terça-feira, 6 de agosto de 2024

Editorial: As vaias contra Lula no Chile.



Em visita ao Chile o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi solenemente vaiado pela população local, no momento em que se encontrava com o presidente daquele país, Gabriel Boric. As vaias seriam decorrentes de um eventual apoio de Lula ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, que enfrenta um dos seus momentos mais delicados. Se, durante o governo anterior, a política de relações exteriores mereceram algumas críticas contundentes, durante o Governo Lula 3 algo também não está dando certo, comprometendo uma forte tradição da diplomacia brasileira, alicerçada durante décadas pelo Instituto Rio Branco que, nem mesmo durante os governos militares teve seu prestígio abalado. 

Setores mais autênticos da esquerda fazem muitas críticas às constantes concessões do Governo Boric aos representantes da extrema-direita, que ainda são fortes naquele país. De concessão em concessão ele acaba comprometendo algumas pautas progressistas. Em todo caso, no plano das relações exteriores, Gabriel Boric tem se mostrado bastante prudente e ponderado em seus pronunciamentos. Condenou veementemente violações de direitos civis na Nicarágua, assim como o que ocorre na Venezuela, onde pairam enormes dúvidas sobre o resultado das últimas eleições presidenciais. 

Aliás, a prudência é um atributo que deve ser solenemente respeitado pelos governantes. Açodamento não faz bem para ninguém, muito menos para quem ocupa este lugar de fala. Independentemente das criticas ao que ocorre na Venezuela, onde sugere-se que algumas regras do jogo democráticas não estão sendo respeitadas, cumpre aqui fazer mais uma ponderação pertinente: A oposição Venezuelana é uma oposição "normal", daquela que se sujeitaria, em novas eleições, ao saudável processo de alternância no poder? A Venezuela entrou numa espiral de crise institucional gravíssima. 

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