sábado, 26 de outubro de 2024

Editorial: A arrancada de Boulos na reta final de campanha em São Paulo.


Sempre que as forças do campo progressista conseguiram chegar ao Edifício Matarazzo, em São Paulo, isso se deu numa disputa bastante renhida, com definição nos momentos finais da contenda. Foi assim com Marta Suplicy, foi assim com Luíza Erundina. A experiência de Luíza Erundina como prefeita de São Paulo tratou-se de uma experiência emblemática, produzindo até mesmo alguns trabalhos acadêmicos, como uma dissertação de mestrado do cientista político Cláudio Gonçalves Couto, hoje professor da Fundação Getúlio Vargas. À época, Erundina foi cobrada pela militância da legenda a transformar São Paulo numa republica socialista, o que, convenhamos, não seria assim tão simples. 

Boulos, por exemplo, tratou de afugentar toda espécie de estigmas associadas à esquerda em suas falas e plataformas programática e de comunicação com o eleitor paulistano. Se submeteu até a um convite com cara de arapuca promovido pelo empresário Pablo Marçal. Uma vaselina o fez transitar, sem quaisquer constrangimentos, pelos corredores da Faria Lima. Aliás, a geografia do voto em São Paulo mostra exatamente que ele mantém algumas dificuldade principalmente junto a um eleitorado mais pobre, residente na periferia, o que demandou um grande esforço de concentração de campanha do candidato nesta reta final. 

A diferença de votos entre ele e o prefeito Ricardo Nunes já chegou a 22 pontos e hoje está reduzida a 10, segundo o Paraná Pesquisas, o que significa uma arrancada espetacular de sua campanha. Estima-se que nãos seja suficiente, porém, para ele atingir a linha de chegada em primeiro lugar. A probabilidade de o PT fazer um prefeito de capital estaria melhor em outras capitais, a exemplo de Fortaleza, onde a disputa está equilibradíssima entre Evandro Leitão e André Fernandes. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário