pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Afinal, João Grilo era um socialista?
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sexta-feira, 25 de julho de 2014

Afinal, João Grilo era um socialista?




A imprensa, de um modo geral, cometeu muitos equívocos em relação à doença e morte do escritor paraibano Ariano Suassuna. Em alguns casos, parecia até haver uma torcida por sua morte, o que gerou uma concorrência macabra entre os veículos, alguns deles, literalmente, "matando" o escritor antes mesmo do anúncio oficial de sua morte. Um conhecido blogueiro nacional, ligado a um desses grandes veículos, comunicou que a morte do escritor era uma questão de horas, o que, de fato, acabou se confirmando, mas, essa "premonição" não caiu muito bem do ponto de vista da ética profissional.O açodamento era tão evidente que ele acabou editando a postagem com erros crassos de ortografia. O enredo nefasto foi concluído ontem - assim espero - no momento do enterro do escritor, no cemitério Morada da Paz, em Paulista. A presidente Dilma - que nos bons tempos das orgias gastronômicas da residência de Dois Irmãos - não resistia aos causos do escritor durante as sobremesas - fez um esforço danado para estar presente durante as últimas homenagens ao escritor. Houve um momento em que foi entoada a música de Capiba, Madeira de Lei que Cupim não Rói, muito identificada com o escritor, que chegou a cantarolá-la durante algumas campanhas políticas no Estado, em apoio a João Paulo e Eduardo Campos. Daí ao repórter concluir que se tratava do "Hino de Eduardo" e que a presidente Dilma teria passado uma saia-justa no momento em que os presentes cantaram a música símbolo de um clube carnavalesco recifense, vai uma longa distância. O episódio ocorreu durante a cerimônia no Palácio do Campo das Princesas. O coro teria sido "puxado" pelos familiares do ex-governador e candidato à Presidência da República. A música não é de Eduardo Campos nem houve alguma tentativa de constranger a presidente. Politicamente, Ariano é um personagem ainda a ser decifrado. Entre as pretensões do Movimento Armorial, por exemplo, estava a tentativa de tornar erudita a cultura popular do Nordeste, uma empresa com alguns apontamentos críticos de autores que se debruçaram sobre a análise de sua Obra. O que vem se observando na realidade - como apontou o professor Michel Zaidan em artigo publicado no blog - é uma tentativa perpetrada pelos neo-socialistas tupiniquins de se apropriarem do seu legado, instrumentalizando a figura pública do escritor com finalidades políticas. Essa engrenagem, inclusive, não é nova. Está em curso já faz algum tempo. De socialista, como conclui Michel, essa turma não tem nada. Mas, da esperteza, do jogo de cintura, do fingimento, da malandragem de João Grilo, eles têm de sobra.

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