sábado, 5 de agosto de 2023

Editorial: Uma CPI da CPI.



Raposa política cevada nos estertores da política - sem sujar as mãos, que fique claro - o velho Ulisses Guimarães, ao falecer, deixou algumas pérolas sobre o submundo das coxias do poder. Uma dessas máximas dizia respeito às CPI's, onde o político afirmava que sabemos como elas começam, mas nunca como terminam. Pela hegemonia da oposição sobre a CPI do Movimento Sem Terra, é possível que possamos nos antecipar às suas conclusões no que concerne ao relatório que será produzido sobre as ações desse movimento. A questão, no momento, diz respeito a como essa comissão está sendo conduzida, parecendo mais como uma praça de guerra entre Governo e Oposição. 

Os embates tem sido duro e talvez esteja prejudicando o ambiente de trabalho, assim como distorcendo os objetivos preliminarmente estabelecidos pela CPI, uma vez que estão saindo de um amibente civilizado - o que seria o desejável - para um clima de intensa animosidade, com agressões e ofensas pessoais. Sensato, um dos parlamentares sugeriu que talvez fosse o caso de os deputados estarem discutindo, na realidade, um projeto de reforma agrária para o país, que se arrasta desde 1500. O dinheiro público seria melhor empregado. As animosidades entre os dois polos estão chegando a um nível tão elevado que já há parlametar processando o próprio presidente dos trabalhos, o Deputado Federal coronel Zucco, por gordofobia, em razão dele ter perguntado a uma deputada se ela não queria um hambúrguer.  

O relator, por sua vez, não consegue esconder sua tendenciosidade na condução dos trabalhos. Da última vez, chegou a constranger o general Gonçalves Dias acerca de seu posicionamento em relação ao Golpe Civil-Militar de 1964, inclusive enaltecendo a ruptura com a democracia naquela período de obscurantismo e trevas que o país enfrentou.  O propósito foi o de constranger o general, atirando-o contra os seus pares. Até melancia foi degustada durante a sessão, numa alusão clara, contingenciado o advogado do paciente a pedir providências ao condutor dos trabalhos. Que coisa pavorosa! Talvez fosse o caso que criarmos uma CPI da CPI.   

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