segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

Editorial: Para 2026, Lula com Chuchu talvez não caia tão bem para alguns petistas.



Apenas alguns setores mais orgânicos do Partido dos Trabalhadores esboçaram uma certa resistência ao nome do ex-governador Geraldo Alckmin integrar a chapa Lula\Alckmin, nas eleições presidenciais passadas. No final, todos acabariam entendendo que Lula precisava aparar as arestas com a Farias Lima se quisesse chegar ao Palácio do Planalto. A situação se tornou tão engraçada que Alckmin, durante a campanha, ao invés de trabalhar no sentido de angariar a simpatia desses setores mais conservadores - com os quais sempre foi inegável as cordiais relações -, passou a considerar a ideia fixa de debelar a resistência daqules setores do PT que esboçavam uma rejeição ao seu nome. O staff de campanha do petista chegou à conclusão de que ele não estava contribuindo como poderia.  

Quando a chapa foi oficializada, inclusive, fez questão de afirmar que Lula com Chuchu caía muito bem. Ao longo do primeiro ano de Governo, Alckmin foi vencendo tais resistências, chegando a ser aclamado até mesmo em encontros do MST. O tempo passou e hoje, rigorosamente, a relação entre o ex-governador tucano e alguns setores do PT não é mais a mesma. Hoje se tem como certo que o presidente Lula deverá mesmo disputar a reeleição em 2026. Por outro lado, torna-se cada vez mais improvável que a dobradinha seja repetida. É nítido o desgaste dos socialistas no contexto do Governo Federal. 

Perderam ministérios importantes como Justiça e Portos e Aeroportos. Ricardo Cappelli, por exemplo, precisou ser acomodado numa agência do próprio Ministério da Indústria e Comércio sob a tutela de Geraldo Alckmin. A candidatua da Deputada Federal Tabata Amaral à Prefeitura de São Paulo, tornou-se outro fator de indisposição entre as duas legendas. Até recentemente, o morubixaba petista jantou com a família Campos aqui no Recife, assim como nos velhos tempos, degustando o repasto gastronômico da culinária nordestina. 

Ainda noutros tempos, havia até mesmo os causos de Ariano Suassuna para facilitar a digestão. Este editor acompanhou um vídeo onde o líder petista faz rasgados elogios ao gestor recifense, observando que ele é uma agradável surpresa, herdando, como gestor e político, algumas características do avô Miguel Arraes e, sobretudo, a conhecida habilidade política do pai, Eduardo Campos. Lula sabe que, na praça recifense, qualquer bom resultado do PT nas próximas eleições municipais passa, necessariamente, por uma aliança com o socialista. Puro pragmatismo político. Até mesmo uma eventual negociação para retirar Tabata Amaral do páreo em São Paulo passa pela capital do Estado de Pernambuco.     

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