pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: 2022
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sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

Charge! Cláudio via Folha de São Paulo

 


Editorial: Esquadrinhando o ministério do futuro governo Lula.


O próprio Lula declarou recentemente que a formação do ministério tem sido uma tarefa mais complexa e trabalhosa do que a campanha eleitoral. Deve ter lá suas razões para fazer tais afirmações. Não é facil acomodar tantos interesses pessoais e de grupo em jogo; administrar egos inflados; proceder os ajustes na máquina para atender às demandas dos aliados novos e antigos. E ainda existe a composição de gênero e cor que, se não contemplada, pode produzir inúmeros ruídos, como o da precipitação de uma conhecida jornalista - quando ele ainda havia anunciado apenas seis nomes - de que haviam apenas homens na formação do ministério. 

Mesmo criando uma penca de ministérios, e deixando apenas os partidos oposicionistas mais radicais de fora - caso do PL e PP - não  pode-se dizer que a obra de engenharia política montada agradou a todo mundo. Ainda no dia de ontem, durante as negociações com o União Brasil, isso ficou evidente, quando a indicação de um parlamentar baiano da legenda foi vetada pelo PT daquele Estado. Entre os formadores de opinião a conclusao é a de que o núcleo duro do ministério é essencialmente petista, o que significa dizer que a tal frente ampla não passou de retórica de campanha.  

De fato, sim. O núcleo duro de poder está nas mãos do partido  ou de atores políticos da estrita confiança do morubixaba petista, como os ministérios da Casa Civil, Desenvolvimento Social, Relações Institucionais, Justiça, Fazenda e a liderança de partido no Senado Federal, uma missão que o baiano Jaques Wagner qualificou como uma das tarefas mais estratégicas da futura gestão. Por outro lado, para não dizer que há apenas críticas à formação do ministério por parte dos formadores de opinião, alguns nomes foram bastante festejados, como o do professor e pesquisador Sílvio Almeida, para a pasta dos Direitos Humanos; Camilo Santana para o Ministério da Educação - que levou com ele, na condição de secretária-executiva da pasta, Izolda Cela -; Anielle Franco, ativista e irmão da Marielle Franco, para a pasta da Igualdade Racial; A indígena Sônia Guajajara para Povos Indígenas; Nísia Trindade para a pasta da Saúde, com a difícil missão reerguer o SUS, bastante atingido pelo último governo. São nomes que, se colocarem o currículo em prática, podem produzir bons resultados de gestão para a administração pública do país. Estamos bastante otimista.     

quinta-feira, 29 de dezembro de 2022

Drops politico para reflexão: Montagem do ministério não agradou ao União Brasil e eles não integrarão base de apoio de Lula.

 


Parafrasenado o grande Machado de Assis - numa referência às ideias fixas, num dos seus romances - Deus te livre da montagem de um ministério, meu caro leitor. Quantos arranjos politicos e ajustes técnicos precisam ser feitos para conciliar interesses tão díspares. Parecia que as coisas andavam muito bem entre o presidente Lula e as lideranças do União Brasil, há um passo de fechar um acordo para integrar a base aliada. Agora, vem a notícia de que os nomes apresentados pela legenda foram recusados - há, inclusive, o veto do PT a um deputado baiano - e os nomes indicados não contam com o apoio da cúpula do partido, que já declarou que permancerá independente, votando com o governo apenas em pautas do interesse do pais, o que, como se sabe, não quer dizer muito coisa, dada a ausência de espírito público dos nossos representantes. 

Drops político para reflexão: Com o União Brasil na base de apoio do governo Lula, qual o destino do senador Sérgio Moro?

 


Embora não se conheça os nomes que deverão integrar o fururo Governo Lula - na condição de indicados pelo União Brasil - já se sabe que a cota seria de três ministério e, possivelmente, outros mimos na burocracia da máquina estatal. Uma coisa é certa: faltaria apenas ajustar os ponteiros, pois a composição já está ajustada entre Lula e os caciques da legenda, entre os quais o jovem babalorixá ACM Neto. Em tais circunstâncias, a grande questão que se coloca é: Qual seria o destino do ex-juiz da Lava-Jato, Sérgio Moro, eleito senador pelo Estado do Paraná? O PL, que seria uma opção mais plausível, até recentemente, entrou com uma ação que pedia a cassação do seu mandato. É complicado. 

Drops político para reflexão: Deve sair hoje uma nova leva de ministros do futuro governo.

 


Está sendo aguardado para logo mais o anúncio de uma nova leva de ministros que deverão compor o futuro Governo Lula, como resultado de intensas negociações com sua base aliada. Para evitar as famosas "barrigas" preferimos não declinar os nomes de partidos como o PSD e o Uniao Brasil. Sobre o MDB, o martelo já foi batido e o prego encontra-se de ponta virada. Além da confusa engenhiaria institucional montada para acomodar a ex-senadora Simone Tebet no Ministério do Planejamento, Renan Filho, ex-governador de Alagoas, deve assumir o Ministério dos Transportes, enquanto Jáder Barbalho Filho deve ir para o Ministério das Cidades. Com isso, em tese, Lula salda sua dívida com a banda das oligarquias familiares regionais da legenda emedebista. Nos escaninhos da políticoa, comenta-se que o PV anda se queixando bastante por falta de espaço no futuro governo. 

Editorial: Polícia Federal e Polícia Civil do Distrito Federal cumprem 32 mandados de busca e apreensão contra os arruaceiros de Brasília.



Torna-se absolutamente necessário que as autoridades públicas deste país tomem providências - rigorosamente amparados na lei - para coibir atos como aqueles que ocorreram em Brasília, recentemente, quando apoiadores do ex-presidente - vamos tratá-lo assim por aqui, uma vez que ele já foi embora para os Estados Unidos - promoveram uma espécie de badernaço, que incluiu tentativa de invasão e depredação de logradouros públicos, além de incêndios de carros particulares e de transporte público. Na sequência, ocorreram fatos até mais graves, como uma tentativa frustrada de ato terrorista que, se materializado, provocaria uma tragédia de dimensões gigantestas, segundo uma autoridade policial que investigou o caso. 

Ações dessa natureza, além de tomar medidas efetivas contra os malfeitores, cumprem, igualmente, um efeito pedagógico, mostrando que autoridades estão atentas contra os atos de  transgressão da lei e da ordem pública. O cidadão preso em Brasília, como suspeito de atos terroristas, não escondeu, em nenhum momento, suas ligações com os acampados junto ao QG do Exército. Segundo comenta-se nos bastidores, ele já teria dado declarações se sentindo "abandonado", o que não seria uma surpresa. Haveria eventuais cúmplices, mas estes estão foragidos.

Num lampejo de lucidez - sim, isso é possível mesmo entre os bolsonaristas mais radicais - grupos acampados em Brasília estariam batendo em retirada para os seus locais de origem, cientes de que essas manifestações parecem ter chegado ao limite do insuportável. Até mesmo para eles. Dentro do escopo de uma democracia representativa, as regras são claras e o resultado do jogo eleitoral já está definido e homologado. Agora é lavar o Palácio do Planalto com sal grosso para receber os novos inquilinos; aguardar as baianas do Senhor do Bonfim para seu banho de rosas e cantos específicos para afastar os espíritos do mal. O momento é de desejar boa sorte ao futuro presidente Lula.         

Charge! Laerte via Folha de São Paulo

 


quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

Drops político para reflexão: Ministro Alexandre de Moraes proíbe o porte de armas no Distrito Federal por quatro dias.

 


Atendendo a um pleito da equipe de transição do futuro governo, o ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou que ficasse proibido o porte de arma no Distrito Federal pelos próximos quatro dias, a começar de hoje. Diante dos fatos ocorridos, medidas assim são muito bem-vindas, em razão do clima de radicalismo político que ainda persiste no país, inclusive com tentativa de atentados terrorista, felizmente, naõ materializados. A medida ajuda no sentido de garantir a segurança de Lula e dos milhares de apoiadores que estão na capital federal aguardando o momento da posse.  

Editorial: Os "ajustes" políticos para "acomodar" Simone Tebet no futuro governo Lula.



Vamos jogar com a franqueza necessária. Não enchergamos com muito otimismo a presença da ex-senadora Simone Tebet no futuro Governo Lula. Lula procedeu uma série de ajustes no Ministério do Planejamento, consoante o objetivo, possivelmente, de atender algumas exigências da emedebista, que tinha preferência por um ministério de ponta, onde a população pudesse "sentir" resultados tangíveis das políticas públicas e ela credenciar-se para os seus projetos políticos. Não há nenhum problema com os projetos políticos da ex-senadora, pois ela está no campo e as ambições maiores são perfeitamente compreensíveis. 

O problema talvez esteja no fato de que ela não está sozinha, tampouco conta com a simpatia como candidata do grupo hegemônico gravita em torno da figura de Lula e que chegou ao poder mais uma vez. Pelo andar da carruagem política, tudo indica que o nome que está sendo preparado para as eleições presidenciais de 2026 no núcleo duro petista é o do professor Fernando Haddad, futuro Ministro da Fazenda. Lula abriu vários links de interlocuções do Ministério do Planejamento com outros ministérios e órgãos do governo para permitir que a ex-senadora possa ter uma pepel mais efetivo na gestão.

No frigir dos ovos, colocá-la no Ministério do Planejamento não foi uma saída das melhores, sobretudo em razão das interlocuções necessárias e que precisam serem estabelecidas com o ministro Fernando Haddad. A ex-senadora é uma pessoa íntegra, correta, competente, bem-intencionada, mas não conseguirá aparar as arestas com setores do PT e do seu próprio partido, o MDB. É bom que ela vá vendo as alternativas que se apresentam para 2026, pois já demonstrou que possui um grande potencial competitivo, que deverá ser canalizado para uma raia bem específica.  

Drops politico para reflexão: As forças policiais mais confiáveis para a segurança de Lula neste momento.


Há quatro dias da posse, esta tem sido uma das maiores preocupações da equipe do futuro presidente, principalmente depois dos últimos episódios ocorridos na capital federal, com a instalação de artefatos explosivos que poderiam provocar uma tragédia de dimensões gigantescas. As decisões tomadas recentemente pela equipe do petista - de convocar as Forças Nacionais e colocar a Polícia Federal na sua segurança pessoal - indicam que eles estão tentando guardar a devida distância das forças policiais demasiadamente contaminadas pelo bolsonarismo. 

Editorial: A urucubaca anda solta em Brasília, há quatro dias da posse.


Hoje, pela manhã, funcionários do Palácio do Planalto estão fazendo uma grande limpeza no entorno do prédio, segundo dizem, utilizando sal grosso, para afastar as urucubacas. Na história recente da República, está será a posse mais confusa que já presenciamos. Há quatro dias, não se sabe ainda quem irá passar a faixa presidencial para o próximo presidente, Luiz Inácio Lula da Silva. A segurança presidencial, que sempre contava com membros do Exército, através do GSI, desta vez ficará sob a coordenação da Polícia Federal, o que gerou alguns ruídos na corporação militar. Ao Exército competeria fazer a segurança do entorno do evento.  

Na verdade, o que está em jogo é que a capital federal precisará passar por uma grande verredura. Há indícios fortes de que o campo está todo minado. A equipe da estrita confiança de Lula terá um grande trabalho pela frente até colocar a casa em ordem novamente. Estamos diante daquele tipo de inquilino que entope as tubulações de sujeiras antes de desocupar o imóvel. Até este momento, não há informações confirmando, mas seria bastante provável que Lula venha a utilizar carro blindado, aliado há outras medidas para evitar exposições desnecessárias. 

Em meio e este turbilhão, a notícia boa é que os bolsonaristas estariam começando um processo espontâneo de retirada do Quartel-General da capital federal. Os chargistas, sempre com um homor apurado, traduzem bem essas situações. Sobre essas movimentações bolsonaristas - que quase chegaram a atingir atos extremos - um grupo deles se reúnem para decidir para onde ir agora, recorrendo às bravatas conhecidas. Lá no fundo, alguém se levanta e faz a seguinte indagação: Que tal a gente ir para casa? Demorou! Seria o mais sensato mesmo passar a festa de revéillon com a família. Talvez eles estejam chegando, finalmente, a esta conclusão.    

terça-feira, 27 de dezembro de 2022

Editorial: Simone Tebet aceita o Ministério do Planejamento.

 


Depois de muitas idas e vindas, finalmente, o presidente Lula e a ex-senadora Simone Tebet chegaram a um acordo sobre a sua participação no futuro governo. Simone Tebet assumirá o Ministério do Planejamento, embora desfalcado dos bancos estatais, o que não deixa de ser um problema. Isso signigifca dizer que, no organograma traçado pelo novo governo, os bancos estatais deverão ficar subordinados a outro ministério. Não sei se seria melhor opção para Tebet, que alimenta projetos presedenciasi de para as eleições de 2026. 

Ela desejava um minitério de ponta, com ações efetivas junto à população. Um ministério de "visibilidade' e não um ministério "burocrático".De alguma forma, o partido da senadora, o MDB, poderia ficar satisfeito com a indicação, pois ainda não havia sido contemporizado no governo, mas o  jogo é bastante intrincado. A ex-senadora tem várias arestas no conjunto da federação emedebista. As velhas oligarquias regionais da legenda nunca engoliram a senadora. 

Há outros nomes da legenda na lista de espera e, agora, o xadrez torna-se ainda mais complexo. Desde o início da última campanha presidencial essas oligarquias regionais - principalmente aqui do Nordeste - sempre emprestaram apoio ao projeto presidencial do petista. Embora o Planejamento seja um ministério do agrado desse grupo, a pessoa escolhida não tem afinidade com este grupo. Com uma base de sustentação política fragilizada, Lula não pode negligenciar esse apoio. De alguma forma, eles cavarão o seu naco nessa divisão de espaço.  

Editorial: Recomenda-se prudência durante a cerimônia de posse de Lula



A polícia agir diante de denúncias da população não se constitui em nenhum problema. Muitas tragédias são evitadas, assim como crimes são resolvidos através desse expediente. No caso do atentado terrorista de Brasília - que não chegou a ser concretizado, felizmente - o que se comenta é que a polícia agiu a partir de uma denúncia de um caminhoneiro, que estranhou as movimentações no local onde o artefato havia sido instalado. Se fizermos uma avaliação mais completa, no entanto, há vários indícios de falhas de segurança na capital federal, inclusive amparados em casos recentes, como o episódio da tentativa de invação da sede da PF, seguida de badernas, depredações e incêndios de carros particulares e transporte coletivo. 

Ainda hoje as autoridades de segurança do distrito federal tenta um explicação plausível para aquelas ocorrências. Um dos bolsonaristas radicais presos afirma que não agiu sozinho - o que seria óbvio - percorreu vários quilometros até Brasilia, transportando um arsenal no carro e nunca foi incomodado. Outra questão crucial é o acesso a tais explosivos, de uso privativo, sob rígido controle. Diante de tais circunstâncias, melhor seria se a asesssoria de Lula seguisse as orientações da Polícia Federal, que recomenda a utilização de carro blindado no trajeto, além de evitar exposições desnecessárias em púlpito. 

Nos Estados Unidos,na década de 60 do século passado, um único homem, instalado num prédio de uma livraria abandonada, conseguiu vencer o maior esquema de segurança do mundo e assassinar o presidente John Kennedy. Fica a lição hostórica, como referência para as cautelas de hoje. No dia de ontem, a polícia encontrou mais artefatos explosivos espalhados pelos arredores de Brasília. O momento político é bastante complicado. O campo está minado e somente depois de uma longa "varredura" é que possamos respirar com um mínimo de tranqueilidade e segurança. E você, Lula, sabe que será um ator estratégico neste processo. O povo brasileiro precisa de você com saúde e disposição para as mudanças.   

Charge! Benett via Folha de São Paulo

 


segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

Editorial: Muito grave o que se passa na Capital Federal.


A Polícia do Distrito Federal encontrou um outro artefato explosivo nos arredores da capital federal. Nada ainda confirmado, mas existe a possibilidade de tratar-se de uma outra bomba. Investiga-se a eventualidade de tal artefato está relacionado a um outro, encontrado recentemente, próximo ao Aeroporto de Brasília. Essa hipótese tem sido bastante aventada. É o que se chama, na gíria policial, de "barulho de cachorro". O fato concreto é que a situação tornou-se bastante complicada - e muito insegura - há poucos dias da posse de Lula.  

Um dos suspeitos de ter instalado o artefato anterior, ouvido pelo Polícia Civil, dissecou sobre os planos que estavam em curso, que incluíriam a provocação de um grande apagão na capital federal, seguido de atentados que interditariam as alas de embarque e desembarque do Aeroporto de Brasília, promovendo o caos, suscitando a decretação de um estado de sítio e, consequentemente, a impossibilidade da posse de Luiz Inácio Lula da Silva. Aliás, toda essa mobilização - agora de caráter terrorista - teria como finalidade última impedir ou criar embaraços a posse de Lula. 

Não se trata de obra de um louco solitário, ensandecido, radical, mas algo muito bem urdido, que contou, possivelmente, com apoios efetivos e uma logística de ponta. O maior trabalho da polícia agora é estabelecer essas conexões, e o da justiça, aplicar os rigores da lei, pois essas mobilizações golpistas já estão atingindo limites bastante perigosos. Uma internauta observou numa de nossas postagens - não sem alguma razão - que essa gente já está se parecendo com aqueles radicais terroristas religiosos.  

Drops político para reflexão: Qual o lugar de Paulo Câmara no futuro Governo Lula?



A partir de primeiro de Janeiro de 2023 o senhor Paulo Câmara deixará de ser governador de Pernambuco. A questão que se coloca é:Qual será o seu destino depois de desocupar as gavetas no Palácio do Campo das Princesas? Especulou-se que ele poderia vir a ocupar um ministério - anda faltam 16 nomeações - mas um cargo no segundo escalão passou a ser cogitado. Se dependesse apenas do apreço que o morubixaba petista tem por ele, certamente ele ficaria no primeio escalão. Mas esses arranjos sao complicados. Já existem três ministétios controlados pelos socialistas. Indústria e Comércio, Portos e Aeroportos e Justiça e Segurança Pública. Lula e Paulo Câmara já teriam conversado sobre o assunto. SUDENE? Codesvasf? Banco do Nordeste? vamos aguardar a batida do martelo.  

Drops político para reflexão: O problema dos DAS's no Governo Federal.



Há alguns anos atrás, no curso das reformas administrativas, chegou-se a conclusão de que a máquina federal possuía um número demasiadamente grande dos chamados cargos de confiança  ou Direção de Assessoramento Superior. Existe hoje no Brasil algo em torno de 21 mil desses cargos, indicados consoante critérios, políticos, embora exista uma cota de 60% para cargos efetivos, servidores que entraram no serviço público através do concurso. Agora, com a ampliação dos ministérios, a possibilidade concreta é a de que esses cargos sejam ampliados e não diminuídos, como o bom-senso e as finanças públicas recomendariam. Eles representam um alto custo para a manutenção da burocracia estatal. 

Editorial: Uma agenda nefasta de final de governo



Quem foi que disse que o que está ruim não pode piorar? Pois é exatamente isso o que está ocorrendo no país, a julgar pelos últimos acontecimentos e decretos de final de governo. Com as últimas gotas de tinta da caneta Bic foram assinados o indulto de Natal para policiais envolvidos no Massacre do Carandiru e a liberação para a exploração de madeiras em terras indígenas, um avanço da motosserra sobre as leis de proteção ambiental. Para completar o enredo, um bolsonarista radical, já identificado, é tido como suspeito de ter  paticipado da instalação de artefato explosivo em Brasilia, que, se detonado, poderia provocar uma tregédia de proporções gigantescas na capital federal. 

Diane desses fatos novos, se já havia uma grande preocupação com a segurança de Lula durante a cerimônia de posse, os cuidados deverão ser redobrados, pois, em depoimento a Polícia Civil, o cidadão confessou que o objetivo seria o de instaurar o caos na capital federal com a instalação de outros artefatos. Segundo um bem-conceituado e bem-informado jornalista, tais detonações poderiam, igualmente, se configurar como a senha de um eventual golpe, a patir do decreto de uma situação emergencial. Nas atuais circunstâncias, é tudo o que os radicais desejariam.

A despeito de todos os reveses institucionais - além da condição de já se configurar como um ato ridículo e execrável - ainda existem concentrações em portas de quartéis praticamente em todo o país. Essas pessoas já foram denominadas de vivandeiras do caos ou vivandeiras de golpe de estado, o que se constitui numa atitude reprovável e ilícita no escopo constitucional de uma democracia representativa, que já concluiu o processo eleitoral e diplomou o futuro presidente do país. Salvo melhor juízo, os próprios militares já estariam tomando iniciativa no sentido de promover essas desocupações. Ninguém aguenta mais isso.  

domingo, 25 de dezembro de 2022

Editorial: Polícia desativa artefato explosivo próximo ao Aeroporto de Brasília



Não costumamos alimentar essas teorias conspiratórias, mas há um jornalista muitíssimo bem-informado que continua postando matérias realtivas a uma eventual tentativa de golpe de Estado no país. Já antecipo que a preocupação desse jornalista é com a saúde de nossas instituições democráticas. Um caro do bem. Haveria uma grande mobilização em Brasília, com badernas promovidas por golpistas, com a complacência de setores do aparato de segurança, o que suscitaria a decretação de um desses atos excepcionais. Seria a senha para um golpe de Estado. Isso é tão grotesco e, ao mesmo tempo abominável, que, por segurança de nossa saúde mental, preferimos não dar credibilidade. Teorias conspiratórias à parte, o fato concreto é que a polícia acaba de desativar um artefato explosivo, acionável por controle, nas proximidades do Aeroporto de Brasília. O artefato estava próximo a um caminhão com um tanque de combustível e, se acionado, poderia provocar uma tragédia de dimensões gigantescas, jamais vista na capital federal.

A Polícia Civil do Distrito Federal - corporação policial mais confiável, depois dos últimos episódios ocorridos na capital federal - anunciou que prendeu um suspeito, bolsonarista raiz, de posse de um grande arsenal, com propósito declarado de promover o caos. No dia de ontem, tomamos conhecimento de que os militares estariam promovendo uma ação no sentido de retirar esses fanáticos golpistas da frente dos quartéis, possivelmente já como reflexo de alguma medida oriunda das diretrizes do próximo governo. Por outro lado, eles não desistem do intento de criar embaraços para a posse do novo presidente eleito e proclamado.

Se já havia toda uma preocupação com a segurança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, diante desses novos fatos, tais cuidados devem ser redobrados. O campo é bastante minado, pois o bolsonarismo mais fanático encontra um terreno fértil junto ao aparelho de segurança e repressão do Estado. Com ações enérgicas e medidas eficazes essa situação poderá vir a ser revertida, em favor de padrões de relações de caráter republicano,  mas, no momento, há um quadro de bastante vulnerabilidade na segurança, há poucos dias da posse do novo presidente. O futuro ministro da Justiça, Flávio Dino, está acompanhando tudo de perto.  

sábado, 24 de dezembro de 2022

Charge! Jean Galvão via Folha de São Paulo

 


Drops político para reflexão: Marília Arraes para a Previdência?


Essa composição do ministério de Lula trouxe ótimas surpresas, como as indicações de Camilo Santana para o MEC, de Nísia Trindade para a Saúde, do professor Sílvio Almeida para os Direitos Humanos. Verdadeiros golaços marcados pelo futuro presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Por outro lado, há alguns arranjos difíceis de entender, como a acomdoação do ex-governador Márcio França no Minitério dos Portos e Aeroportos, setores onde o governo anterior mais avançou no processo de privatizações. Antes, cogitou-se que o Ministério do Turismo poderia ficar com o Solidariedade. Agora, a informação é que restará ao partido o Ministério da Previdência, podendo ser indicada a pernambucana Marília Arraes ou o presidente da legenda, Paulinho da Força. Sinceramente? Tal ministério ficaria melhor com o PDT.  

Drops político para reflexão: Finalmente, Marina Silva será indicada para o Ministério do Meio Ambiente


Depois de muitas chafurdações em torno do assunto, finalmente, Marina Silva será confirmada como a futura Ministra do Meio Ambiente do Governo Lula. Pareceia ser consensula a solução, mas havia muitos interesses a acomodar na composição do ministério, o que não se constitui numa tarefa simples. O nome da ex-senadora Simone Tebet chegou a ser cogitado para o cargo, mas sofreu forte resistência dos setores mais autênticos dentro da aliança que está chegando ao poder. O perfil de Tebet, consoante esses setores, não se coaduna muito bem com o cargo. Um dos sintomas evidentes é que o mercado ja estava festejando sua nomeação para o cargo. Esse negócio de "Autoridade Climática", matreiramente, também não convenceu Marina Silva. Enfim, o meio ambiente está em boas mãos. 

Editorial: A trincheira paulista do bolsonarismo



Não nos recordamos em que circunstâncias, mas, ali pelo finalzinho da campanha do segundo turno, o futuro governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, do Republicanos, andou declarando que não seria um bolsonarista raiz. Ao longo da campanha, a relação entre ele e o presidente Bolsonaro teve altos e baixos. Mas, como São Paulo é um colégio eleitoral dos mais estratégicos do país, em nome do pragmatismo político, eles acabariam se entendendo. 

Ao final do primeiro turno, Tarcísio obteve, de imediato, o apoio "incondicional" dos tucanos e, posteriormente, de Gilberto Kassab, do PSD, que está se tornando um dos nomes mais importantes na montagem de sua equipe de trabalho. Uma espécie de supersecretário. Aliás, ao anunciar alguns nomes para compor a sua equipe - que deverá gerir o destino do Estado pelos próximos quatro anos - Tarcísio de Freitas não consegue ocultar o seu sotaque bolsonarista. 

Extinguiu ou rebaixou o status da secretaria que cuida de pessoas com deficiência física; nomeou uma antifeminista para coordenar a Secretaria das Mulheres; um ex-comandante da Rota para a Secretaira de Segurança Pública. A vereadora Soraya Fernandes é uma bolsonarista raiz, evangélica, com fortes ligações com a família Bolsonaro. Já fez declarações esdrúxulas sobre a luta das mulheres, deixando claro seu perfil "damarista". Um retrocesso dos diabos, numa vitrine como o Estado de São Paulo. Pela temperatua das redes sociais, há uma forte reação do público a essas medidas, todas convergentes com um alinhamento ao bolsonarismo.  

sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

Drops politico para reflexão: Nísia Trindade para soerguer o SUS



Talvez nenhum outro nome tenha alcançado tanta unanimidade no acerto de indicação para o futuro ministério Lula quando o nome da socióloga e professora Nísia Trindade. A concorrência seria Marina Silva para o Meio-Ambiente, mas as negociações não tem sido fáceis. Segundo comenta-se, o Ministério do Meio-Ambiente poderia ser oferecido a ex-senadora Simone Tebet, que contaria com o aval do mercado para a nomeação, o que, em princípio, não recomenda muito bem. Presidente a Fundação Osvaldo Cruz, Nísia será a primeira mulher a ocupar o Ministério da Saúde, com uma das missões espinhosa, soerguer o combalido SUS, bastante prejudicado no último governo. Nísia representou uma espécie de antítese às ações adotadas pelo Governo Bolsonaro durante a pandemia, daí ser tão festejada. 

Drops politico para reflexão: Lula se reúne com Simone Tebet para uma posição final



Este assunto já está se tornando uma novela mexicana, mas, em todo caso, estamos voltando a tratá-lo por aqui. É que o morubixaba petista terá um encontro definitivo com a ex-senadora Simone Tebet, disposto a definir a sua participação no futuro governo. Segundo comenta-se nos escaninhos da política, Simone desejava o Ministério do Desenvolvimento Social, mas este já foi entregue ao senador Wellington Dias, do Piauí, numa jogada de risco para o petista, que já excluiu três senadores de sua base de apoio já fragilizada. Agora, em tese, poderia estar sendo oferecida à senadora os ministérios da Cidade, Planejamento e Meio-Ambiente, que ficaria melhor nas mãos de Marina Silva, outro imbróglio em questão. 

Drops político para reflexão: O bolsonarismo sobrevive em São Paulo. Só em São Paulo?



Dois nomes do bolsonarismo raiz estão sendo indicados para assumir secretarias no Governo de Tarcísio de Freitas, em São Paulo. O futuro secretário de Segurança Pública será o militar Guilherme Muraro Derrite, que já dirigiu a Rota, uma das corportações policiais mais letais do Estado. Não chega a ser unanimidade entre os policiais, mas é inegável a sua identificação com o bolsonarismo. O outro nome é mais polêmico, trata-se da vereadora Soraya Fernandes, do Republicanos, antifeminista militante, evangélica, ligada até à família do presidente Jair Bolsonaro. Em seus pronunciamentos, já definiu o feminismo como uma ideloogia imunda ou uma sucursal do inferno. Quem foi que disse que o bolsonarismo morreu?  

Drops político para reflexão: Por que o Pacto pela Vida deu certo?


Quando assumiu, pela primeira vez, o Governo do Estado de Pernambuco, o ex-governador Eduardo Campos resolveu tomar as rédeas de concretizar, pessoalmente, uma promessa de campanha: Diminuir os índices de violência no Estado, à época, um dos maiores do Brasil. Foi exitoso nesta difícil missão, tornando o programa um dos modelos mais bem-sucedido de enfrentamento da violência urbana no país. Não era incomum o Estado recerber, com regularidade, missões de outros entes federados para conhecer o programa. Agora, consoante um dos principais assessores do futuro ministro Flávio Dino, o programa tem a chance de ser replicado a nível nacional. A questão que se coloca é: Por que o Pacto pela Vida deu certo em Pernambuco? Sem entrar nas delongas de natureza científica, uma das razões é que o ex-governardor arregaçava as mangas da camisa; frequentava as reuniões pessoalmente; cobrava resultados e esmurrava a mesa quando não era atendido ou as metas não eram atingidas. 

Editorial: Lula e a dor de cabeça na formação do ministério

 


Lula teria confidenciado aos interlocutores mais próximo que tem sido uma dor de cabeça a composição do ministério. Uma dor de cabeça maior do que as eleições. Muito coisa para adminitrar. Egos e vaidades pessoais; interesses partidários difusos; fogo amigo e intrigas de bastidores. Ainda falta a nomeação de treze ministros e, deliberadamente, Lula teria deixado as nomeaões mais complicadas para o final. Não pretende, no entanto, alimentar essas chafurdações por muito tempo. Logo, ele irá concluir a lista completa das nomeações. 

Permanecem, por exemplo, os impasses em relação à nomeação de Simone Tebet e Marina Silva. Essas são as duas ausências mais notadas pelos próprios eleitores do petista. O caso de Marina Silva é mais tranquilo - talvez nem ela mesma tenha interesse em ocupar um ministério - mas tem sido complicado encontrar um lugar para Simone Tebet no futuro governo. Ela tem sido exigente sobre a pasta que poderia vir a ocupar; algumas dessas pastas - como a do Desenvolvimento Social já foi entregue ao núcleo duro do PT; a ex-senadora sofre grandes resistências de setores do próprio MDB. Problema antigo, que vem desde os tempos em que a senadora lançou sua canditura presidencial à revelia da caciquia da legenda. 

Aqui na província pernambucana, ainda existem duas "pendências", envolvendo os nome do ex-governador Paulo Câmara e da Deputada Federal Marília Arraes, que poderia vir a ocupar uma das vagas restante, mas o presidente da legenda Solidariedade, Paulinho da Força, também estaria no páreo. Lula, até recentemente, manteve um diálogo com o ex-governador Paulo Câmara - permitam-me o "ex", embora ele ainda seja o governador do Estado de Pernambuco - e não está descartada sua nomeação para o primeiro escalão.   

Charge! Laerte via Folha de São Paulo

 


quinta-feira, 22 de dezembro de 2022

Editorial: Acertos e "impasses" na composição do futuro ministério do Governo Lula


 

A impressão que se tem é a de que, embora com 37 ministérios previstos, ainda teremos que ouvir o coro dos insatisfeitos em relação ao fato de não terem sido contemplados na formação dos auxiliares mais diretos do futuro Governo Lula. Como já afirmamos por aqui antes, a solução do segundo escalão pode até ser uma alternativa melhor em termos de benefícios pessoais, além de evitar uma exposição demasiada e cobranças de resultados mais efetivos. Um prócere ator político petista, desde o início das articulações, optou por um banco estatal e eacreditamos que não se arrependerá. 

Receberá muito mais do que um ministro de Estado, além das regalias de plano de aposentadoria privada, plano de saúde perpétuo, seguro de vida e possivelmente benefícios financeiros agregados ao salário. Não ganhará os holofotes, mas quem precisa de holofotes diante de tantos benefícios? Na composição do ministério tem algumas coisas esquisitas, como a indicação de um Minitério de Portos e Aeroportos para o Márcio França ou o de Ciência e Tecnologia para a comunista Luciana Santos, aqui do Estado de Pernambuco. O PSB tem uma tradição de ocupação dessa pasta. Pelo menos tecnicamente, a indicação de Luciana parece convergir, pois ela é formada em Engenharia.  

Ainda falta o anúncio de 13 nomes, que Lula pretende anunciar o mais breve possível, talvez até segunda-feira. Se a cota dos socialistas estiver encerrada, há um nome que ficou de fora e deve ocupar algum cargo no segundo escalão. Outro grande impasse tem sido encontrar um espaço para a ex-senadora Simone Tebet, que já teria afirmado que não aceitaria um ministério decorativo. Por outro lado, há grandes acertos, como os nomes de Flávio Dino - que, se o leitor nos permite a expressão, já está botando para lascar antes mesmo de assumir de fato-Anielle Franco para a Igualdade Racial;  Sílvio Almeida para os Direitos Humanos; Nísia Trindade para a Saúde.       

Editorial: Arielle Franco, irmão de Marielle Franco, deve assumir o Ministério da Igualdade Racial.

 



Desde algum tempo que a área de direitos humanos vem passando por um retrocesso atroz. Ali pelo ano de 2013, culminando com 2016 - com o golpe institucional que afastou injustamenre a presidente Dilma Rousseff da Presidência da República - que estamos acumulando assédios contra os diretios humanos no país. A Secretaria Especial de Igualdade Racial, que chegou a ter status de ministério ainda nos governos da coalizão petista, ficou reduzida a um puxadinho no Ministério da Justiça posteriormente. 

Agora, voltou a ocupar o status de antes, voltando ao lugar merecido, dada a enorme dívida que este país precisa resgatar com os negros, os quilombolas, as mulheres negras, as mulheres negras analfabetas, as mulheres negras homossexuais, os negros e negras vítimas preferenciais da violência urbana, a juventude negra empobrecida, que foi tão reconhecida nos primeiros governos Lula, que criou programas que permitiu que milhares deles pudessem ter acesso ao ensino superior, maior conquista da raça nos últimos 522 anos. 

Também já teria sido indicado um jovem negro para cuidas de negros na Fundação Palmares, o que se constitui numa excleente notícia. Agora a tendência é que tenhamos negros cuidando de negros e não os açoitando, como na época da escravização. Outro nome que estaria sendo pensado é o do professor e pensador Sílvio Almeida, o que seria, igualmente, uma excelente escolha. Vamos aguardar um pouco mais.  

Editorial: O jogo das eleições presidenciais de 2026 já começa a ser jogado.



Ontem foi anunciado o nome do senador Wellington Dias, do Piauí, para assumir o Ministério do Desenvolvimento Social. A nomeação, sob alguns aspectos, é perfeitamente compreensível. Wellington Dias, embora discreto, foi um dos nomes mais estratégicos na campanha presidencial que reconduziu Lula, mais uma vez, à Presidência da República. Por outro lado, a pasta de Desenvolvimento Social seria uma daquelas pastas de cota exclusiva do PT, sobretudo porque a mesmo encampa a galinha dos olhos de ouro do partido: o programa Bolsa Família, que, certamente, será de fundamental importância no processo sucessório das eleições presidenciais de 2026, quando o partido deverá apresentar um nome para suceder Lula no Palácio do Planalto. 

Com tal desfecho, amplia-se o impasse com a ex-senadora Simone Tebet, que sempre bateu o pé, informando que não aceitaria outra pasta no futuro Governo Lula. Advogamos aqui o nosso profundo respeito pela senadora, que conduz sua vida pública dentro dos mais nobres princípios republicanos. Prestou excelente serviços ao país no exercício do seu mandato, prrincipalmente durante os trabalhos da CPI da Covid. Na campanha de Lula, quando entrou num momento crucial, foi uma guerreira incansável e merece seu lugar no governo. 

Comenta-se que ela teria projetos presidenciais para 2026 - o que seria perfeitamente compreensível - o problema é que as eleições de 2026, dentro da agenda das articulações políticas, já começaram. As projeções indicam, por exemplo, que Lula já estaria preparando o pupilo Fernando Haddad para sucedê-lo. Sua indicação para o Ministério da Fazenda seria um indício concreto de tal projeto. A rigor é uma pasta que ele não gosta, assim como poderia dar uma excelente contribuição ao governo em áreas de sua preferência, como Educação, por exemplo, já decidida que ficará com o senador Camilo Santana.  

Editorial: As últimas gotas de tinta da caneta Bic.



Comenta-se aqui na província que o ex-governador Miguel Arraes costumava escrever com a caneta inclinada, nunca na posição rigorosamente vertical. Daí sua preferência pela marca BIC, que facultava essa possibilidade. Propaganda da famosa caneta a parte - que, aliás, nunca precisou do apoio deste blog para torna-se uma das esferográficas mais famosas do mundo - antecipo que o futuro presidente Lula está tranquilo; tem acumulado bons êxitos nas negociações política com os demais poderes; construído um ministério com nomes de comprovada competência, tudo com o propósito de ter um mínimo de condições de governabilidade. 

Com a declaração de inconstitucionalidade do orçamento secreto, diminuem as margens de maiores chantagens políticas, embora elas não desapareçam completamente. Ainda no dia de ontem, Lula andou visitando a Granja do Torto. Talvez ainda não tenha definido para onde ir, pois, o governo anterior está em retirada, mas o campo ficou completamente minado. Ele precisa rer segurança absoluta sobre onde está pisando. O futuro presidente tem passado para a população - como não poderia ser diferente num momento como este que estamos vivendo - palavras de otimismo, no sentido de retirar o país dos escombros em que ele foi metido.  

Mas, a rigor, a rigor, sabe que terá muitas dificuldades pela frente. Jair Bolsonaro tem passado um sentimento de profundo pesar pelo afastamento do poder. Em momentos críticos da gestão da máquina, por diversas vezes, ele amaldiçou o cargo, mas, agora, dá indícios de que não se preparou para deixar a Presidência da República. Com as últimas gotas de tinta que restam da caneta BIC, tem feitos nomeações para cargos estratégicos, de pessoas de sua estrita confiança, possivelmente com o propóstio de acompanhar os passos do sucessor. São nomeações para determinadas comissões, que não poderiam ser revogadas pelos próximos anos de governo.   

quarta-feira, 21 de dezembro de 2022

Editorial: Qual o lugar de Simone Tebet no futuro Governo Lula?



Há diversas tendências ou alas no Gabinete de Transição que, não necessariamente, dialogam entre si. Na verdade, tal gabinete cresceu tanto que tornou-se uma verdadeira Torre de Babel. O poder de fogo dessas vaidades e egos inflados é difícil de ser contido. Na verdade, pesa mais o jogo da realpolitik de interesses de grupos menores no conjunto desse gabinetão. Assim, se explica que a nomeação da ex-senadora Simone Tebet para ocupar algum cargo no futuro Governo Lula possa não convergir para a formação de um consenso entre os integrantes daquele gabinete. Izolda que o diga. 

Sobretudo quando se sabe que ela já teria afirmado a interlocutores que não aceitaria compor o governo em qualquer pasta. Teria preferência por uma pasta relacionada ao Desenvolvimento Social. Aliás, seria isso ou nada. Há rumores dando conta de que ela teria sido sondada sobre a possibilidade de aceitar ser a ministra do Meio-Ambiente, mas antecipou que não aceita. As rusgas já teriam superado o plano do comedimento e da diplomacia política, para se tornarem reais, vazando para o conhecimento da imprensa, que passou a esoecular em torno de sua preferência já guardar uma relação aos projetos futuros, de olho nas eleições presidenciais de 2026. Em assim sendo, entende-se porque Lula já teria batido o martelo sobre o assunto, nomeando o senador Wellington Dias para a pasta do Desenvolvimento Social, que cuida dos ovos de ouro eleitorais do Bolsa Família.  

Lula terá uma conversa com a ex-senadora, onde deverá tomar uma decisão acerca de sua integração ao governo. Conseno mesmo só entre os eleitores de Lula, que consideram ser bastante justo que a ex-senadora ocupe um cargo no governo. De fato, seu engajamento na campanha do petista foi efetivo, possivelmente dando a sua contribuição para o resultado do jogo em favor de Lula. Simone é uma pessoa séria, competente, que tem muito a contribuir neste processo de soerguimento do país. Sua atuação como senadora da Republica é uma prova insofismável do que estamos afirmando. Torcemos que o impasse seja resolvido.     

Editorial: Ministro Gilmar Mendes determina que arma da deputada Carla Zambelli seja devolvida.




Pelo andar da carruagem política, essas rusgas institucionais envolvendo os poderes Judiciário e Legilativo devem perdurar ainda por algum tempo. Nos escaninhos da política, comenta-se que o Centrão já estaria preparando um conjunto de medidas para se contrapor às refregas sofridas recentemente, quando o Poder Judiciário decretou a insconstitucionalidade do famigerado orçamento secreto, assim como permitiu que o programa Bolsa Fmaília furasse o teto de gastos, se arranjasse com recursos extraordinarios. Pelo menos por um ano, Lula poderá ter a certeza de que seu eleitorado mais renhido não ficará desasistido.

Em mais um capítulo dessas indisposições, o minitro Gilmar Mendes, do STF, determinou que a arma da deputada federal Carla Zambelli seja entregue em 48 horas, sob pena de um mandado de busca e apreensão, caso a determinação nãos eja cumprida no prazo determinado. O ministro atendeu a um pedido da Procuradoria Geral da República. Comenta-se que a deputada talvez não possa devolver a arma porque estaria fora do país. A arma é aquela mesma das cenas que ganharam o país, quando ela sai em perseguição de um homem de cor negra que, supostamente, a teria agredido. 

As cenas ocorreram ainda sob o calor da disputa presidencial entre o presidente Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva. Concluído o processo eleitoral, os assessores do presidente Jair Bolsonaro chagaram à conclusão que as cenas foram determinantes para a sua derrota nas eleições. O ex-deputado Roberto Jefferson também teria dado a sua contribuição, ao receber os agentes da Polícia Federal com armas e granadas. De fato, a repercussão de ambos os fatos foram bastante negativas, e, por outro, lado, não havia como dissociar esses dois atores políticos do bolsonarismo. Hoje se entende porque Bolsonato foi tão veemente e rápido na condenação da atitude de Roberto Jefferson, 


Editorial: A educação brasileira em boas mãos.



UFFA! Fazia algum tempo que nós não podíamos fazer tal afirmação. As últimas gestões do MEC foram um verdadeiro desastre, marcadas por irregularidades e questiúnculas ideológicas - como a questão de gênero - assim como a ideia fixa de retirar do educador Paulo Freire a condição de patrono da educação brasileira. O cara tem uma excepcional produção acadêmica, além de reflexões menos formais sobre o fenômeno educacional; é respeitado no mundo inteiro, concebeu um método conceituado de alfabetização cidadã, voltado para os adultos excluídos do mundo da leitura. Ainda são mais 10 milhões de brasileiros e brasileiras que sofrem desse flagelo, interditivo do exercício pleno da cidadania. 

Passamos até a ficar curiosos sobre quem os bolsonaritas pensavam eleger como patrono da educação brasileiro. Vocês também não teriam a curiosidade de saber quem poderia, na concepção desses malucos, substituir o pernambucano Paulo Freire? Com a eleição de Lula, descortina-se uma nova fase para o país, de democracia, de paz, de atendimentos das demandas dos mais necessitados, de políticas publicas estruturadoras, de reconstrução do país. Ficam sempre grandes expectativas sobre os atores que teriam essa difícil missão daqui para frente. 

Como sempre temos afirmado por aqui, cumpre ao futuro minitro da Justiça, Flávio Dino, uma missão hercúlea no Ministério da Justiça. O estrago produzido, por outro lado, foi grande e atingiu outras áreas, como na educação, na saúde, no meio-ambiente, na cultura. Um desastre generalizado. A educação terminou o ano, com problemas sérios na distribuição da merenda escola; com recursos bloqueados para as univeridades; comprometimento do programa de livros didáticos etc. Um dos últimos grandes ministros da educação foi o senhor Fernando Haddad. Desejávamos que ele fosse indicado para o cargo, mas Lula tinha outros planos para ele. 

A indicação recaiu sobre o nome do ex-governador do Ceará, Camilo Santana, com Izolda Cela assumindo a Secretaria de Ensino Fundamental, a sua área de grande espertise. Já comentamos por aqui que consideramos uma grande bobagem a não indicação de Izolda Cela como titular daquela pasta, mas o arranjo político foi bem-sucedido, uma vez que ambos formam uma dupla com grande capacidade, seriedade e dedicação à causa pública. Ficamos aliviados com a indicação de ambos, pois sabemos que eles conduzirão com êxito essa missão de transformar radicalmente a educação do país. Muito sucesso a ambos.      

segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

Editorial: O mundo da realpolitik no Gabinete de Transição de Lula.



Alguém já nos alertou para não ficarmos preocupados com as possíveis "manhas políticas" do coordenador do Gabinete de Transição de Lula. São 16 anos de exercício de poder que não podem ser desprezados. Isso é verdade. Não deve ser fácil, no entanto, administrar os interesses de uma equipe tão grande, inflada de egos pessoais. Hoje já discutimos por aqui os impasses que envolvem a nomeação da governadora do Estado do Ceará, Izolda Cela, para o Ministério da Educação. Todos os argumentos até agora apresentados são inconsistentes. 

Hoje, um jornalista muito bem informado alertou que existe um ator político de longa atuação no PT - um dos mais destacados, por sinal - que já teria batido o pé sobre a ocupação da diretoria de um grande banco estatal. Não iria perder nada. Ao contrário,embora fique longe das holofotes - o que, não necessariamente, é um mal negócio - ele acumularia vantagens bem mais robustas do que se ficasse na Esplanada dos Ministérios. São um monte de penduricalhos que elevam seus proventos às alturas, com plano de previdência privada, plano de saúde perpétuo, seguro de vida, vale alimentação gordo, além de outras vantagens. Ele parece saber o que está pleiteando. E, talvez, tenha lá suas razões. 

Até recentemente, comentou-se que um determinado partido da base aliada estaria pleiteando a ocupação do Ministério do Turismo. Em princípio, a indicação recairia sobre uma ex-candidata ao governo estadual. Hoje, já se aventa que o próprio dirigente partitário estaria pleiteando o cargo para si, o que não necessariamente se constitui numa surpresa.    

Editorial: Miséria humana não pode ser usada como arma de chantagem política.

Crédito da foto: Fátima Meira\Futura Press\Estadão


Vamos aqui poupar os leitores e leitoras dos detalhes mais escabrosos, mas a luta entre o futuro governo e o parlamento no tocante a encontrar as condições mínimas de governabilidade para o próximo ano, envolvendo essa questão do orçamento, não tem sido nada fácil. E, neste campo da realpolitik - nem precisamos ler Maquiavel para sabermo disso - não há limite possível. Outro dia circulou a informação de que o Centrão estaria de olho no Ministério da Saúde, considerado um dos mais estratégicos para o PT. Seu orçamento é um dos maiores do orçamento da União, daí a cobiça. 

Em troca, seria oferecido 150 votos em favor dos pleitos do futuro governo no tocante ao fura teto. Não tenho boas expectativas dessa relação do futuro governo com o Centrão. É quase impossível atender às suas demandas e, quando elas não são atendidas, as armas utilizadas são bem conhecidas. O jogo é pesada e vivemos sob um regime de semipresidencialismo disfarçado. A vitória de hoje do futuro governo - afastando a miséria e a fome dessas negociações nebulosas - precisou contar com o apoio do Poder Judiciário, através do senhor ministro Gilmar Mendes, do STF. 

Temos dificuldades de localizar esta foto hoje, mas há alguns anos atrás circulou na internet uma imagem da ex-presdidente Dilma Rousseff, de cara fechada, ao receber um bilhetinho com novas demandas do Centrão. Deu no que deu. O resto já história. Fora aplicada à ex-presidente uma espécie de torniquete político que acabou por estrangular o seu governo, levando seus algozes a aplicar-lhes o golpe de misericórdia, que ganhou o eufemismo de impeachment. Lula tenta, de todas as formas, criar as condições mínimas de governabilidade.   

Editorial: Não vejo motivos reais para o eventual veto ao nome de Izolda Cela para o MEC.

 


Comenta-se, nos escaninhos da política, que o nome da governadora do Ceará, Izolda Cela, para assumir a pasta do MEC, estaria sofrendo resistência de alguns setores do PT, que argumentam que ela é uma nova convertida à legenda; é casada com um dirigente de uma entidade fundacional privada ligada à área de educação; e sua especialização estaria focada na educação fundamental. Como se sabe, em tese, Izolda Cela seria o nome da preferência de Lula para assumir aquele minitério. Lula, se quiser, a indica e estaríamos conversados. É o morubixaba petista quem bate o martelo po último mesmo. 

Mas, enfim, convém expor que os motivos alegados não se sustentam. Possivelmente, as razões seriam de outra natureza. Deve haver gente mais cacificada na legenda desejando ocupar o cargo. Voltemos aos argumentos. O fato de ela ter se tornada uma petista apenas mais recentemente não significa nada, pois sua trajetória política sempre foi no campo das forças progressistas. Não faz muito tempo, Izolda era uma aliada do ex-governador Ciro Gomes(PDT-CE), que mantinha uma aliança política perfeitamnte azeitada com o PT no Estado do Ceará, responsável por 16 anos de poder. 

Salvo melhor juízo, Izolda, apesar de formalmente ligada ao PTD, nunca esteve fora da aliança ou do conjunto de forças políticas integrados pelo PT. É preciso considerar essa trajetória política da governadora. Quanto à sua área de atuação mais específica ser a educação infantil, isso se reolveria com a divisão daquela pasta - como já discutimos aqui - ou com a indicação de assessores com competência comprovada no ensino superior. Curioso que Fernando Haddad já declarou que economia não seria bem a sua praia, mas é um nome certíssimo para ocupar o Ministério da Fazenda. 

Apenas a Faria Lima questionou este fato e por razões outras. Haddad irá buscar nomes com competência na área para auxiliá-lo. Sobre o terceiro argumento, o fato dela ser casada com alguém que atua na área da educação privada, faz muito tempo que isso deixou de ser um problema para o PT. Para chegar lá, foram amplas as negociaões com a própria Faria Lima, assim como o Centrão, do senhor Arthur Lyra. Não vamos aqui entrar nos detalhes para não chocar os leitores e leitoras, mas hoje, quando o ministro Gilmar Mendes decidiu que o Bolsa Família esta fora do teto de gastos, especulou-se que isso estava sendo usado como chantagem contra o futuro governo.   

domingo, 18 de dezembro de 2022

Editorial: A "cor" do futuro Governo Lula.


Crédito da foto: Marcelo Rodrigues. 

Uma jornalista andou reclamando - de forma precipitado e igualmente infeliz - que estava sentido a ausência de indicações de mulheres para integrar o ministério do futuro Governo Lula. Ontem, o futuro Ministro da Casa-Civil, o ex-governador da Bahia, Rui Costa, informou que o futuro governo terá 37 ministérios. Muito infeliz a afirmação da jornalista, uma vez que, até aquele momento, Lula só havia anunciado cinco ministérios. Logo em seguida, veio a confirmação da cantora Margareth Menezes para o Ministério da Cultura. Mulher, negra e baiana que terá um grande trabalho pela frente, no sentido de reestabelecer os parâmetros de nossa cadeia cultural, bastante fragilizada no último governo. 

A nomeação de novas mulheres estão previstas para o governo. Lula não cometeria tal deslize sugerido pela jornalista, parece-nos, que muito mal-intencionada. Curiosamente, o nome de Izolda Cela encontra fortes resistências entre algumas alas mais radicais do partido. Três motivos são apontados, embora acreditamos que nenhum deles se sustente. O fato de ela ser cristã nova na legenda; ter uma experiência muito voltada para a educação infantil e ser casada com um diretor de uma fundação educacional. Sugeriram até - o que não seria uma má sugestão - dividr o MEC em dois. 

Um para cuidar da educação básica e um outro para cuidar da estrutura das universidades pública ou ensino superior de graduação e pós-graduação. Alguns analistas observam que não seria uma medida ruim, pois, o ensino superior, literalmente, suga boa parte dos recursos destinados à educação no país. Essas questiúnculas menores poderão interditar a indicação de um dos melhores nomes para aquela pasta, a da governadora Izolda Cela, inclusive o nome da preferência do próprio Lula. Quanto a "cor" do futuro Governo Lula, ontem o Flávio Dino anunciou os seus principais assessores no Ministério da Justiça. Em sua maioria homens e mulheres negras. Um bom começo, para calar a voz dos contra, sempre muito mal-intencionados.    

sábado, 17 de dezembro de 2022

Editorial: Ala ligada a Boulos vence a disputa interna e o PSOL irá integrar base de apoio de Lula.



O PSOL ainda se encontra naquela fase da bacia semântica onde ainda é possível preservar os princípios. Na medida em que se ampliam as chances de poder, essa condição vai diminuindo gradativamente, pelas contingências impostas pela realpolitik. Como é do conhecimento de todos,o PT de hoje não é mais aquele partido dos anos 80 do século passado, que queria mudar o mundo. Hoje soa até esdrúxulo alguém afirmar que o PT abraça teses comunistas e que poderia transformar o país numa Cuba ou numa Venezuela. O partido está mais liberal do que nunca, embora preserve as suas preocupações e sensibilidade para com as questões sociais. O imbróglio criado em relação ao orçamento, visa, prioritariamente atender aos seus compromissos de campanha com os mais humildes.   

Na final da disputa interna - que decidiu o destino sobre a posição do partido em relação ao Governo Lula - a ala liderada pelo Deputado Federal Guilherme Boulos venceu a disputa e o partido irá integrar a base de apoio do futuro presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Salvo melhor juízo, o partido votou contra o famigerado orçamento secreto - no que não merece nenhuma crítica, pois esse expediente, de fato, é uma vergonha - mas deve acompanhar o governo nas próximas votações, como convém a um grêmio partidário que integra a base governista. 

O partido orgulha-se em afirmar que nenhum cargo no governo teria entrado nessas negociações, mas é quase certo um acordo que favoreça o partido neste sentido. Boulos participa do Gabinete de Transição numa área de atuação efetiva do partido, as cidades. Não é improvável que ele possa vir a ocupar essa pasta, embora suas eventuais pretenções de disputar a Prefeitura da Cidade de São Paulo,nas próximas eleições municipais, contribuam para outros arranjos. Publicamente já circulam informações de que ele não irá ocupar esse ministério.  

Arranjos que, aliás, envolvem, inclusive, o ex-governador Márcio França, do PSB, que também atua no reduto político paulista e poderia ocupar tal pasta, consoante as definições dos acertos para as eleições de 2024. Não queremos aqui antecipar os acontecimentos, mas o Ministério de Ciência e Tecnologia parace ser a sina dos socialistas, desde a época do ex-governador Eduardo Campos. Neste aspecto, o curioso é que os socialistas pernambucanos trabalham em favor de uma indicação de Márcio França para ocupar um espaço no Governo Lula - em detrimento da nomeação de um ator político socialista do Estado - apenas para facilitar a vida da Deputada Federal Tabata Amaral, que sonha em governar a maior metrópole do país. 

Editorial: A batalha do PSB para "emplacar" um nome no primeiro escalão de Lula.



A impressão que temos é que o Lula já deve estar perdendo a paciência com essa briga fratricida, entre a sua base aliada, por uma indicação para o seu primeiro escalão. Alguns nomes são "queimados" antes mesmo de serem anunciados, outros são indicados mesmo não construíndo um consenso junto ao Gabinete de Transição. Como a última palavra é a do morubixaba petista, a cantora Margareth Menezes já estaria arrumanda as malas para deixar a Bahia e se mudar para a capital federal. Sabe que sua tarefa não será simples na Cultura, pois perdemos muito terreno, em diversas áreas, nos últimos anos, neste período obscurantista, de terra arrasada. 

Nesses tempos sombrios, isto está contribuindo para reposicionar, inclusive, o status dos futuros ocupantes da Esplanada dos Ministérios. Nunca vi um futuro Ministro da Justiça com tanto prestígio e tão estratégico como o ex-governador Flávio Dino. Sua tarefa, que já seria hercúlea, a cada dia percebemos que se avoluma. A jornalista Marcela Mattos, da revista Veja, produziu uma matéria sobre o assunto, tratando sobre como estão as negociações dos socialistas, no Gabinete de Transição, no tocante a uma ocupação no primeiro escalão do futuro governo. 

Não tem sido uma tarefa das mais simples, uma vez que, há fissuras sobre o assunto - está já é uma conclusão nossa - até mesmo entre eles, divididos no tocante à ala paulista e a ala pernambucana. Há até atores políticos pernambucanos que jogam no time paulista, por motivos conhecidos, torcendo por uma indicação de um paulista para o primeiro escalão. Diante desses impasses, cogita-se uma acomodação no segundo escalão. Especula-se que o governador Paulo Câmara possa vir a ser indicado para o Banco do Nordeste ou para a Codevasf. Flávio Dino, embora recém-convertido ao socialismo, não conta, pois integra a cota pessoal do presidente Lula.