Após a revolução Russa de 1917, está expressão, direita x esquerda, ficou bem mas nítida ou seja, a esquerda era socialista e a direita capitalista. A direita lutava para expandir e dominar o mundo pelo capitalismo, para tal fazia do Estado, uma espécie de escritório, onde os negócios lucrativos eram sua prioridade única. Ja os socialistas pensavam em revolucionar o Estado burguês, através de uma revolução violenta,. Onde quando os socialistas chegando ao poder trasnformaria o Estado em estado socialista, não mas pertencesse a uma classe e sim a todas as classes. Estas teses tovoluvuonariam foram " bebidas " por Lenin Trotsky Stalin e todos os Bolcheviques das teorias de Marx e Engels no século 19. Para expandir suas teses revolucionárias pelo mundo, os Bolcheviques, criaram em 1919, a Internacional Comunista ou III Internacional(IC),com sede em Moscou, onde fundaram e incentivaram a fundação de partidos comunistas pelo mundo todo, inclusive o brasileiro , o PCB, que fundado em 1922 só foi aceito seu registro como partido comunista em 1924. Um dos objetivos da IC. Era preparar as revoluções pelo mundo afora, onde não deu certo em lugar. Nenhum.
No caso Brasileiro até 1929.os comunistas Agiam com uma certa liberdade visto que os russos não tinham interesses pelo Brasil. E foi assim que o primeiro grupo dirigente do PCB, principalmente Astrogildo Pereira, Cristiano Cordeiro e Octávio Brandão. Foi de Brandão a primeira análise marxista da revolução brasileira, entendia o velho comunista, que o grande embate da República velha de 1889 a 1930, seria entre os agrários, apoiados pelos ingleses e os indústrias apoiados pelos Estados Unidos. Entendia Brandão que a classe operária e seu partido, PCB, deveriam fazer uma aliança tática com as forças vivas da época, no caso, o tenentismo em particular a Coluna Prestes que se encontravam exilados na Bolívia, após a façanha da coluna Prestes, que percorreu 25 mil Km do território brasileiro, tentando também , levantar o povo contra os absurdos do Governo do presidente Artur Bernardes. Fato este que não veio acontecer. Como também.a parte de 1929, os Russos passaram a ter interesses pelo Brasil. E intervém no PCB retirando todo o seu grupo dirigente, Alegando que as teses defendidas pelos comunistas brasileiros eram pequeno burguesas e a partir de 1930, as teses defendidas pelos brasileiros passam a serem importadas acriticamente de Moscou. Como os dirigentes da Internacional Comunista, não conheciam a realidade Brasileira, foram um fracasso atrás do outro, vejamos, 1935, 1950, quando o Partido chama voto em.branco. 1961 e 1964. Não se tira aqui o brilho e a valentia dos comunistas brasileiros, devem serem lembrados como pessoais de grande valor, que tentaram e lutaram para construir um País mais justo. Só que a política importada pela IC , estava errada, eles liam a realidade Europeia não conheciam a brasileira. Lá tinham uma classe operária forte, as fábricas eram enormes os sindicatos já funcionavam a todo vapor, o capitalismo da indústria pesada já estava consolidado, enquanto no Brasil.o capitalismo , era ainda incipiente e no meu modo de entender a esquerda revolucionária anacronicamente vindo de Moscou. É derrotado em 1973 com o golpe de Estado no Chile.
Mas uma vez no Brasil tentando juntar os cacos deixados pelos comunistas, é fundado o Partido dos Trabalhadores PT, com uma proposta de Esquerda democrática. Embalados pelos sindicatos do ABC paulista e setores do empresariado e classe média. O Partido pensa em chegar ao poder pelo voto, como ainda tinha o ranço do discurso radical.nas primeiras eleições após o golpe militar de 1964 a 1985 O PT e sua Estrela maior o ex sindicalista, Luís Inácio Lula da Silva, que conseguia aglutinar em torno de si, todas as tendências partidárias, não tem êxito Para a disputa para a presidência da República. Vindo a conseguir tal façanha, na eleição de 2002. No nosso modo de entender o PT, comete dois erros primários em política. Vejamos, no primeiro momento ao chegar ao poder dar as costas ao povo e a sua militância jovem. A segunda o Partido dos Trabalhadores faz. Alianças com os inimigos da democracia, visto que os mesmos são parlamentares fisiológicos . Esqueceram o que Maquiavel escreveu. vejamos, " o ideal é chegar ao poder com forças próprias. Se não as tem, cheguem ao poder com as forças auxiliares, mas ao chegar ao poder elimine as forças auxiliares, caso não o faça, vai se tornar refém das forças auxiliares " e foi o que aconteceu, o PT foi derrotado por falta de visão política e pelos seus próprios erros.contribuindo para levar o país a um mundo das " trevas" , que não sabemos quando voltará a enxergamos a Luz.
De nossa parte entendo que falar de Esquerda no Brasil é mesmo que dar remédio a morto, como já se falou no passado, e porque? Hoje temos um capitalismo financeiro e de mercado totalmente modificado do Século XIX. Uma Democracia representativa, que só representa os interesses do grande capital e um Estado neo liberal fascista fundamentalista,Diante de uma esquerda que não consegue mas dar respostas a sociedade para resolver os seus problemas de sobrevivência básico como, salário, moradia, saúde e educação. E A mesma não mas acredita nesta esquerda que não tem programa. tática, e ficam repetindo teses vencidas como o messianismo, esperando que Lula saia de masmorra da PF de Curitiba e liberte seu povo para a terra prometida. Ou a " esquerda brasileira" admite que perdeu e diante de tal constatação, criar uma nova esquerda ou a tendência maior e está esquerda brasileira ser varrida do cenário político brasileiro.

Carlos Gouveia de Omena e graduado em filosofia pela Universidade Federal de Alagoas e mestre em Ciência Política pela UFPE.

Charge! Mor via Folha de São Paulo

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