sábado, 2 de setembro de 2023

Editorial: O nó górdio da minirreforma administrativa ou a armadilha da governabilidade.


Pelo que se prenuncia, ninguém vai ficar muito satisfeito com essa minirreforma administrativa que deverá ser anunciada por Lula. Já comentamos por aqui como seria esse esboço preliminar, permitindo-nos a opção de não voltamos a tratar do assunto em seus detalhes, até mesmo para não cansar os leitores. Logo em seguida, publicamos um texto onde informávamos  que um cacique do Centrão havia antecipado que o que Lula pretendia anunciar era apenas um tapa-buraco, muito longe de atender aos anseios ou expectativas do grupo político. 

O núcleio político e ideológico do PT, por outro lado, não gostou nenhum pouco do assédio do grupo sobre ministérios estratégicos, como o de Desenvolvimebto Social. Os socialistas, por sua vez, também não ficaram nada satisfeitos em entregar o Ministério de Portos e Aeroportos, além de rachar o da Indústria e Comércio com os Progressistas, ao se desmembrar a Secretaria de Micro e Pequenas Empresas, transformada num ministério sem pé nem cabeça, apenas e unicamente para arranjar uma solução política que acomodasse os novos inquilinos. 

Agora já se anuncia que a reforma terá um novo adiamento, diante dos acontecimentos do dia de ontem, onde um inquilino da Esplanada dos Ministérios, indicado ao cargo por um partido integrante do Centrão, recebeu a visita da Polícia Federal e encontra-se encrencado até a medula, uma vez que suas práticas irregulares já se tornaram corriqueiras. É um quantomais!(assim mesmo). Rapaz, que dilema complicado este enfrentado pelo Governo Lula. 

Em nome da governabilidade, precisa abrir espaço no Governo para este grupo, quando se sabe que, não necessariamente, eles se guiam pelos bons princípios da administração pública. Depois, se sente constrangido em tomar medidas mais radicais para não desagradá-los e enfrentar problemas com pautas importantes do governo, que precisam de aprovação do Legislativo. Se não tomar tais medidas, por outro lado, pode ser acusado de leniência ou até mesmo conivencia. 

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