O ministro Flávio Dino passa por um momento difícil no Ministério da Justiça e Segurança Pública. Há muita gente desejando o seu escalpo. Até recentemente, numa reunião que envolveu alguns ministérios do Governo Lula, ocorreu um desentendimento entre um representante militar e um dos principais assessores do ministro Flávio Dino. A discussão girava em torno de aplicação da GLO em Portos e Aeroportos do Rio de Janeiro. O militar, que integrava a equipe, fez apenas algumas ponderações acerca das dificuldades operacionais de aplicaçao da GLO, o que irritou profundamente o assessor de Flávio Dino, que teria ligado para o ministro José Múcio, queixando-se do problema e pedindo providências.
Logo em seguida, o militar foi afastado da equipe. O episódio dá bem a dimensão do grau de tensionamento reinante hoje no Ministério da Justiça. E olha que isso foi muito antes de explodir o episódio da presença da dama do crime organizado em audiências oficiais naquele ministério. Por razões já exaustivamente discutidas aqui, algumas alas bolsonaristas não suportam o ministro Flávio Dino. Mas eles não estão sozinhos na cruzada daqueles que pedem a sua cabeça.
A tese encontra respaldo em setores da grande imprensa e até mesmo entre o núcleo duro petista, onde já existe alguns membros lançando fogo amigo contra o ministro. É gente perigosamente próxima ao morubixaba petista. Por aqui pode-se mesmo falar numa espécie de ciúme, provocado pelo protagonismo assumido pelo ministro no Governo Lula. Entre esse núcleo duro, a defesa de sua indicação para o STF possuía este componente. Por outro lado, existe igualmente o sentimento de que os problemas de segurança pública estão produzindo alguns desgastes para o Governo.
Flávio Dino ainda mantém intacto o seu capital político junto ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Seu nome ter saído da bolsa de apostas para o Supremo Tribunal Federal é atribuído a outros problemas. Hoje essas coisas precisam ser combinadas com o Legislativo. Por outro lado, existe muita gente de olho em sucedê-lo naquele ministério e ele não abre mão de indicar o seu sucessor. O recente fogo amigo partiu de uma pessoa que deseja ardentemente ocupar a pasta. Não tem qualquer chance, mas as pessoas são livres.
Nenhum comentário:
Postar um comentário