quinta-feira, 14 de julho de 2022

Editorial: Embarcando em três canoas, qual a real estratégia de Gilberto Kassab?



O jornalista João Pedroso de Campos, da redação da revista Veja, chama a nossa atenção sobre um tema interessante, ou seja, qual a real estratégia de um dos atores mais hábeis da atual conjuntura política brasileira, o ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, Presidente Nacional do PSD. Como se sabe, Kassab, depois de ver supultada todas as suas tentativas de viabilizar um nome para concorrer às eleições presidenciais deste ano, acabou tendo como única alternativa - ou seria jogada? - a articulação de alianças localizadas com os principais concorrentes ao Palácio do Planalto. 

Jair Bolsonaro(PL), em São Paulo, Luiz Inácio Lula da Silva(PT) em Minas Gerais, e Ciro Gomes(PDT) no Rio de Janeiro. Há quem advogue, que a opção dele em vincular-se ao bolsonarismo em São Paulo não teria sido uma boa jogada. No mínimo, incoerente e divergente do padrão de alianças celebradas em outras praças, o que poderia significar um lance equivocado no jogo político. Por outro lado, existe sempre aquele ditado que recomenda nunca colocar todos os ovos numa única cesta. 

Importante entender, no entanto, como observa João Pedroso, que o objetivo principal daquela raposa política seria o de ampliar, o quanto possível, sua bandada de representantes no Legislativo, se cacificando para as futuras negociações de apoios no parlamento, seja lá quem for o inquilino do Palácio do Planalto. Ainda existe - como pano de fundo que, neste caso não é cueca - a questão do fundo partidário, que é calculado com base nas bancadas.

Esta, aliás, tem sido a mesma estratégia do Centrão, comandado pelo Presidente da Câmara Federal, Arthur Lyra, e o Ministro-Chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira. O importante é ampliar a base de representantes, contingenciando o futuro governante a aceitar suas exigências em troca dos apoios. Tais exigências, como se sabe, tem um alto custo.   

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