quinta-feira, 15 de agosto de 2024

Uma conversa afiada sobre as próximas eleições municipais do Recife.


Em 2012, quando nos dirigíamos para o trabalho, acompanhávamos o esforço de campanha do então candidato Geraldo Júlio(PSB-PE), um técnico escolhido pelo ex-governador Eduardo Campos para concretizar o seu projeto de ocupar o Palácio Capibaribe, fortaleza até então sob o controle do PT. Com grande expertise técnica, Geraldo era um neófito na política, mas pesquisas qualitativas realizadas pelos próprios socialistas indicavam que, naquele momento, os recifenses desejavam alguém com perfil de gerente para a cidade. Um técnico caía como uma luva, pois também atendia às desconfianças do ex-governador em relação ao seu staff político. 

Salvo melhor juízo, no dia anterior ocorrera um debate onde o candidato havia se saído muito bem. Ao voltarmos para casa, nós, que acompanhávamos aquelas eleições através de postagens regulares aqui pelo blog, publicamos um artigo que alcançou grande repercussão, pois antecipávamos a vitória do candidato socialista sobre o seu oponente do PT. O artigo tinha o título de 50 tons de amarelo, a cor dos socialistas. Num dos comentários, alguém sugeriu que só havia faltado no artigo colocar 40 ao invés de 50, uma vez que 40 era o número dos socialistas. 

Nas últimas eleições para o Governo do Estado, onde havia uma disputa acirrada entre as candidatas Marília Arraes e Raquel Lyra, ponderamos, sempre através desses artigos, o exato momento em que a eleição de Marília Arraes estava irremediavelmente comprometida. Isso ocorreu quando a candidata, talvez num gesto político cuja dimensão não havia sido avaliada corretamente, resolve reaproximar-se dos socialistas, grupo político que os eleitores já haviam dado demonstração de que não gostariam que continuassem à frente do Palácio do Campo das Princesas. Desta vez, o artigo recebeu o título de "E Marília vacilou". 

O artigo fazia alusão ao livro "E o Outro Vacilou", do executivo Roger Enrico,  que aborda  a disputa de mercado entre a Coca-Cola e a Pepsi-Cola em solo americano. Executivo da Coca-Cola, por uma dessas motivações esquisitas, resolveu alterar o sabor da tradicional Coca-Cola, permitindo à Pepsi alcançar expressiva fatia do mercado de refrigerante nos Estados Unidos. Hoje, como se sabe, naquele país,  a disputa é lata a lata. Temos acompanhado com lupa o que está ocorrendo nas eleições municipais em todo o país. 

Em São Paulo, por exemplo, preocupa-nos o padrão de agressividade e xingamentos entre os candidatos que concorrem à cadeira do Edifício Matarazzo. Até o momento, quase não se conhece suas propostas. Isso está beirando à irresponsabilidade por parte de alguns dos postulantes. Aqui no Recife, algumas questões passaram a incomodar os candidatos, expressas em situações como o abandono do centro; as inúmeras áreas ainda vulneráveis às intempéries da natureza; os níveis de pobreza da população, que colocam o Recife como a segunda cidade mais desigual do país;   o agravante problema da violência, onde a Prefeitura pode colaborar, mas depende de sua articulação com o Estado e com o Governo Federa; a questão da mobilidade urbana, entre outras. Será que essas questões poderiam ofuscar o filtro de uma aprovação da ordem de 69% da população? 

A partir da próxima segunda-feira, 19, as discussões sobre o tema eleições municipais ficarão concentradas em nosso perfil da Plataforma Privacy, que pode ser assinado por aqui, onde os leitores e leitoras terão um panorama sobre o que ocorre no tocante a este assunto, em praças como Recife, São Paulo e João Pessoa. Não deixe de assinar e interagir conosco a respeito de mais uma eleição crucial para os rumos de nossa democracia, que cada vez mais perde espaço para o rolo compressor de uma extrema-direita disposta a ganhar mentes e corações através de uma bem elaborada estratégia de comunicação.  


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