domingo, 4 de agosto de 2024

Editorial: A Batalha dos Guararapes II



Em Jaboatão dos Guararapes trava-se uma das batalhas mais renhidas das próximas eleições municipais de 2024 em Pernambuco. É curioso como ali está se montando uma espécie de zona de luta livre, ou seja, mesmo aliados no plano estadual e nacional ali se digladiam para medir forças. Mano Medeiros, atual gestor, é candidato à reeleição pelo PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro, aqui representado pelo ex-prefeito Anderson Ferreira, que dirige o partido. Embora filiado ao partido, aventa-se a possibilidade de o gestor preferir manter uma distância regulamentar do "mito". 

A deputada federal Clarissa Tércio, filiada ao PP, também é uma bolsonarista roxa. Na convenção de hoje, domingo, dia 04, que homologou seu nome como candidata da legenda àquelas eleições municipais, o presidente local do partido, o deputado federal Eduardo da Fonte(PP-PE), teceu alguns comentários que deixaram os bolsonaristas do PL bastante magoados. No dia de ontem, 3, foi a vez do PT homologar a candidatura do ex-prefeito Elias Gomes(PT-PE) como candidato do partido. Para ali convergiram os atores políticos mais relevantes da legenda no estado, a exemplo do deputado estadual João Paulo, que compareceu ao avento vestindo uma camisa lilás que está dando o que falar na crônica política local. 

PT e PSB articularam naquela praça uma retomada da chamada Frente Popular, em defesa da candidatura de Elias Gomes, tratada como prioritária para as pretensões do PT no plano nacional, assim como pelo prefeito João Campos(PSB-PE), no plano estadual, uma vez que encontra-se entre os seus projetos a eventualidade de uma candidatura ao Governo do Estado em 2026. Em meio a este turbilhão político, a governadora Raquel Lyra(PSDB-PE) encontra-se numa situação de equilíbrio instável. Se se inclina a apoiar o nome de Elias Gomes, estará apoiando o nome que está recebendo o apoio do seu principal adversário político no Estado, o prefeito João Campos. Se fica com Mano Medeiros, estará apoiando o nome de alguém do PL, embora mantenha distanciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. Se resolve assumir o apoio ao nome de Clarissa Tércio, como deseja Eduardo da Fonte, terá que assumir que está apoiando um bolsonarista raiz, o que não seria nada conveniente quando se tenta construir as pontes com o Palácio do Planalto. Escolha difícil a da governadora. 

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