quarta-feira, 9 de outubro de 2024

Editorial: Conclusões sobre as últimas eleições municipais a partir do "bruxo".



Há uma profusão de análises sobre as eleições de 2024. Não surpreende neste momento, uma vez que tal eleição representou um avanço das forças de centro-direita, e até de extrema-direita na quadra política brasileira, capaz de mexer no tabuleiro central daqui para frente. Eles avançaram em termos de capilaridade política e número de votos, não deixando margem para dúvidas. Mantida essa tendência de crescimento do centro-direita no país, é uma questão de tempo - 2026 ou 2030 - para esses grupos tomarem a bastilha do Palácio do Planalto. 

Setores do campo progressistas já advogam que Lula precisará se reinventar a partir dessa segunda quadra de mandato, criando uma espécie de Lula 3b. O problema é que o morubixaba petista emite sinais de quem não estaria muito motivado para este embate, talvez preferindo a opção de tornar-se "confiável" a essa correlação de forças que se engendra neste momento. É estranho o rumo que o seu governo está tomando, em alguns casos abdicando de pautas caras ao campo progressista. Ontem tivemos a oportunidade de acompanhar uma entrevista do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, ao Folha\OUL

Como bom estrategista, não revela todos os seus planos, permitindo algum mistério ou, deliberadamente, emitindo comentários que podem confundir o adversário. Kassab aprendeu com as ostras a não abrir a boca além do limite permitido. Ocorre um fenômeno curioso com esses moluscos. Durante a maré baixa eles costumam abrir a boca. Os caranguejos aproveitam para atirar uma pedra ou uma alga nesta abertura, não permitindo que eles voltem a fechá-la, tornando-se fácil a sua captura.  Por falar demais, esses moluscos viram comida de caranguejo. Fica a lição. 

Daquilo que foi possível abstrair de sua entrevista, podemos concluir que o nome que está sendo trabalhado no momento por esses segmentos conservadores é o do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, pois este tem maior maleabilidade política e partidária do que o capitão, que, além de inelegível, não seria um homem de partido; As rusgas públicas externadas pelo pastor Silas Malafaia podem ir além de um desabafo, indicando que há defecções na base de apoio bolsonarista; Há particularidades entre uma eleição municipal e uma eleição presidencial, mas, a rigor, a direita ampliou sua musculatura nessas eleições; O debacle do PT não representa, necessariamente, um enfraquecimento do morubixaba petista, uma liderança suprapartidária. 

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