quinta-feira, 10 de março de 2016

Os perigosos tentáculos de um Estado Policial




Ontem publicamos aqui no blog um artigo do cientista político Michel Zaidan, onde ele discute os possíveis indícios de um Estado Policial no Brasil, diante da inação ou inoperância dos poderes constituídos (Executivo, Legislativo e Judiciário). O caso do ex-presidente Lula talvez seja o mais emblemático exemplo do surgimento dos tentáculos desse Estado Policial, onde o aparato policial age sem os freios impostos pelas prerrogativas legais e constitucionais inerentes a todos os cidadãos, apoiados, pasmem, por setores midiáticos. 

Desde ontem que vem sendo veiculados por esses setores conhecidos da mídia - com grande estardalhaço - o fato de o Ministério Público de São Paulo ter apresentado denúncias contra Lula e a família do ex-presidente. Quem traduziu muito bem essa situação inusitada foi o jornalista Fernando Brito, do Blog Tijolaço: O MP está acusando Lula de ter ocultado bens que, na realidade, não são dele. Vejam  o absurdo da situação. Por outro lado, hoje ficamos sabendo que, acionado pelos advogados da família, o juiz Sérgio Moro resolveu devolver ao ex-presidente parte do material apreendido durante a 24ª fase da Operação Lava Jato. Creio ter havido aqui algum exagero nessas apreensões. Dizem que até a carteirinha que Lula guardava, ainda do período em que era líder do Sindicato dos Metalúrgicos, os caras levaram. 

Assusta observar pelas redes sociais alguns incautos aplaudindo essas operações, numa clara demonstração de que desconhecem a dimensão desse problema. Observem que, não raro, alguns ministros do STF apontam equívocos procedimentais nas decisões e ações determinadas no curso da Operação Lava Jato. Uma condução coercitiva aplicada equivocadamente, pode ser traduzida como um sequestro.Executivo e Legislativo, como observou o professor Michel Zaidan, estão literalmente "travados". Não se espere que dali possa surgir algum lampejo de lucidez.  

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