quinta-feira, 13 de outubro de 2022

Editorial:Bolsonaro, um cabra da peste no Recife

 



Ontem, na Festa da Padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida, o presidente Bolsonaro arrancou vaias e aplausos. O mesmo comportamento a platéia dispensou ao bispo Dom Mauro Morelli, que celebrou a missa, quando em sua homelia, ele fez críticas à instrumentalização política de uma festa de cunho religioso. Durante a campanha do primeiro turno, o PDT gastou milhões de reais com o marqueteiro João Santana - muito bem conceituado no mercado e bem-sucedido em diversas campanhas políticas - que não encontrou o timing certo do candidato Ciro Gomes. 

Ciro acabou a campanha amargando um quarto lugar, abaixo da estreante Simone Tebet, que participava, então, do seu primeiro voo solo rumo ao Palácio do Planalto. Como já afirmamos por aqui, fica patente que o staff político de Jair Bolsonaro faz um esforço enorme para corrigir alguns rumos da campanha, principalmente aqueles relacionados às suas declarações espontâneas, mas não necessariamente felizes. O esforço não é em vão, posto que, na medida do possível ele vem procurando adotar um estilo mais ponderado e comedido, algo que, possivelmente não seria do agrado do bolsonarismo raiz, que prefere vê-lo enfurecido, enfrentando seus adversários com bravatas e palavras de ordem. 

Bolsonaro guarda o "sotaque' - não se corrigiu completamente - mas procura atender às recomendações do seu staff político. O voto do bolsonarista raiz é algo certo, mas o que ele precisa agora é ampliar seus escores junto a outros segmentos do eleitorado se deseja vencer o petista no dia 30. Aqui no Nordeste - ou na nossa querida Recife, mais precisamente em Boa Viagem, um conhecido reduto bolsonarista - ele chegou doce, doce como o mel, lembrando que sua esposa é nordestina, tratando todo mundo como cabra da peste, disposto a ampliar seu eleitorado na região, depois de declarações infelizes sobre a região. O evento, se comparado às grandes concentrações bolsonaristas no local, foi um fracasso.  

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