Não sei se a expressão "fascismo brasileiro' seria muito feliz. Quem sabe "fascismo à brasileira" constitui-se numa expressão mais adequada. Em qualquer circunstância, no entanto, o fascismo sempre escolhe os seus inimigos. Aliás, o "mito', para sobreviver, precisa fomentar a existência de inimigos reais ou fictícios, insuflando suas hordas de apoiadores contra ele. Na Alemanha nazista há relatos de crianças alemães agredindo crianças judias, influencidas pelo ódio disseminado pelos nazistas contra o povo judeu. No país, há uma lista enorme de inimigos do projeto autoritário tupiniquim.
Partidos políticos, jornais, emissoras de televisão, instituições jurídicas, ministros de Estado, academia, instituições públicas... a lista é enorme, mas gostaríamos de acrescentar, mais recentemente, institutos de pesquisas, como é o caso do Datafolha, pelo simples fato de o Instituto trazer a público números não favoráveis ao governo nas pesquisas de intenção de voto. A imprensa noticiou, no dia de hoje, que um entrevistador foi brutalmente agredido por um cidadão, simpático ao bolsonarismo, pelo simples fato de não entrevistá-lo. Até uma faca peixeira por muito pouco não teria sido utilizada, num acesso de fúria.
Aqui em Pernambuco - não fosse suficiente o baixo nível da campanha conduzido por alguns candidados, registro aqui as honrosas exceções - no dia de ontem, no bairro de Casa Amarela - onde nasceu o educador Paulo Freire - tiros foram disparados contra a varanda de um apartamento que ostentava uma bandeira do PT. As primeiras informações dão conta de uma possível rajada de metralhadora. Fomos informados de um movimento a nivel mundial no sentido de reconhecer, de imediato, o resultado das eleições no Brasil, de preferência logo depois do primeiro turno das eleições. Seria mais um antídoto às eventuais contestações dos seus resultados. Como se observa, pelo andar da carruagem política, o clima não é dos melhores.
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