Naquela postagem fazíamos referência a quem assumiria a condição de representar o argentino nas eleições presidenciais brasileiras, em 2026, já que o presidente Jair Bolsonaro está fora do páreo, em razão da inelegibilidade. Pelo andar da caruagem política, o que não faltarão por aqui são os Javier Milei tupiniquins, dispostos a encamparem sua plataforma e, quem sabe, até os seus símbolos. Assim que Lula assumiu a Presidência da Repubica, houve um momento de arrefecimento do bolsonarismo. Jair Bolsonaro, na avaliação de próprio Valdemar da Costa Neto, não assumia o papel de líder da oposição e, de alguma forma, alguns bolsonaristas até consideraram prudente manter um certo distanciamanto do ex-presidente. Para completar, ainda haviam as encrencas jurídicas que o capitão enfrenta até hoje.
Hoje, não mais. Com o Governo enfrentando algumas dificuldades iniciais na condução da política econômica - o déficit público já é superior a R$ 120 bilhões - momentos complicados na articulação política, o ex-presidente Bolsonaro voltou a fazer suas caminhadas pelo Brasil, orientar a orquestra da bancada de Oposição no Legislativo e reaproximar-se dos seus apoiadores pelo Brasil Afora. Seus aliados não escondem o desejo de ir às ruas defender ao seu legado e as suas bandeiras. A radicalização bolsonarista passou, então, por um momento de renovação. A aprovação da PEC do STF, por exemplo, está sendo classificada por um experiente jornalista e blogueiro, como um gol de placa do capitão.
Assim, uma das condições impostas pelo PL para apoiar o projeto de reeleição de Ricardo Nunes em São Paulo é exatamente colocar na vice uma bolsonarista raiz, a Secretária da Mulher do Governo de Tarcísio de Freitas. Hoje, durante um encontro com auditório lotado, o Secretário de Justiça de Cidadania do Governo de Estado, Fábio Pietro, numa infeliz estocada nas lideranças sindicais, informou que eles davam aulas vagabunda de Filosofia e Sociologia. Foi vaiado pelo auditório lotado, mas, embora reprovável, seu discurso é a média do bolsonarismo radical neste momento.
Não esperem nenuma medida de repreensão de sua fala. Não é nosso propósito estabelecer uma comparação entre o presidente argentino, Javier Milei, e o Secretário de Justiça e Cidadania de São Paulo, Fábio Pietro. O que desejamos enfatizar por aqui é que o solo do bolsonarismo radical está úmido, bem adubado, propício para vicejar atores políticos com as similaridades do futuro presidente da Argentina.
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