O mal precisa ser cortado pela raiz. O país já conhece suficientemente as consequências de ser tolerante com os intolerantes. Até recentemente, talvez numa estratégia suicida, conforme é a opinião de companheiros de farda, um general do Exército admitiu, em depoimento durante audiência no STF, que seria ele o responsável pela plano "Punhal Verde e Amarelo", que tinha, entre seus objetivos, o assassinato de autoridades da República e do STF. Legalmente, não se pode acampar em frente às unidades militares, algo que ocorreu até recentemente em praticamente todo o país. Se tal premissa legal fosse adotada, talvez não chegássemos ao 08 de janeiro. Supõe-se, por consequência, que estivemos diante de uma permeabilidade perigosa. Isso talvez explique o número até expressivo de militares arrolados na tentativa de golpe de Estado.
O mesmo raciocínio se estabelece em relação ao aparato militar do Distrito Federal, que, desta vez, tomou a iniciativa, em acatamento a uma determinação do Ministro Alexandre de Moraes, de desmobilizar o acampamento imediatamente, sob pena de, em não se cumprindo a determinação, a decretação da prisão dos envolvidos. Medida corretíssima. Pessoas idosas, doentes, insufladas por essas hordas, hoje se encontram encrencadas com a justiça e, em alguns casos, até foragidas do país. No dia de ontem, 25, até esboços de meditações religiosas haviam sido iniciados. Segundo aquele filósofo alemão, basta um gaiato estimular e a loucura coletiva se instaura de vez. Conhecemos bem tal dispositivo.
O país entrou numa espiral complicada. Um turbilhão de problemas de natureza política e econômica. É preciso a adoção de medidas na dose certa e muita calma nesta hora. Políticos migrando para a terra do Tio Sam para trabalharem contra os interesses nacionais, neste último caso, com determinação expressa para não se ausentar do país. Não se chega a uma resolução do impasse sobre as tarifas impostas aos produtos de exportação brasileiros pelos Estados Unidos. Prazos se exaurindo e prejuízos gigantescos no horizonte.