sábado, 2 de novembro de 2024

Editorial: Não é com ironias que o problema da violência no país será enfrentado.



Grupos nas redes sociais estão festejando a estocada que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu no governador de Goiás, Ronaldo Caiado, durante sua fala no encontro sobre segurança pública, ocorrido recentemente em Brasília. Voltamos a repetir, Ronaldo Caiado não falou como um governador de oposição, tampouco sugeriu que teria alguma solução mágica para enfrentar o problema da segurança pública no país. Suas críticas ao SUSP foram consistentes, amparada em sua expertise do crime organizado no seu estado. Caiado fala com o currículo de quem ostenta os melhores índices de segurança pública no país. Precisava ser ouvido com muita atenção, de preferência com um caderninho de anotações. Mas, conforme enfatizamos antes, estamos diante de um diálogo de surdos. 

É quase impossível que se construa algum consenso sobre o assunto entre a União e os entes federados. Não temos nenhuma simpatia, tampouco alguma licença para defender o governador de Goiás, mas, por outro lado, fica evidente a alienação do poder central em relação ao assunto. Há décadas se sugere que o enfrentamento do problema passa pela asfixia das fontes que o alimenta. O Governo Federal faria um trabalho eficaz e eficiente se minimizasse a entrada de drogas e armas no país, fechando as fronteiras, quem sabe utilizando as Forças Armadas. Alguns entes federados estão criando batalhões de fronteiras com este propósito, por entender que o problema exige ser enfrentado no seu nascedouro. Não se pode entender que uma região como a Amazonas, que integra ou faz fronteiras com centros produtores de drogas, esteja completamente sob o domínio do crime organizado. Segundo Caiado, nem a FUNAI consegue mais realizar seu trabalho naquela área. 

Violência não é coisa que possa ser tratada com as reticências de ser governo ou oposição. Aqui em Pernambuco, foi concebido um dos programas mais eficientes no combate à violência, solenemente ignorado por se tratar de um projeto que possuía a marca dos governos socialistas que passaram pelo Campo das Princesas. 

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