quinta-feira, 30 de novembro de 2023

Editorial: Socialistas se mobilizam em favor de Ricardo Cappelli.



O nome é escrito assim mesmo, com dois "p" e dois "l", embora seja uma grafia que, não raro, induza ao erro de alguns jornalistas e blogueiros. Por ocasião do escândalo do "Mensalão', com Lula sendo jogado às feras, homem de incontestável coerência, o ex-governador Miguel Arraes deixou o Palácio do Campo das Princesas para fazer uma visita de solidariedade ao amigo em Brasília. Embora simbólica, diante da agruras enfrentadas pelo chefe da nação, tal visita contribuiu para injetar um fôlego novo ao morubixaba petista, permitindo que ele cruzasse o vale da sombra da morte e sobrevivesse.  

O PSB possui uma das histórias mais importantes no contexto das agremiações partidárias brasileiras. Personalidades importanres de nossa História militaram naquela agremiação política, como foi o caso de João Mangabeira, Ruem Braga, Evandro Lins e Silva. Ao longo dos anos, o partido foi perdendo essa suas referências históricas, diluindo-se ideologicamente, estabelecendo alianças políticas duvidosas, aderindo a um pragmatismo político, não raro, completamente destituído dos princípios ideológicas que nortearam a sua fundação. É o que o professor Michel Zaidan Filho trata como decomposição ideloógica. 

Estreitando os laços com o PT, os socialistas chegaram ao poder nas eleições presidenciais passadas, abocanhando a vice e três ministérios no Governo Lula: Indústria e Comércio, Portos e Aeroportos e Justiça e Segurança Pública. Numa minirreorma recente, com o propósito de acomodar o Centrão no Governo, Lula entregou o Ministério de Portos e Aeroportos para o Republicanos, assumindo a pasta o pernambucano Sílvio Costa Filho. Reservou ao ex-titular da pasta, o socialista Márcio França, aquilo que os jornalistas já estão tratando como um miniministério, que seria o das micros empresas. 

Com a saída de Flávio Dino do Ministério da Justiça e Segurança Pública, seria natural que os socialistas se mobilizassem para estancar a sangria de sua participação no Governo. Estão organizando um manifesto em favor da condução do Secretário-Executivo da pasta, Ricardo Cappelli, ao cargo, mas o enredo é bastante complexo. O Ricardo que anda sendo comentado como provável sucessor de Flávio Dino é outro, o Lewandowski, ex-membro da Suprema Corte. A reação do STF ao corpo mole do Governo em relação à votação da PEC do STF deixou o Planalto bastante preocupado. Outra possibilidade que surge no horizonte, com melhor potencial de acomodação da base aliada, é o desmembramento da pasta, criando-se o Ministério da Segurança Pública. 

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