Quatro fatores indicam que campanha presidencial será duríssima
publicada sexta-feira, 18/07/2014 às 11:00 e atualizada sexta-feira, 18/07/2014 às 11:56
Os resultados da pesquisa Datafolha, divulgada no Jornal Nacional, animou apoiadores da presidenta Dilma, que voltam a sonhar com a vitória no primeiro turno. Dilma ficou com 36% das intenções de voto, recuperando pontos em comparação aos últimos levantamentos.
Aécio está com 20%, Eduardo Campos com 8% e Pastor Everaldo com 3%. No entanto, a leitura dos dados da pesquisa com 5.377 eleitores nos dias 15 e 16 de julho não apontam para facilidades para a petista.
O primeiro sinal é o resultado do levantamento sobre o segundo turno. Dilma tem 44% das intenções de voto, contra 30% de Aécio. É um empate técnico, considerando que a margem de erro é de 2%.
O segundo elemento é a rejeição. Mais de 1/3 do público da pesquisa (35%) não admite votar na presidenta, enquanto apenas 17% rejeitam Aécio e, 12%, Eduardo Campos. Ou seja, no decorrer da campanha, ambos vão subir.
O terceiro fator é o nível de conhecimento dos candidatos. Ainda não está disponível o relatório completo da pesquisa, mas a anterior aponta que Dilma é conhecida por 99%.
Aécio é conhecido por 81%, enquanto 64% conhecem Campos, de acordo com pesquisa do Datafolha divulgada no dia 3 de julho.
Esses números indicam que existe uma margem maior para Aécio e Campos crescerem, já que parte do eleitorado não os conhece.
Em relação a Dilma, o desafio será transformar a avaliação regular do governo, em torno de 40%, em votos pela continuidade. A avaliação de bom/ótimo e ruim/péssimo da gestão Dilma está em torno de 30%, que correspondem à intenção de voto e à rejeição de petista. O que está em aberto para as eleições é o voto daqueles que avaliam esse governo como “na média”.
O quarto indicador de precaução é o contingente de indecisos, que está em 14%, que pode pender para qualquer lado, assim como a intenção de voto branco ou nulo, que pode mudar durante a campanha.
O empate entre Dilma e a soma dos rivais na eleição resgatou a esperança de vitória no primeiro turno, no entanto, esses fatores indicam que a disputa está em aberto.
A campanha será duríssima e dificilmente será resolvida em apenas um turno. Basta rememorar que em 2002, 2006 e 2010 a disputa foi resolvida no segundo turno, o que demonstra que o Brasil é um país dividido.
(Publicado originalmente no site O Escrevinhador)
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