segunda-feira, 6 de novembro de 2023

Editorial: O Globo publica infográfico sobre a situação do Partido Liberal nas capitais.



Ontem, dia 05, o jornal carioca O Globo publicou uma espécie de infográfico sobre a situção do Partido Liberal nas capitais brasileiras. Os projetos da sigla do ex-presidente Jair Bolsonaro são ambiciosos, mas, como aconselha as raposas políticas, numa democracia representativa, para que qualquer projeto político tenha êxito, antes é preciso combinar com o eleitorado. Não é prematuro afirmar que, hoje, as condições da oposição ao Governo Lula não são das piores, sobretudo se considerarmos as dificuldades políticas e econômicas que o Governo Lula enfrenta. 

Os problemas poderão vir a ser superados até outubro de 2024? Sim e não. Há quem sugira que o Governo Lula está metido numa espiral complicada, de difícil equacionamento, o que favorecerá, ainda mais, a renhida oposição nas eleições municipais do próximo ano. Talvez possamos admitir como possível alguma solução para o problema do déficit público até as eleições. É difícil, mas não de todo improvável, sobretudo se Lula resolver deixar de gastar mais do que arrecada e ouvir mais o seu Ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Segundo alguns interlocutores, neste caso, Lula tem dado mais ouvido ao seu Ministro da Casa Civil, Rui Costa. 

Há aqui um grande dilema, uma vez que fechar as torneiras, embora seja uma medida prudente, também fragiliza politicamente o Governo nas eleições municipais. Do ponto de vista político, mesmo com as inúmeras articulações perpetradas, o governo Lula não terá trégua da oposição. Mesmo com alguns parlamentares e indicados, pragmaticamente, ocupando espaços na máquina, as lideranças de legendas como Progresssitas, Republicanos e União Brasil desejam manter uma distância regulamentar do Governo Lula. O senador Ciro Nogueira, por exemplo, chegou a apostar que o PT não faz um únio prefeito de capital nas próximas eleições. 

O que mais nos chama a atenção nesse infográfico é uma tendência do bolsonarimso à radicalização. Em alguns momentos, a associação orgânica ao nome de Bolsonaro poderia sugerir uma eventual rejeição do eleitorado. Pelos nomes da bolsa de apostas que lideram as indicações pelo país afora, tal premissa está descartada: Alexandre Ramagem, General Girão, Abílio Brunini, Gustavo Gayer, Marcelo Queiroga, Gilson Machado Neto. Um timaço de bolsonaristas roxos. O jornal não traz nenhum informação sobre a performance desses bolsonaristas em suas respectivas praças. Salvo melhor juízo, também deixaram de trazer informações sobre a capital do Ceará, Fortaleza, onde o também bolsonarista raiz, André Fernandes, é candidatíssimo. 

Confirmando ainda mais este alinhamento incondicional ao "mito", segundo pesquisas do Instituto Paraná Pesquisas, a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro  pode escolher o estado por onde deseja ser senadora da República. Em São Paulo, o próprio jornal especula que os caciques da legenda estariam negociando uma eventual composição de chapa com o atual gestor, Ricardo Nunes, onde a Secretária da Mulher, do Governo Tarcísio de Freitas, Sonaira Fernandes, poderia ser indicada como vice. A ideia é fortalecer ainda mais o identitarismo bolsonarista. Sonaira é aquela mesmo que afirmou que feminismo mata.  

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