sábado, 3 de fevereiro de 2024

O xadrez político das eleições municipais do Recife em 2024: João é João.



A revista Veja trouxe uma matéria sobre quem lidera as pesquisas de intenção de voto nas principais capitais do país, ainda há alguns meses do pleito. No Recife, como já era de se supor, o atual prefeito João Campos(PSB-PE) lidera isoladamente a corrida eleitoral, com uma reeleição praticamente assegurada. Existe uma penca de candidatos isolados que, sequer pontuam na pesquisa realizada, o que evidencia as fragilidades de opositores ao atual gestor, seja com o aval do Campo das Princesas, seja capitaneados pelo bolsonarismo. 

Aparece um dado curioso, o ex-prefeito do Recife por dois mandatos e atual Deputado Estadual João Paulo, do PT, aparece em segundo lugar, cravando 10% das intenções de voto,  mas já informou que não será candidato, sugerindo que o PT indique o vice na chapa de João Campos. Observa-se aqui algumas dessas nuances curiosas produzidas pelo fenômeno político. Por que o ex-prefeito aparece em segundo lugar nas pesquisas? Eis aqui uma boa pergunta a ser respondida pelos cientistas políticos. 

E vamos às respostas porque, por aqui, as indagações não ficam sem algum esclarecimeto. É a gestão de João, o Campos, que faz as pessoas se lembrarem de João, o Paulo.  A gestão de João Paulo tinha como lema: A grande obra é cuidar das pessoas. João Campos focu sua gestão na mesma preocupação, desenvolvendo uma série de programas sociais, de inserção produtiva da população, proteção social,  urbanizando os morros, com obras para evitar possíveis desastres ambientais e humintários. Mesmo afastado durante anos do executivo, o imaginário da população faz ressurgir, através da gestão de João Campos, aquele que foram os  bons anos que representaram a gestão dos dois mandatos exercidos por João Paulo(PT-PE). Grosso modo, pode-se falar também num recall das duas gestão, mas, sinceramente, percebemos algo mais nesta performance do ex-gestor.  

A encrenca política, neste caso, diz respeito à imposição de um nome do PT na chapa encabeçada pelo socialista João Campos. Como se sabe, a reeleição do prefeito é apenas uma das etapas para ele chegar ao Palácio do Campo das Princesas em 2026. Neste sentido, seria de bom alvitre ser acompanhado por alguém de sua mais estrita confiança. A relação entre socialistas e petistas, sobretudo nos últimos meses, tem sido marcada por alguns problemas relativos à particpação dos socialistas no Governo Lula. 

O minstro Márcio França perdeu o Ministério dos Portos e Aeroportos para assumir o Ministério do Emprendedorismo, um órgão que acreditamos não existir sequer um organograma ainda. Cappelli e Tadeu Alencar também ficaram sem-tero durante as mudanças no Ministério das Justiça. Cappelli foi acomodado num agência do Ministério da Industria e Comércio, comandado por Geraldo Alckmin, um cargo burocrático, aquém de sua efetiva contribuição ao Governo durante os anos de apagão institucional que se seguiram após a tentativa de golpe de 08 de janeiro. 

Um outro dado é que a namorada de João Campos, a Deputada Federal Tabata Amaral, disputa a preitura de São Paulo, o que, segundo dizem, estaria suscitando possíveis manobras do Planalto pra que ela desista do projeto. A manobra, em última análise, poderia passar pelos arranjos entre petistas e socialistas na montagem da chapa no Recife. A presidente nacional da legenda, Gleisi Hoffmann, já andou antecipando que o apoio do PT aos socialistas passaria, necessariamente, pela indicação do vice na chapa.    

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