segunda-feira, 2 de abril de 2012

Memorial das Ligas Camponesas - uma justa homangem a João Pedro Teixeira.


A viúva de João Pedro Teixeira, Elisabeth Teixeira, uma sertaneja de muita fibra.

Residência de João Pedro Teixeira, transformada em Momorial das Ligas Camponesas.


Ontem anunciamos aqui no Blog do Jolugue sobre o retorno de uma viagem que o governador Ricardo Coutinho havia feito até à Índia e a inauguração, na cidade de Sapé-PB, de um memorial em homenagem às Ligas Camponeses. Uma homenagem das mais justas, considerando-se que naquela cidade nasceu um dos maiores líderes camponeses, João Pedro Teixeira, assassinado, possivelmente, por setores ligados às oligarquias rurais, em conluio com os militares golpistas de 64. Na realidade, as Ligas Camponesas nasceram em Pernambuco, no Engenho Galiléia, em Vitória de Santo Antão, liderada pelo então advogado Francisco Julião, conforme registros históricos. A situação do trabalhador rural era tão precária, por ocasião do surgimento das Ligas, que eles eram enterrados numa rede que, devolvida, era novamente utilizada para o enterro dos companheiros, criando um clima de muita revolta entre esses trabalhadores. À época, não era permitida a organização sindical rural e as Ligas foi a saída encontrada para a mobilização dos camponeses. Essas questões são muito bem evocadas no documentário de Eduardo Coutinho, Cabra Marcado Para Morrer, exibido para os nossos alunos com regularidade. Poucas pessoas sabem desse detalhe, mas, perseguido em seu Estado, João Pedro Teixeira refugiou-se em Jaboatão dos Guararapes, chegando a trabalhar no então Engenho Massangana, hoje um dos espaços da Fundação Joaquim Nabuco. Todos esses fatos estão registrados no documentário de Coutinho, bem como o depoimento de alguns dos principais líderes camponeses das Ligas, ainda vivos, que residem na cidade de Vitória de Santo Antão, pacíficos evangélicos, sem nenhum envolvimento com política. Está de parabéns o Governo do Estado da Paraíba pela iniciativa, embora a mobilização para o tombamento da área envolva uma batalha da Pastoral da Terra, desde 2008., competindo ao Estado a formalização do processo. O acusado de ser o mandante da morte de  João Pedro Teixeira, teve sua vida facilitada pelo “foro privilegiado” facultado aos parlamentares. Salvo algum engano, 03 suplentes renunciaram para que ele pudesse assumir. É esse foro privilegiado que leva o senador Demóstenes Torres a protelar sua renúncia, uma vez que as coisas se complicaram de vez. O Blog do Jolugue volta a reconhcer o mérito do Governo da Paraíba e empresta sua solidariedade à família de João Pedro.

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