O que poderá ocorrer com a candidatura do PSDB à Prefeitura
da Cidade do Recife, representada pelo deputado estadual Daniel Coelho, é uma
incógnita. Analisando os dados da pesquisa do IPMN, cujos números causaram um
verdadeiro frisson nas hostes petistas ao apresentar o candidato do PSB abrindo 08 pontos de
diferença sobre Humberto Costa, o economista Maurício Romão observa –
corretamente – que Daniel Coelho é o único que pode comemorar os possíveis efeitos
do Guia Eleitoral pelo rádio e televisão. Na realidade, ele teve uma arrancada
vertiginosa depois do Guia, ultrapassando Mendonça Filho (DEM) e assumindo a
terceira posição. Numa avaliação de seu staff de campanha, nos planos traçados
inicialmente, ele já teria atingido seus objetivos, ou seja, pavimentar um
palanque para a candidatura presidencial do senador Aécio Neves em 2014. O
candidato, naturalmente, alimenta a expectativa de ir para o segundo turno,
provocando uma situação inusitada na quadra política recifense. Caso isso
ocorra, os coordenadores da campanha de Geraldo Júlio terão que apressar o
passo no sentido de fechar a fatura ainda no primeiro turno, um quadro que, no
momento, ainda não se configurou. Eles possuem uma estratégia de campanha
montada numa disputa com o candidato do PT. O PT, por sua vez, caso ocorra um
segundo turno entre Daniel Coelho e Geraldo Júlio, contingenciado pelo
pragmatismo da realpolitik, poderá apoiar o nome de Daniel, reeditando no
Recife, a experiência malograda em Belo Horizonte recentemente. Neutros eles não ficarão e uma reaproximação com o PSB, neste momento, em razão do clima de intensa animosidade, seria mais improvável do que justificar uma união com o tucano de bico verde. A situação
ficaria mais confortável para Geraldo Júlio, num eventual segundo turno com
Humberto Costa, onde, certamente o mandachuva do PSDB, Sérgio Guerra, bateria o
martelo em favor do apoio do partido ao candidato do Campo das Princesas. O
curioso, fato apontado por Romão, é que o PT, no ritmo de decréscimo que vem
apresentando, já se encontra abaixo do seu reduto tradicional de penetração no
eleitorado da capital, em torno de 30%. É bom frisar que o candidato Daniel Coelho apresentou uma ligeira oscilação para baixo em relação à pesquisa do IBOPE, mas nos parece que ainda na margem de erro do Instituto.
(crédito da foto: Léo Motta)
Nenhum comentário:
Postar um comentário