Depois de sofrer ataques violentos e desumanos - fora dos padrões mínimos de civilidade, como ela mesmo definiu - a ministra Cármen Lúcia, do STF, em sessão na Suprema Corte, fez uma avaliação do grave momento institucional enfrentando no país. Em tais circunstâncias, as responsabilidades do Supremo Tribunal Federal, como guardião da Constituição, assumem uma magnitude incalculável. Mas, de acordo com a ministra, vale o esforço para livrar o país, regime democrático e o Estado Democrático de Direito dos seus algozes. A luta exige serenidade e firmeza, atuando em conjunto, com precisão cirúrgica, como ocorreu ontem, em mais uma tentativa de tumultar o processo eleitoral, criando as condições para as investidas de caráter autoritário.
Os algozes de nossa democracia se alimentam da desordem, da mentira, do caos, do desrespeito às regras do jogo, do enfrentamento das instituições legitimadas, para avançarem em seus projetos autoritários. Ontem foi mais uma evidência de que ainda temos a elasticidade institucional suficiente para suportar os solavancos de retrocessos autoritários. Como mãe, avó, mulher, difícil dimensionar o sofrimento infringido à ministra, depois do tratamento abjeto desferido pelo ex-deputado. São "agruras' que vão além de qualquer civiidade', conforme ela mesmo definiu.
Dormimos o sono político que produziu o monstro. E esse monstro dá todos os indicadores de que só gosta de rodízio de pizza e carne - preferencialmente com os apoiadores do agronegócio - essa ideia de rodízio de poder não é com ele não. Estamos atolados numa encrenca institucional, de dimensões gigantescas, seja qual for o resultado das urnas no próximo domingo. Certamente teremos um terceiro turno, o que significa dizer que o ambiente político promete permancer turvo pelos próximos meses.
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