A proposta de zerar o déficit público em 2024, por outro lado, seja lá quem for o vencedor dessa queda de braços, deve ser solenemente abandonada. O Governo Lula já começa a criar algumas rusgas com setores historicamente identificados com o petismo, como uma boa parte de categorias dos servidores públicos federais, que ficaram sem quaisquer perspectivas de recomposição das perdas salariais para o próximo ano. Durante o Governo Bolsonaro, alguma categorias chegaram a acumular pedas salariais superiores a 60%.
Ao longo dos anos, com o poder aquisitivo em queda livre, a tal granada a que se referia o ex-Ministro da Economia, Paulo Guedes, realmente explodiu, produzindo seus efeitos nos bolsos dos servidores federais. Quando iniciou o Governo, Lula abriu uma ampla janela de negociações, com o propósito de corrigir essas injustiças. Muitos setores, igualmente atingidos por injustiças, tiveram a correção integral das perdas, como foi o caso da correção integral da defasagem dos valores da merenda escolar, das bolsas de pesquisa de mestrado e doutorado. Foram corrigidas em sua integralidade.
Por outro lado, entende-se que corrigir mais de 60% das perdas de uma canetada só seria praticamente impossível. No ano anterior, o Governo concedeu 9% para os serviodores civis, sob o argumento de que, paulatinamente, essas distorções entre as diversas categorias de servidores públicos seriam sanadas. Logo no ano seguinte, diante dos apertos e contenções, o orçamento está sendo aprovado sem previsão de reajuste para os servidores. Convém observar que, entre os dias 08 e 09 de dezembro, o Governo Lula liberou algo em torno de 10 bilhões em emendas parlamentares, numa manobra de resultados duvidosos, em razão da falência do modelo de presidencialismo de coalizão. Os caras recebem, não dão contrapartida e ainda pedem mais. Nem as prostitutas agem assim, com o respeito devido às profissionais do sexo. Elas costumam honrar o combinado.
Um dos assessores da Ministra de Gestão, Esther Dweck, propõe aumentar alguns penduricalhos, uma espécíe de auxílios agregados à folha, como auxílio alimentação, auxílio creche, o que só atingiria quem estivesse na ativa, deixando de fora os aposentados e pensionistas, ampliando ainda mais as distorções. Diante de tais circunstâncias, de acordo com as federações que congregam as inúmeras categorias de servidores, não será improvável que comecemos o ano de 2024 com greves dentro do serviço público federal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário