O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, é hoje um dos mais prestigiado da Esplanada
dos Ministérios. Interlocutor da presidente Dilma Rousseff, a sua influência
vai muito além do Ministério da Educação. Como ex-ministro da Ciência e
Tecnologia, foi um dos principais vetores ao nome do deputado Gabriel Chalita
para ocupar aquela pasta. Há um órgão estratégico daquele ministério –
responsável pela liberação de medicamentos - que, dizem, ele não gostaria de
perder o controle. Não entro no mérito de sua gestão, mas antecipo que seu
antecessor, Fernando Haddad, fez o dever de casa, deixando a pasta muito bem
arrumada. Ainda fui estudante de instituição pública que alcançou o Restaurante
Universitário da UFPE, fechado no Governo de Fernando Henrique Cardoso. Para
não dizer que estou mentindo, a sobremesa, quase sempre, não passava de uma
laranja, que costumávamos cortar em quatro pedaços. Era um serviço essencial para nós, estudantes empobrecidos. Precisava deslocar-me da região metropolitana do Recife – Paulista – para a UFPE, no Engenho do Meio. Tinha que sair às 05:00 horas da manhã para conseguir chegar a
tempo de acompanhar as aulas de Latim, da professora Inalda, ou as aulas de
linguística, com o professor Esdras que, avexado, nos aconselhava a sair dos alambrados do
CAC e nos dirigimos à sala de aula, de preferência preparando uma ata. Quem salvava a pátria eram as imitações de
Frank Sinatra, na voz de Guimarães, um velho marinheiro, que aprendeu inglês
no cais do porto.Uma figura divertidíssima. Quanta saudade!!! Amaro Lins foi eleito para gerir a UFPE na
esteira de uma ampla política de inclusão educacional implantada na era
Lula/Dilma. Amaro, portanto, esteve vinculado com as políticas públicas
educacionais mais identificadas com o objetivo de permitir o acesso ao ensino superior
público às camadas mais empobrecidas da sociedade. O exemplo mais emblemático
dessa fase foi a aprovação do aluno Alcides para o curso de Biomedicina, que
contou com todo o apoio da Reitoria de Amaro Lins. O caso específico ganhou
repercussão internacional. Infelizmente, ocorreu aquela tragédia que todos
conhecem e que não vale a pena relembrar. Pois bem. Amaro foi o responsável
pela reabertura do conhecido “bandejão”, inclusive facultando refeições
gratuitas a um grupo de estudantes, previamente selecionados, a partir do grau
de exclusão social. Poderia nos estender aqui mencionando as realizações de
Amaro Lins na UFPE, mas essas duas referências são suficientes para
identificar o seu perfil político. Um perfil sobejamente identificado com as
políticas públicas inclusivas da era Lula/Dilma, conforme já afirmamos. Causa estranhamento, portanto, o seu afastamento do Ministério. Para completar o enredo, ainda surge nas redes sociais um
patricinho, bem-nascido, mal intencionado -desses que chegam na universidade com o cabelinho ainda molhado e um fone de ouvido - com o objetivo de denegrir a imagem
de um homem honrado. A motivação, possivelmente, é uma politicagem
de pé de escada, rasteira, insana, coorporativa, oriunda de alguém com os "valores" da classe
média tradicional, que torce o nariz para os estudantes de estratos sociais fragilizados que estão tendo
acesso à universidade. Quanto ao MEC, houve um grave equívoco em afastar alguém
que, em tese, sempre esteve identificado com as políticas mais progressistas da
Instituição, implantadas a partir do Governo Lula, o governante com a maior sensibilidade social que este país já conheceu. Uma atitude que, certamente, cumpre um rito onde a “acomodação” política
se sobrepõe à competência, ao mérito. Amaro Lins era Secretário de Educação Superior do MEC. Só temos a lamentar, senhor ministro.
Nota do Editor: Peço desculpas pelos erros de língua portuguesa cometidos nessa postagem, alguns deles devidamente corrigidos. Em algumas ocasiões, escrevemos com o coração.
Nota do Editor: Peço desculpas pelos erros de língua portuguesa cometidos nessa postagem, alguns deles devidamente corrigidos. Em algumas ocasiões, escrevemos com o coração.
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