Os ajustes ministeriais de Dilma Rousseff não riscaram dos planos de
Eduardo Campos as legendas com representantes na Esplanada. O
presidenciável do PSB cogita entregar ao PDT a segunda posição da sua
futura chapa.
Quem dialoga com Eduardo em nome do PDT é seu presidente, Carlos
Lupi. O mesmo Lupi que acaba de obter de Dilma a troca do ministro do
Trabalho –saiu o desafeto Brizola Neto e entrou o escudeiro Manoel Dias.
A preferência de Eduardo pelo PDT levou-o a refugar um aceno de
Gilberto Kassab. Presidente do PSD, o ex-prefeito de São Paulo insinuou
que, tendo a vice, sua legenda poderia fechar com o governador
pernambucano.
Kassab fez isso longe dos refletores, há cerca de dois meses e meio,
numa fase em que ainda discutia com Dilma a entrada do PSD no governo.
Eduardo não topou. Parte de seus operadores achava que ele deveria ter
dado asas à negociação.
Por quê? O PSD dispõe de um tempo de tevê equivalente ao do PSDB de
Aécio Neves. Nas suas avaliações, Eduardo concluiu que o benefício da
vitrine eletrônica não compensaria o custo político de ter como
companheiro de chapa um vice “conservador”. O PDT seria, na opinião
dele, uma logomarca mais apresentável.
A coligação idealizada por Eduardo é composta de cinco partidos: além
do seu PSB e do PDT, os oposicionistas PPS e DEM, e o governista (ma no troppo) PTB. Nesta segunda-feira, a própósito, Dilma deve receber os líderes congressuais do PTB.
Enquanto a presidente tricota com a turma de Brasília, Eduardo se
entende com o ex-deputado Roberto Jefferson (RJ). Delator do mensalão,
condenado no julgamento do STF, Jefferson encontra-se licenciado da
presidência do PTB. Mas diz-se que ainda controla a legenda. Em 2010,
entregou o tempo de tevê ao tucano José Serra.
(publicado originalmente no blog de Josias de Souza, Portal UOL)
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