segunda-feira, 25 de julho de 2016

Editorial: Suplicy é detido durante protestos de reintegração de posse. Um político fora da curva.





Não haveria como deixar de comentar por aqui o editorial do jornal O Globo, deste último domingo, praticamente recomendando ao governo interino do senhor Michel Temer a privatização do ensino público superior, cumprindo uma tendência que se esboça desde o início deste governo,  seja na fala das autoridades públicas ou até mesmo em atos concretos que estão em plena materialização, como os cortes de bolsas nos programas de pós-graduação, propostas de reestruturação da carreira docente, entre outros. Um dado que deve ser atentamente observado é a crescente ocupação de espaços estratégicos no MEC por atores vinculados organicamente ao ensino superior privado. Uma tendência, portanto, que o jornal dos Marinhos apenas reforça ideologicamente. 

Mas, dando uma circulado pelas redes sociais, a partir de um compartilhamento de um amigo da rede Facebook, eis que me deparo com um artigo escrito pelo professor Gustavo Castañon, que ensina Filosofia e Psicologia na Universidade Federal de Juiz de Fora. Neste artigo, parágrafo por parágrafo, o professor desmascara toda a falácia embutida na construção discursiva dos editores do jornal. Depois de autorizado, publicamos o artigo aqui no blog e deixamos o link abaixo para os nossos leitores. Percebo que, aos poucos, o torniquete autoritário vai se fechando, instigando-nos a ampliar as formas de resistência contra o arbítrio. No Paraná, há um caso de uma professora afastada de sala de aula por abordar o filósofo Karl Marx em suas aulas. Eis aqui um caso emblemático, que vem na esteira do projeto da "Escola Sem Partido", um tema recorrente em nossas discussões. É o tal do "endurecimento" do exercício do poder político, do qual falava o filósofo romeno Zizek. 

Acabo de publicar aqui pelo blog um vídeo sobre a prisão do ex-senador  e Secretário de Direitos Humanos de São Paulo,Eduardo Suplicy, durante uma reintegração de posse ocorrida nesta manhã, em São Paulo. O trágico disso, conforme observa o jornalista Nogueira, do DCM, é que um país que prende Suplicy e mantém Cunha fora da cadeia dispensa adjetivos. O caso é ainda muito recente. A própria assessoria do ex-senador, pelas redes sociais, demonstra prudência ao comentar sobre o assunto, certamente, aguardando posicionamentos mais oficiais sobre o mesmo. A prisão do ex-senador está alcançando uma enorme repercussão pelas redes sociais. Somente no microblog Twitter, o assunto está próximo a atingir o topo do tranding nacional.  

Enquanto isso, sua ex-esposa Marta Suplicy(PMDB), que já perdeu completamente o tino ideológico, candidata à Prefeitura de São Paulo nas próximas eleições municipais, anda sendo acusada de propaganda antecipada pela internet, cujo responsável é um dos principais críticos de Lula, o Xico Graziano. Os petistas estão criticando bastante este fato, mas não vejo motivos para isso. Afinal, depois da guinada política da senhora Marta Suplicy, esperar mais o que? Quem, de fato, continua a merecer o respeito, a admiração e o carinho da sociedade brasileira é o ex-senador, um homem coerente e leal, um político que é um ponto fora da curva, de uma conduta pública ilibada. 

Salvo algum engano, "coxinhas" e "mortadelas" estão empanturrando as redes sociais com convocações de mobilizações tanto a favor ou contra o governo interino do senhor Michel Temer. Ambas devem convergir para o finalzinho do mês de julho, o que, certamente, deve estar provocando alguma confusão. Mas, como preferimos a mortadela, informo que a nossa ocorre, de fato, no dia31, em todo o Brasil. No final, deixo aqui para vocês, como reflexão, um twitter bastante interessante, extraído na manhã de hoje, logo após o anúncio da prisão do ex-senador Eduardo Suplicy: O fato de gente acima de 70 anos, como Suplicy e Erundina, terem ânimos mais que a gente para encarar a batalha política, diz muito sobre nós. 


Nenhum comentário:

Postar um comentário