sexta-feira, 1 de março de 2013

Eduardo Campos prapara as malas para deixar o Governo Dilma.



 
 
No início do ano publicamos uma matéria sobre a estratégia do Planalto para solapar as pretensões presidenciais do governador pernambucano, Eduardo Campos. A manobra seria “comer o mingau quente pelas beiradas”, minando sua candidatura, mas evitando um confronto direto, algo que não seria interessante para a reeleição de Dilma Rousseff. Suas resistências seriam minadas, mas, objetivamente, seria prudente mantê-lo na base de apoio do Governo. No encontro que mantiveram na Base Naval de Aratu, na Bahia, Dilma e Eduardo conversaram sobre o assunto, mas nenhum compromisso formal foi obtido quanto a uma não candidatura presidencial do “Moleque” dos jardins da Fundação Joaquim Nabuco. Jacques Wagner, escalado por Dilma para “gerenciar” os movimentos do PSB na região, esteve presente no encontro. Por essa época, escrevemos nosso primeiro artigo de análise do embate eleitoral de 2014, onde ficava claro os “embaraços” proporcionados por uma candidatura socialista no conjunto de forças que dão sustentação ao Governo Dilma. Considerando-se a hipótese improvável de um blefe, mesmo assim, alguns arranjos precisariam ser costurados na base aliada, a começar pela ameaça velada à repetição da dobradinha Dilma/Temer e, possivelmente, uma flexibilidade maior do partido em seus movimentos regionais e, quem sabe, ainda, uma participação maior no Governo. Na condição de grande articulador político do Planalto, Lula já teria uma solução: Daria uma cabeça de chapa ao PMDB em São Paulo, em troca da abdicação da candidatura a vice para Eduardo Campos. O aceno, ou isca, parece realmente ter sido feito. Ou lançada. Fala-se, inclusive, que, em encontro recente mantido com Eduardo Campos, Jacques Wagner, em nome de Dilma, teria formalizado a proposta. Vaidoso e mordido pela “mosca azul”, Eduardo teria desdenhado da oferta. Como nunca deixou de se movimentar no sentido do Planalto, seus interlocutores continuaram a tecer a teia de uma provável candidatura, definindo uma série de seminários que o partido pretende realizar pelo país, projetando o nome do pernambucano. Insuflado por petistas renhidos, o Planalto, finalmente, parece ter se dado conta do cardápio do pernambucano. Sem alternativa de conciliação, começaram a urdir um conjunto de manobras com o objetivo de esvaziar a candidatura do socialista. Neste sentido, jogam bastante pesado. Comenta-se que convidaram o ministro da Integração, Fernando Bezerra Coelho, para filiar-se ao partido e candidatar-se ao governo do Estado em 2014. Mesmo que o PSB entregue os cargos federais, FBC ficaria, a exemplo, de José Leônidas Cristino, dos Portos, na cota pessoal de Dilma Rousseff. O convite teria sido formulado pela própria Dilma. Na outra linha, estenderam o tapete vermelho para os irmãos Ferreira Gomes, que, apesar de minoritários na agremiação, fazem um barulho danado, sobretudo Ciro Gomes, detentor de uma verve fácil, que mais parece uma metralhadora giratória. Ciro tem feitos declarações contundentes sobre o governador pernambucano, amplamente divulgadas pela imprensa. Trata-se de uma caixa de ressonância que preocupa profundamente o Palácio do Campo das Princesas, que já estuda medidas para o enfrentamento do problema. A questão é mais complexa do que se imagina. Realmente, o Palácio do Planalto parece decidido a aplicar um torniquete político no governador pernambucano. A base socialista do partido na região vem sofrendo o assédio do Governo Dilma, que já agendou encontros no Ceará, Piauí e Paraíba, todos no sentido de melhorar o diálogo do Governo Federal com esses Estados. Compromissos recentes da presidente em Pernambuco foram cancelados. Conforme afirmamos em nosso blog, todos os ingredientes estão dados para o recrudescimento dessa crise. Embora em política seja possível dar nó em água, a hipótese mais provável no momento aponta para uma possível ruptura do PSB com o Governo. Ao propor uma plataforma pós-petista, a candidatura do Pernambucano passou a preocupar o Planalto. Engendrada numa perspectiva de crescimento econômico, realizações, ampliação dos programas de segurança social, repactuação fiscal e rediscussão do Pacto Federativo, a plataforma socialista pode galvanizar um conjunto de forças sociais suficientes para incomodar os planos do Planalto, numa eleição que, certamente, irá para o segundo turno. O PSDB continua xingando o juiz, dirigindo impropérios, mas não é capaz de construir uma agenda positiva para o país que incorpore, por exemplo, os inegáveis avanços sociais da era Lula/Dilma. Como afirmou o jornalista Elio Gaspari, em sua coluna do último domingo, os tucanos sofrem de demofobia. Aliás, o próprio grão-mestre tucano, Fernando Henrique Cardoso, além de recomendar esquecer o que ele havia escrito, pediu para o partido deixar o “povo” de fora de sua agenda, uma vez que se trata de uma batalha perdida para o PT. E esse cara ainda vem chamar a presidente Dilma Rousseff de ingrata, afirmando que ela havia cuspido no prato que comeu. O tucanato, portanto, não volta ao Governo nem tão cedo. Agora, uma candidatura como a de Eduardo Campos, conforme já afirmamos, com uma agenda pós-petista, sensibilidade social para garantir e ampliar as políticas de segurança social,  com perspectiva de crescimento econômico, forte num reduto majoritariamente petista nas últimas eleições presidenciais, pode incomodar bastante. Ele não pode ser subestimado, como já afirmou o senador Humberto Costa. Como diria o folclórico ex-dirigente do Corinthians, Vicente Mateus, quem entra na chuva é para se queimar, Eduardo. Pay Attention!!! Eduardo tem uma relação pessoal de amizade com Lula. É aí onde eu te ask, Dudu: Ela estaria comprometida? Os memoráveis jantares na casa do governador, no bairro de Dois Irmãos, regados à paleta de cordeiro, camarão à moranga e suco de araçá ficariam apenas nas lembranças. A rapadura e os causos de Ariano Suassuna são coisas do passado?

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