Dilma e Marina até que possuem uma boa estratégia de atuação pelas redes sociais. O PT tem um grande know-how no assunto e Marina sempre manifestou uma preocupação com o tema, possivelmente orientada pelas reflexões do sociólogo Manuel Castells sobre assunto. Aliás, ao propor a criação da Rede, até no mome ela procura estabelecer uma identidade com o tema. Esse será, segundo Castells, o grande canal de mediação entre as demandas do cidadão e o Estado, minimizando, por sua vez, a importância de um poder como o Legislativo, corrompido e ineficiente. Há, aqui, claramente, uma tendência de corte populista ou, no limite, fascista. Faz sentido as provocações do pessoal de Dilma sobre como Marina pretende governar caso viesse a ser eleita. Ela faz uma ginástica danada para se arranjar com essas respostas, mas não convence. Afinal, ainda estamos numa democracia representativa e quem ousou governar sem os partidos caiu.
Quando o cabeça de chapa era o ex-governador Eduardo Campos, as coisas também não iam muito bem. As lambanças culminaram com a saída do coordenador da mídias sociais da campanha. Já o candidato Aécio Neves também enfrenta uma série de problemas e sua forma de enfrentá-lo vem gerando ainda mais problemas. Depois de condenar o submundo da internet sobre os possíveis boatos que se espalham na rede sobre a sua pessoa, sua assessoria jurídica resolveu investir contra usuários da rede Twitter que, segundo ele, estaria denegrindo sua imagem pública. Exigiu que a rede fornecesse os dados pessoais de 66 tuiteiros. O pedido foi negado pela justiça, posto que desprovido de uma argumentação sólida, e os administradores da rede, em seguida, deram uma resposta contundente ao candidato, sintonizada com o direito à liberdade de expressão.
Quando o sujeito encontra-se sob um tal turbilhão, o melhor caminho é deixar a poeira baixar. Tomar medidas nesse momento, pode até agravar o problema. A assessoria do candidato precisava tê-lo orientado corretamente quanto às consequências de uma medida dessa natureza e os reflexos - negativos - sobre a sua campanha. Alguém já havia previsto que isso não daria em nada. Entenda-se que do ponto de vista dos tuiteiros acionados, alguns deles sequer reúnem condições de constituir advogado. Do ponto de vista do candidato Aécio, os prejuízos são evidentes. Ocorreram muitas manifestações de apoio aos tuiteiros, uma série de artigos circulando pela rede sobre o assunto e incontáveis inimigos forjaram-se com tal atitude. O pior é quando se estabelece um paralelo de sua atitude, no tocante à questão da liberdade de expressão, com um possível governo tucano, onde, possivelmente, a truculência seria evidente. Sua passagem pelo Governo de Minas Gerais foi marcado por muitos problemas com a imprensa. Há jornalistas processados, presos e desempregados em razão de críticas ao seu Governo. Adotava-se ali a prática de se ligar para as redações dos jornais exigindo a cabeça do "transgressor" que havia escrita uma matéria contra o Governo. Aqui em Pernambuco, até recentemente, estava sendo adotada uma prática semelhante. talvez isso explique o silêncio dos grandes jornais locais sobre um certo jatinho. Vejam a resposta do microblog Twitter:
A “denúncia” não vicejou na Justiça, e ainda rendeu “bronca” do Twitter ao candidato a presidente: “Com a devida vênia, são meras elucubrações do autor, absolutamente desprovidas de qualquer indício de veracidade”, pontuou comunicado da empresa, em resposta a pedido do próprio juiz acionado por Aécio, que negou pedido de sigilo sobre a ação e determinou que provas concretas de irregularidade fossem apresentadas de acordo com os perfis dos militantes virtuais.
“Quanto à conduta de usuários cuja ilicitude em nenhum momento restou demonstrada, não podem servir de fundamento para a eventual quebra do seu sigilo de dados. Admitir esse tipo de medida corresponde a transformar o Poder Judiciário em instrumento de perseguição de cidadãos, dando margem ao surgimento de um Estado policialesco, que desconsidera as garantias fundamentais dos cidadãos de forma injustificável. (…) No mérito, requer o Twitter Brasil que seja julgada improcedente a demanda, com a condenação do Autor ao pagamento das custas, despesas processuais e honorários advocatícios”, concluiu o Twitter.
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