Depois do velho morubixaba, agora foi a vez de Roseana Sarney, governadora do Estado do Maranhão, anunciar que deverá deixar a vida pública de onde, aliás, eles nunca deveriam ter entrado. O fato é que o clã enfrenta uma grave crise de renovação naquele Estado. Pela primeira vez, em mais de 50 anos, eles podem perder a hegemonia do controle político. A correlação de forças políticas hoje em jogo levanta concretamente a possibilidade de um êxito dos grupos que fazem oposição ao clã. A rigor, além de Roseana, não há outros herdeiros do mesmo sangue. Zequinha Sarney, por razões conhecidas, não entra nessa galeria. Desta vez, nas próximas eleições, devem disputar o Governo do Estado com um tal de "Lobinho", filho de Edson Lobão, Ministro das Minas e Energias, fiel escudeiro da família. Mais uma oligarquia que deve cair de podre. O Maranhão é um dos Estados mais fragilizados socialmente da Federação. 50 anos de domínio político do grupo não foram suficientes para reverter esse quadro. Aliás, o propósito nunca foi esse. Espírito público, naquela concepção republicana de servir ao público, não entre no receituário político dos Sarney. Interessa apenas o pleno exercício do poder político, aliado à liturgia e às benesses inerentes. Montaram uma engenharia de poder quase inabalável, com influência em diversas instituições, além do controle da informação, posto que possuem concessões de rádio, TV e jornais. Um poder sem limites, perceptível em cada esquina das ruas daquele Estado. Por uma dessas ironias do destino, foi justamente o PT quem permitiu uma sobrevida ao grupo liderado por José Sarney. Vamos ver como as coisas se arranjam nessas eleições. Seria de bom alvitre que o clã fosse apeado da vida política daquele Estado. A res publica agradeceria. Já vão tarde. Não deixarão saudades.
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