terça-feira, 11 de outubro de 2022

Editorial: A pesquisa IPEC que é um bálsamo para Lula



Depois dos resultados discrepantes dos índices de intenção de voto do primeiro turno - que ficaram bem distantes das margens de erro dos próprios institutos -  os grandes órgãos de pesquisa de opinião produziram algumas explicações sobre o fenômeno, como as mudanças de comportamento do eleitor, de última hora, que eles não conseguiram captar. Não acreditamos que eles estejam com a credibilidade arranhada, mas o fato concreto é que há um clima hostil a esses institutos, ao ponto de se pensar, neste momento, sobre a possibilidade de se criar comissões para se investigar suas atuações. 

Comendo o mingau quente pelas beiradas, competindo entre os grandes, o Paraná Pesquisas cravou sua credibilidade neste campo como o instituto que mais se aproximou dos resultados das eleições no primeiro turno. Talvez por isso a sua pesquisa para o segundo turno, prevista para ser divulgada no dia 13, esteja criando uma grande expectativa entre os staffs de campanha e os formadores de opinião.A pesquisa do IPEC, divulgada no dia de ontem, no entanto, traz um grande alento para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pois o apresenta com 9 pontos de diferença em relação ao seu rival, o presidente Jair Bolsonaro. Lula aparece com 51%, enquanto Jair Bolsonaro crava 42%. 

Salvo alguns equívocos pontuais - como esta birra com o STF - a campanha do presidente Bolsonaro está sendo bem-conduzida por seus assessores, que são experts no assunto. Ganhou a musculatura de grandes apoiadores em colégios eleitorais decisivos; aufere os bons ventos soprados pela economia; tem mantido a moderação necessária, exceto em relação ao STF. Mas estão mantidas as taxas de rejeição ainda altas, confirmando uma premissa levantada pelo consultor Thomas Traumann de que o problema de Bolsonaro é o próprio Bolsonaro. São suas posições, suas falas polêmicas, que estão servindo de munição para o adversário explorar durante a campanha, o que eles estão fazendo sistematicamente. Pode estar dando resultado, produzindo um efeito mais preocupante entre os eleitores do que permitir que Lula volte ao Palácio do Planalto, a despeito dos equívocos cometidos no passado.   

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