sábado, 3 de agosto de 2024

Editorial: Quem matou Ismael Hanieyh


Serviços secretos que se prezam não saem por aí anunciando que mataram este ou aquele inimigo. Assim, embora acusado, o Mossad, o temido serviço secreto de Israel, não assumiu o atentado que matou o líder político da resistência islâmica do Hamas, Ismael Hanieyh, que estava no Irã para acompanhar a cerimônia de posse do novo presidente do país. Matéria da revista Veja desta semana aponta que vários servidores ligados ao aparato de inteligência e segurança do Irã foram afastados do seus cargos em razão do atentado. 

A ousadia do ato implica em falhas imperdoáveis, sobretudo se entendermos que Ismael encontrava-se em uma fortaleza, uma residência militar fortemente protegida. A princípio foi divulgado que o artefato havia sido plantado no local há bastante tempo, aguardando apenas a chegada do hóspede, disparado por controle remoto. Agora as próprias autoridades iranianas informam que o artefato foi disparado de fora, possuía algo em torno de sete quilos. Integrantes da Guarda Revolucionária Iraniana asseguram que haverá retaliações, no momento certo, possivelmente na mesma proporção. 

Não é a primeira vez que isso ocorre naquele país, evidenciando a vulnerabilidade do sistema de segurança interna. Faz sentido as intervenções nesta área nevrálgica, pois algo sugere que tal operação possa ter contado com infiltrados ou agentes duplos atuando dentro do país. Vários físicos nucleares que trabalhavam no projeto de desenvolvimento de uma bomba atômica no país já foram assassinados, alguns deles dentro do território iraniano.  

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