terça-feira, 2 de agosto de 2022

Editorial: Atentados à democracia no 7 de setembro?




Temos repetido por aqui, reiteradas vezes, que hoje, somos a democracia mais ameaçada do planeta. Esta afirmação não é do cunho deste humilde cientista político, mas de órgãos que se proponhem a analisar a saúde das democracias pelo mundo. Para este humilde observador de nossa cena política, é realmente uma lástima que tenhamos chegado a este estágio. Como informava o filósofo, dormimos o sono político que produziu o monstro. No futuro, é possível que cheguemos a conclusão de que talvez tenhamos sido demasidamente tolerantes com os intolerantes, quebrando uma regra básica do paradigma de Karl Popper, ao apontar os inimigos de uma sociedade livre.  

Somos informados pelo mídia que se planeja para o próximo 07 de setembro, quando comemoraremos os 200 anos de nossa independência do país, uma grande mobilização popular, tendo, entre as suas principais reivindicações, imaginem, um pedido de transparência do processo eleitoral. Isso equivale dizer que as urnas eletrônicas serão mais uma vez atacadas. O país possui uma das melhores espertises mundiais em eleições, isto com o reconheciemento da comunidade internacional. Eleições limpas, transparentes, com seus resultados respeitados e referendados, eis aqui um dos fatores que mais contribuíram para consolidar nossa democracia política nos últimos 34 anos, depois da redemocratização. 

Ainda ontem, por ocasião da retomada dos trabalhos no TSE, o ministro Edson Fachin voltou a falar sobre este assunto, enfatizando a absoluta condição de segurança do nosso sistema eleitoral. Infelizmente, o país atravessa um momento de instabilidade institucional e político, com capacidade de produzir danos ainda mais severos aos alicerces de nossa democracia. Esta é a primeiro vez, em muitos anos de eleições, que olhamos para os números das pesquisas de intenção de voto com alguma preocupação maior que a simples performance alcançada pelo nosso candidato em relação ao adversário. 

Nesses tempos bicudos, esses números passaram a se constituir em indicadores de risco para a nossa democracia, como já anda tendo rumores de que teremos um setembro negro no próximo dia 07, com suspeitas de que poderiam haver atentados, com o propósito de atingir os próprios partidários, e responsabilizar a esquerda pelos atos, com o objetivo de criar aquele climão tão bem conhecido de todos. Quando vejo a Polícia Federal pedir a prisão preventiva de candidato a vereador recentemente preso, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, depois de ameaças a membros do STF e ao candidato Lula, suspeitando de sua vinculação com organizações criminosas, fico de orelha em pé. 

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