O arquivamento do processo contra o ex-ministro dos Esportes Orlando Silva pela Comissão de Ética da Presidência da República nesta semana merecia, no mínimo, destaque na imprensa igual ao que tiveram as denúncias sem provas publicadas contra ele. Desde outubro de 2011, o ex-ministro e seu partido, o PC do B, foram atacados e julgados politicamente, em uma campanha suja. Em conversa com ele ontem, o ex-ministro disse que já espera a decisão que o inocentou, com base em uma análise técnica e criteriosa das acusações e das provas. “Em quinze dias eu fui acusado, julgado e condenado pela imprensa. O que vimos foi uma espécie de campanha, uma versão moderna da Inquisição”, disse. A revista Veja “deu destaque na capa, fez longas matérias, arrastou a maior parte dos órgãos de comunicação de massa que tiveram uma atitude irresponsável, sem checar as fontes, sem checar documentos, sem dar o devido espaço ao contratório”. Onde está a legislação que garanta o direito de resposta no Brasil? A quem os atingidos pelas falsas acusações podem recorrer, além da Justiça, que muitas vezes é lenta e, sem uma legislação adequada, não tem parâmetros para tomar suas decisões? O Brasil tem que avançar nisso, como parte do processo de amadurecimento da nossa democracia.
Blog do José Dirceu.
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