Por enquanto, nessa
precipitada antecipação da campanha sucessória, quatro candidatos
lançam-se na disputa: Dilma Rousseff, Aécio Neves, Marina Silva e
Eduardo Campos. O número pode aumentar, se Joaquim Barbosa aceitar o
desafio. Vale, enquanto é tempo, alinhar um elenco de cuidados que
precisam tomar, entre outros, se pretendem sustentar suas pretensões:“Ver a floresta e não as árvores.
Evitar a pregação das desvantagens do socialismo esquecendo suas vantagens e, ao mesmo tempo, os inconvenientes do capitalismo sem seus benefícios.
Dirigismo sem direção não leva a lugar algum.
Longas omissões superam súbitas conversões.
Ouvir apenas o coro das louvações é fatal.
Não saber misturar os temperos na panela não impede verificar se a comida está ou não bem temperada, assim como não é necessário ser cozinheiro para apreciar uma boa refeição.
Impedir que oscile o pêndulo da paixão política.
Evitar a pregação das desvantagens do socialismo esquecendo suas vantagens e, ao mesmo tempo, os inconvenientes do capitalismo sem seus benefícios.
Dirigismo sem direção não leva a lugar algum.
Longas omissões superam súbitas conversões.
Ouvir apenas o coro das louvações é fatal.
Não saber misturar os temperos na panela não impede verificar se a comida está ou não bem temperada, assim como não é necessário ser cozinheiro para apreciar uma boa refeição.
Impedir que oscile o pêndulo da paixão política.
Abandonar a inocuidade do grito que pretende assustar alguns e comprometer outros.
Os cemitérios estão cheios de insubstituíveis.
Melhor enfrentar do que contornar.
Perceber que a roda da fortuna é caprichosa.”
Faz quase cinqüenta anos que esses
e outros avisos para quantos pretendem lançar-se na disputa
presidencial foram alinhados por um candidato, numa série de cartas que
escreveu a quem pretendia e conseguiu obstar-lhe o caminho até a
presidência da República. Ironicamente, era o melhor dos candidatos,
quando cotejado com os concorrentes daquele momento. Talvez pelo brilho
de sua personalidade, criou muito mais adversários e desafetos do que
conquistou aliados, vendo frustrado seu sonho de governar o país.
Falamos de Carlos Lacerda, que nos idos de 1965 buscava disputar uma
eleição que, conforme vaticinou Hélio Fernandes, não ia acontecer.
Suas cartas, muitas, eram dirigidas ao primeiro general-presidente, por
sinal marechal, Castello Branco. A leitura atenta de todas revela a
obstinação do signatário em sustentar uma candidatura que começava a
ser vetada pelos chefes militares. No final, chegaram ao rompimento e
até ao destempero, sendo Carlos Lacerda atropelado pela própria
resistência diante da política econômica do primeiro governo dito
revolucionário, comandada por Roberto Campos.
Estes comentários devem-se à continuação de um trabalho
que venho desenvolvendo há décadas, a respeito da História do Brasil
contada por jornais e jornalistas. Dois volumes já foram publicados
pela Editora Record, no ano Dois Mil, sob o título geral de “O Brasil
Sem Retoque”, abrangendo o período de 1808 a 1964. Encontram-se quase
terminados mais dois, referentes aos 21 anos do regime militar. A
sacrificada e obviamente incompleta pesquisa tem-me levado a
lembranças e a descobertas singulares. De quando em quando não resisto
à tentação de adiantar nesta coluna detalhes e coincidências que
reafirmam a mesma conclusão milenar de nada de novo acontecer sob o
sol. Se quiserem, também, de que o passado é o nosso maior tesouro, não
porque nos dirá o que fazer, mas precisamente pelo contrário: sempre
mostrará o que evitar...
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