domingo, 22 de julho de 2018

Hely Ferreira: Presente Público.


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     O relato histórico nos diz (embora haja contestação), de que o primeiro ato de nepotismo ocorrido em terras brasileiras foi praticado por Caminha em sua carta ao rei D. Manuel. Surgindo a vulgarização da expressão “pistolão”, oriunda de epístola. Daí em diante, o nepotismo se tornou algo corriqueiro por aqui. É bem verdade, que nos últimos anos, algumas medidas foram tomadas, visando tolher a prática nefasta e anti-republicana. Acontece que vivemos em um país onde o público e o privado se confundem, onde boa parte da chamada classe política, não mede esforços para fazer um mimo aos parentes, principalmente quando o mesmo vem do erário público.

     Empregar parentes em órgãos públicos é algo “normal” na história de Pindorama. E pelo jeito, vai continuar sendo. Com todas as medidas criadas para combater a falta de espírito público no país, não é difícil se ter notícias em que os Estados e principalmente os municípios, estão abarrotados de parentes das lideranças políticas, ocupando cargos estratégicos, onde na maioria das vezes o critério não é o da meritocracia, mas o do sobrenome. Aliás, no Brasil vale muito mais do que o currículo.

     Em uma visão além do bem e do mal, as nomeações de parentes na esfera pública, em tese não sofre nenhum tipo de interpelação de quem tem competência para fazer. Pelo contrário, assiste a tudo calado em um claro retrato de omissão e de falta de compromisso com os ideais republicanos.

 

Hely Ferreira é cientista político.


P.S.: Contexto Político. Muito nos honra a sua presença e colaboração aqui no blog, Prof. Hely Ferreira. Um grande abraço!

 

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