pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: maio 2024
Powered By Blogger

sexta-feira, 17 de maio de 2024

Editorial: É grande a insatisfação dos tucanos com a indicação de Paulo Pimenta como Autoridade Federal para Reconstrução do Rio Grande do Sul.


Lideranças tucanas ponderam entrar na justiça contra a indicação de Paulo Pimenta como Autoridade Federal para a Reconstrução do Rio Grande do Sul. Vamos ser francos por aqui. O presidente Lula não foi muito feliz nesta indicação. Entre os atropelos, o fato de o governador do Estado apenas tomar conhecimento da indicação através da imprensa. Já ocorreram algumas manifestações duras de tucanos - e não tucanos também - acerca deste assunto, mas se, de fato, eles entrarão na justiça contra a indicação é algo que precisamos apurar com mais rigor. 

Apesar de o grau de insatisfação ser expresivo e evidente, não temos essa confirmação. Fazemos essa ressalva em meio às tormentas e inundações de notícias falsas divulgadas sobre a tragédia no Rio Grande do Sul. Mesmo diante de tais circunstâncias, como se sabe, Governo e Oposição não baixaram a guarda. Como Pimenta é gaúcho e eventual candidato ao Governo do Estado nas eleições de 2026, há quem enxergue na indicação indícios de que o Planalto poderia estar tentando favorê-lo. 

Gente do próprio Governo teria aconselhado o morubixaba petista a ponderar sobre a indicação do subordinado para aquele cargo. Não acreditamos que Lula tenha passado da fase de ouvir conselhos. Talvez fosse prudente ouvi-los de vez em quando.  

Editorial: Vamos ter duas candidaturas da federação PSOL\Rede no Recife?



Pelo andar da carruagem política, o impasse está confugurado. A federação PSOL\Rede apresenta duas candidaturas à Prefeitura da Cidade do Recife nas eleições de 2024? Alguém vai ter que ceder, uma vez que, legalmente, isso seria improvável e a federação já teria tomado uma decisão referendando a indicação da vereadora Dani Portela(PSOL-PE) como a candidata oficial ao pleito municipal. Depois do aval positivo da federação, Dani Portela reafirma sua candidatura no de hoje, em ampla matéria publicada no Jornal do Commercio, ao passo que o Deputado Federal Túlio Gadelha(Rede-PE) anuncia um encontro, programado para o bairro de Casa Forte, que reunirá as apoiadoras femininas de sua candidatura. 

Dani Portela, salvo melhor juízo, foi a vereadora mais bem vontada para a Câmara de Vereadores do Recife nas últimas eleições. Nos escaninhos da política especula-se que a candidatura de Dani Portela poderia ter o estímulo do Palácio Capibaribe, ao passo em que a candidatura do Deputado Túlio Gadelha poderia estar sendo estimulada pelo Palácio do Campo das Princesas, consoante interesses de atores específicos que atuam no nosso tabuleiro político. 

O candidato oficial do Palácio do Campo das Princesas, Daniel Coelho, não aparece bem nos primeiros levantamentos de intenção de voto sobre as próximas eleições municipais, de onde se conclui sobre a possibilidade de a governadora Raquel Lyra cogitar de um plano "B" para as próximas eleições municipais. O plano "B", segundo se especula, seria o Deputado Federal Túlio Gadelha(Rede-PE). O arranjo para que ele seja o candidato da federação Rede\PSOL, no entanto, está sensivelmente prejudicado, uma vez que legal e legitimamente o nome de Dani Portela como candidata está sendo referendado.    

Charge! Jaguar via Folha de São Paulo

 


quinta-feira, 16 de maio de 2024

Editorial: Cida Ramos fez tudo conforme as regras internas do PT. É o nome que deveria ser escolhido para a disputa.



Há alguns anos atrás, quando produzimos um trabalho acadêmico sobre o Partido dos Trabalhadores, o jornalista que está assumindo a SECOM - Secretaria de Comunicação Social do Governo Federal - Laércio Portela, era então um colunista de política do tradicional Diário de Pernambuco. Láercio fez uma entrevista com este editor, publicada numa página inteira do jornal, o que à época, já era uma cortesia significativa.  Por essa época o PT ainda guardava algumas reservas ao processo de oligarquização\burocratização, embora essa tendência já pudesse ser observado em alguns processos internos de tomada de decisões da legenda.

O fato é que os setores mais orgânicos daquela organização partidária, por aqueles idos, mesmo diante de mudanças que se tornariam inevitáveis, ainda preservavam os valores que caracterizavam o PT como um caso único no escopo do sistema partidário brasileiro. O cientista político italiano Ângelo Panebianco, afirma que essas características iniciais nunca são abandonadas definitivamente. Talvez ele tenha razão. Observar, em algumas praças, como Fortaleza, por exemplo, a realização de uma prévia para a escolha de um candidato é algo dos mais alvissareiro. 

No caso de João Pessoa, o processo seria o mesmo. Apenas a Deputada Cida Ramos cumpriu todo o rito, conforme um militante da legenda declarou recentemente em entrevista, conversando com as bases, construindo em conjunto as diretrizes de um eventual programa de governo, assumindo compromissos com os segmentos sociais de base da agremiação. Cida Ramos é o nome que deveria ser escolhido para representar o partido na disputa. A outra escolha será protética, burocrática, imposta, e já começa perdendo, por não contar com o apoio de amplos setores de base do partido.Na realidade, o PT - leia-se aqui algumas instâncias deliberativas da legenda - ao recuar das prévias se meteu numa tremenda enrascada.  

Editorial: Com 15,3% das intenções de voto, Datena cogita de uma candidatura à Prefeitura de São Paulo.


Numa pesquisa de intenções de voto recente, realizada pelo Instituto Paraná Pesquisas, o apresentador José Luiz Datena desponta com 15,3% das intenções de voto. A princípio, haveria uma negociação entre socialistas e tucanos, no sentido de que o apresentador ocupasse a vaga de vice na chapa encabeçada pela Deputada Federal Tabata Amaral(PSB-SP). As negociações não são fáceis. Apenas do ponto de vista dos tucanos, a bancada de vereadores do partido defende o apoio ao projeto de reeleição do prefeito Ricardo Nunes(MDB-SP). 

Além disso, com essa ideia fixa de se constituir numa alternativa de terceira-via, dirigentes tucanos teriam exigido o compromisso da candidata de que não apoiariam o nome de Guilherme Boulos(PSOL-SP), num eventual segundo turno entre ele e o prefeito Ricardo Nunes. Os tucanos estão perdidos entre as nuvens no seu ninho mais emplumado. Chegaram a conversar com Nunes, mas exigiram a indicação do vice, o que não foi aceito pelo prefeito, que disputa a reeleição. 

Agora os tucanos cogitam de uma candidatura própria, que pode ser o próprio nome em princípio articulado como vice de Tabata Amaral, o apresentador José Luiz Datena. Caso isso se concretize, a candidatura de Tabata Amaral, que hoje ocupa a terceira posição na disputa, cai para a quarta posição. Ela tem afirmado, no entanto, que manterá sua candidatura. 

Editorial: A reação de Eduardo Leite à indicação de Paulo Pimenta para o Ministério Extraordinário de Reconstrução do Rio Grande de Sul.

 


No dia de ontem, 15, circularam alguns vídeos tratando de um eventual mau-humor do governador gaúcho Eduardo Leite, quando o presidente Lula anunciou a criação de uma espécie de Ministério Extraordinário para a Reconstrução do Rio Grande do Sul. Lula escalou o companheiro Paulo Pimenta para a missão, gerando algumas especulações sobre o que se reserva para a SECOM - Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República. Tratamos deste assunto por aqui, mas, em princípio, a transisão no órgão ocorreu sem traumas, seguindo os trâmites normais, sendo indicado para assumir o cargo deixado pelo titular, o jornalista pernambucano Laércio Portela, que já exercia o cargo de Secretário-Executivo do órgão. 

Num contexto sensivelmente adverso como o que vem sendo enfrentado pelos gaúchos, seria até natural a tensão do governador diante do grau de sofrimento da população e as dificuldades ou mesmo impotência de enfrentar a situação. Nas coxias, no entanto, especula-se sobre um constrangimento político em curso, motivado, sobretudo, pelo nome indicado para assumir o cargo de Autoridade Federal no Estado. Comenta-se que Paulo Pimenta poderia ser um pré-candidato ao Governo do Rio Grande do Sul nas eleições de 2026. 

Pelo sim, pelo não, não foi feliz a indicação do nome de Paulo Pimenta para exercer essa função. Num momento como este o que menos se deseja é a disputa de holofotes. Sabe-se das melhores intenções de Lula, assim como da seriedade do Paulo Pimenta, mas vai ficar sempre essa nuvem nublada de contornos políticos na indicação, indispondo petistas e tucanos. O espectro político do governador, inclusive, é bem mais amplo, quem sabe até uma candidatura presidencial.   

Editorial: Executiva Nacional do PT se reúne no dia 20 para definir a situação do Recife e de João Pessoa. Agora vai?

 


No Recife a única alternativa possível ao PT será acompanhar o projeto de reeleição do prefeito João Campos(PSB-PE), conforme já enfatizou um morubixaba local da legenda, mesmo sem a prerrogativa de indicar o nome que comporá a chapa de reeleição do prefeito, na condição de vice. Em João Pessoa a situação foi se tornando mais complicada, à medida em que a legenda abdicou dos processos naturais e orgânicos de escolha, que seriam as prévias, antes previstas, conforme ocorreu em Fortaleza.  

Desde então, o imbróglio só se amplia, criando uma situação cada vez mais complicada, cujo desfecho, muito possivelmente, terá reflexos no desempenho do partido naquelas eleições municipais. Hoje, em matéria do site ClicPB, o Deputado Estadual Luciano Cartaxo, que já foi prefeito da capital por dois mandatos, afirma sua convicção numa candidatura própria do partido naquela praça que, seria, obviamente, ele mesmo. É bom que se diga que Cartaxo foi contra o processo de escolha através das prévias, onde teria que disputar a indicação com a também Deputada Estadual, Cida Ramos.

Os arranjos indicam que o PT caminha para a definição de uma candidatura própria naquela praça. O problema é mais interno. Cida Ramos teria maior penetração nos setores de base e orgânicos da legenda, enquanto Luciano Cartaxo possui maior capilaridade junto à burocracia partidária. Sem as prévias, as chances de Cida Ramos diminuem na mesma proporção em que aumentam as chances de Cartaxo na escolha através de uma deliberação das instâncias partidárias.    

Editorial: PEC do Quinquênio some da pauta.


Há quem afirme que se trata apenas de uma manobra temporária, com o objetivo de deixar a poeira baixar. Por outro lado, também existe a consciência de que se formou um consenso em torno do assunto, apontando para inoportunidade dessa PEC, num contexto de imensas injustiças já existentes no serviço público brasileiro. Seja lá como for, o fato é que a PEC sumiu da pauta. Pelo menos no que concerne a este assunto, é salutar ouvir parlamentares da oposição se posicionando contra a proposta de emenda à Constituição, uma excrescência que, aliás, dada a indecência, nem deveria ter sido proposta. 

Trata-se de uma proposta indecente. Como se formou um mínimo de consenso sobre o assunto entre Governo e Oposição no que concerne a apreciação dessa matéria, as suas chances de aprovação seriam inexistentes. Se aprovada, a PEC representaria um verdadeiro rombo nas contas públicas, já então debilitadas, não apenas a nível federal, mas igualmente para Estados e Municípios, que que resolverem inserir outras tantas categorias de servidores no trenzinho da alegria, além de juízes e desembargadores. 

O jornal Folha de Londrina publicou a charge que ilustra este editorial. Infelizmente, não deu para identificar o nome do chargista, mas gostaríamos de parabenizá-lo pelo excelente trabalho, traduzindo, com maestria, a "naturalização' dos privilégios na sociedade brasileira.      

Charge! Laerte via Folha de São Paulo

 


quarta-feira, 15 de maio de 2024

Editorial: Edinho Silva. De Araraquara para a SECOM?


Segundo conseguimos apurar, a despedida de Jean Paul Prates da Petrobras foi marcada por grandes emoções. Prates teria se emocionado ao se despedir dos agora ex-companheiros de trabalho. Uma série de fatos indicavam que a situação poderia ter sido minimamente contornada na estatal, depois das indisposições de Prates com integrantes do próprio Governo. Junta-se a isso a tragédia que ocorre no o Rio Grande do Sul, o que poderia levar o morubixaba petista a esperar mais um pouco por uma decisão sobre a saída de Prates da estatal. 

Independentemente dessas circunstâncias, no entanto, ele foi afastado da empresa. Prates saiu resssentido, pois considera a possibilidade de ter sido vítima de fogo amigo de integrantes do próprio Governo. Recentemente Lula nomeou Paulo Pimenta para assumir uma espécie de Ministério Extraordinário para coordenar as ações do Governo Federal no Rio Grande do Sul. Pimenta deixa a SECOM, e, nessas ocasiões, como de praxe, assume o número 2 ou Secretário-Executivo do órgão. 

Ocorre porém que Lula intensificou as suas conversas com Edinho da Silva, prefeito de Araraquara, interior paulista, que já ocupou a Secretaria de Comunicação Social do Governo Federal no passado. Novidades por aqui? Vamos aguardar mais um pouco. 

P.S.: Do Contexto Político: Assume interinamente a Secom, o jornalista pernambucano Laércio Portela, adjunto do órgão, dentro de uma sucessão natural.  

Editorial: Olha o centenário de Osman Lins aí, gente!



Antes de regressar ao Recife, depois de uma temporada de estudos nos Estados Unidos e na Europa, o sociólogo Gilberto Freyre foi aconselhado por amigos, principalmente Oliveira Lima, a procurar outras praças, em razão dos problemas da inveja aqui no Recife algo que, segundo se especula, poderia ter sua origem no nosso processo de formação histórica, forjado nessas oligarquias familiares, num perfil que se aproxima bastante do conceito de familismo amoral cunhado pelo cientista político americano Edward Banfield. Ou seja, os recursos públicos e o exercício do poder não se constituem algo do interesse comum, mais são apropriados, de maneira nada republicana, por nucleações familiares, seus agredados e áulicos. 

"Fazer críticas no Recife, Deus do céu! É o mesmo que querer usar patins sob aquele céu ardente", adevetiu Oliveira Lima ao amigo. Professores mais próximos de Gilberto, como Armstrong, sugeriram até mesmo que ele permanecesse em solo americano e escrevesse em inglês, o que o antropólogo recusou, observando que não saberia dançar em inglês, o que ele fazia tão bem no idioma de Camões. Gilberto acabou voltando ao Recife, onde teve um começo profissional com alguns atropelos e não deixou de fazer alguns inimigos, como reflexo das advertências de Oliveira Lima. 

Nascido em Vitória de  Santo Antão, cidade da Zona da Mata Centro do Estado de Pernambuco, filho de um alfaiate e de uma dona de casa, o escritor Osman Lins encontrou inúmeras dificuldades em ser legitimado na sua condição de escritor. Sua carreira só deslanchou quando mudou-se para o Estado do Rio de Janeiro, em ambiente mais promissor culturalmente e, possivelmente, menos invejoso. Mesmo com o seu talento para a escrita já reconhecido, era tratado pelos gestores de uma agência de um banco no Recife, instituição onde trabalhava, como um simples bancário. 

Alguns anos depois, alcançando projeção nacional como escritor, o banco, sugerindo-se o reconhecimento de uma eventual injustiça inicial,  o convida para uma exposição. Ele se recusa a participar. Estava revendo em nossos papéis, uma resenha que fizemos, ainda no CAC\UFPE, sobre o romance Avalovara, um dos mais importantes de sua carreira literária. À época, fomos conhecer a sua cidade natal, onde, ao longo de sua obra, alguns logradouros públicos são mencionados. 

Há pouco dias, lemos um texto escrito por Marcus Prado, publicado no Diário de Pernambuco, alusivo ao centenário de seu nascimento, onde o autor faz referências às suas experiencias na zona rural da cidade de Vitória de Santo Antão, onde o escritor nasceu. Vivências rurais nada comparáveis ao Menino de Engenho de José Lins do Rego, mas, nem por isso menos importante. Osman era muito exigente com sua escrita. Como ele mesmo admitiu, chegou ao limite de sua criatividade com o romance Avalovara que levou um bom tempo para ser concluído. Essa exigência pessoal, segundo Regina Igel, que escreveu uma biografia intelectual do escritor, devia-se à inspiração do pai, que era alfaiate, sempre preocupados com as linhas e os cortes retos e precisos. 

Agora no dia 05 de julho, se estivesse vivo, Osman Lins comemoraria os seus cem anos. É lamentável que governos e instituições não prestem uma homenagem a um dos maiores escritores do Estado e do país. Não estamos observando nenhuma movimentação neste sentido. Há muitas histórias sobre o escritor pernambucano. Escrevemos um longo texto tratando deste assunto, mas ficou mais parecendo com um ensaio, incompatível aos limites impostos por este blog. 

Editorial: Os golpistas que fugiram para o exterior.



Os rumores políticos indicam que a possibilidade de uma  anistia ampla, geral e irrestrita estaria sendo discutida entre os parlamentares, aproveitando o momento talvez mais oportuno para fazê-lo, ou seja, o da sucessão nas duas Casas Legislativas, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal. Do ponto de vista jurídico, tal possibilidade inexiste - e acreditamos que eles estão convencidos disso - mas do ponto de vista político, tudo é possível. A turma consegue dá nó em água por aqui, sobretudo num momento onde os candidatos à presidência desses poderes estão naquela fase de contagem dos votos. 

Por enquanto, é cada um por si entre aqueles que já foram condenados por participarem dos atos golpistas do dia 08 de janeiro. Começou a circular pelas redes sociais, no entanto, a informação de que alguns desses condenados, cumprindo pena em regime aberto com o uso de tornozeleiras eletrônicas, estariam fugindo parao exterior. Isso é uma questão que precisa ser investigada pela Polícia Federal, para saber se, de fato, procede essa suspeita ou possibilidade real.

Alguns deles estão com as suas vidas completamente destroçadas, depois de se aventurarem a embarcar nessa canoa furada, insuflados pelas redes sociais e por lideranças políticas irresponsáveis, apostando na irreversibilidade do processo e na impunidade. Até agentes de Estado se recusaram a cumprir com suas funções constitucionais naquele dia e estão presos, sem salários, possivelmente correndo o risco de perderem a patente conquistada com grande esforço. Outro dia um deles pediu liberação para participar das provas de um novo concurso público.   

Editorial: Paulo Pimenta é nomeado Autoridade Extraordinária para Reconstrução do Rio Grande do Sul.


O Ministro da Secreataria de Comunicação da Presidência da República, Paulo Pimenta, foi confirmado como Autoridade do Governo Federal para a reconstrução do Rio Grande do Sul. A informação aqui é de fonte oficial. Convém fazer tal ressalva, depois da enxurrada de notícias falsas envolvendo os problemas que os gaúchos estão enfrentando neste momento, algo que já se tornou caso de polícia, uma vez que a Polícia Federal foi acionada para investigar os irresponsáveis que estão plantando essas fake news. O próprio Paulo Pimenta já foi vítima de uma tentativa de lacração. Teve um diáologo gravado por um prefeito de um município do Estado.  

Há una série de questões envolvendo aquele Estado, inclusive sobre a gestão do governador Eduardo Leite(PSDB-RS), mas preferimos não abordá-las neste momento para evitar maiores polêmicas. Uma em particular, porém, chama muito a nossa atenção pelo inusitado da situação. Há um vídeo onde se sugere que o governador do Estado estaria preocupado com o montante de doações de alimentos e roupas enviadas, em razão dos problemas que isso poderia acarretar para o comércio local.

É preciso que isso seja, de fato, confirmado ou não, uma vez que a tal da inteligência artificial está sendo utilizada para fins escusos. No Estado vizinho da Paraíba, ocorreu de uma gravação ser veiculada com a fala fake de um parlamentar, o que está dando uma tremenda confusão por aquelas bandas. Como repetimos sempre, estamos vivendo tempos sombrios ou bicudos, onde as precauções se impõem.       

Charge! Leandro Assis e Triscila Oliveira via Folha de São Paulo

 


terça-feira, 14 de maio de 2024

Editorial: Lula demite Jean Paul Prates da Petrobras.


O presidente Lula demitiu o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, de acordo com informações da Revista Carta Capital. A situação de Prates ficou praticamente insustentável na estatal, depois de uma série de divergências internas com membros do próprio Governo Lula. Segundo informações dos escaninhos da política, especula-se que Lula teria sondado o presidente do BNDES, Aloízio Mercadante, para assumir a presidência daqueala estatal. 

Nos últimos dias, em busca do tempo perdido, Jean Paul Prates passou a adotar algumas medidas mais em consonância com as diretrizes do Governo, mas sua sorte já estava selada. Aguardava-se, tão somente, o melhor momento para se comunicar o seu afastamento do cargo, o que ocorreu hoje, mesmo quando todas as atenções do Governo Lula estejam voltadas para a tragédia que se abate sobre o Rio Grande do Sul. 

Assume interinamente em seu lugar a senhora Magda Chambriard, que ocupou o cargo de diretora-chefe da Agência Nacional de Petróleo durante o Governo da ex-presidente Dilma Rousseff. Por enquanto, depois de Mercadante, nem mesmo as coxias sugerem algum outro nome cotado para assumir o posto. Se Mercadante assumir seria muito maos por uma imposição política do que propriamente motivado por algum interesse pessoal. Ele está muito bem no BNDES. 

Editorial: O dentista preferido dos milicianos.



Nesses tempos bicudos que o país atravessa, não seria surpresa se chegássemos a estabelecer tal status da chamada deste editorial para essas figuras execráveis, que agem ao arrepio das leis, ou seja, os milicianos. Antes era comum afirmarmos algo sobre o dentista preferido do artistas, das estrelas, ou mesmo o cabeleleiro preferido do Sílvio Santos, coisas assim. Até o ex-presidente José Sarney, que completou 94 anos recentemente, ainda mantém sua fidelidade a um cabeleireiro de longas datas. Aqui na regição Nordeste se diz que mulher, cabeleireiro e alfaiate a gente só tem um. Para o católico tradicional, a rigor, a fidelidade ainda é mais severa. Casamento só se acaba com a morte de um dos cônjuges. 

Hoje, dentistas talvez não entrem nessa galeria de fidelidade, porque os preços são salgados e apenas poucos bolsos suportariam manter tal atitude. Mas, a rigor, tudo está mudando e numa velocidade espantosa. A classe média alta talvez ainda possa se dar ao luxo de manter estes profissionais de sua preferência. Até recentemente, a Polícia Federal estranhou um fato curioso. Há, na região de Rio das Ostras, no Rio de Janeiro, área dominada pela  milícia, um profissional que se tornou o preferido dos chefes desses grupos milicianos. Nove em cada dez miliciano procuram o seu consultório para realizarem tratamento dentário. 

O mais inusitado disso tudo, entretanto, e que deixou os policiais de orelha em pé, é que um ex-agente do Estado que, supostamente, estaria envolvido na trama que culminou com a morte da vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes, costumava frequentar o mesmo local. Ele confiava tanto no trabalho deste profissional que se deslocava do Recreio dos Bandeirantes para o Rio das Ostras, apenas para ser atendido por ele. Haja fidelidade! 

Editorial: Lula continua como única alternativa do campo progressista para as eleições presidenciais de 2026.


Não deve ser uma tarefa simples conduzir uma máquina federal, estadual ou municipal, daí entendermos como sinceras as declarações de Lula afirmando que, após este terceiro mandato, gostaria de descansar um pouco, aproveitar sua aposentadoria junto à esposa. Nesses momentos bicudos de instabilidade institucional,então, Lula, como observou o prefeito um prefeito de uma de nossas capitais, em entrevista recente concedida a uma revista circulação nacional, ainda tem a tarefa de governar sob o assédio de forças de perfil autoritário, e tentar reconstruir um Estado desmontado pelo bolsonarismo. 

Soma-se isso as intempéries da natureza, como esta que ocorre no Rio Grande do Sul, onde, além de atender às incomensuráveis demandas das vítimas, o Governo também precisa administrar os danos oriundos da máquina irresponsável de produção de fake news, em alguns casos, encetadas por membros inconsequentes desta oposição. A AGU acionou o Supremo Tribunal Federal para que tome as providências atinentes ao caso. A relatora do inquérito, por sorteio, será a Ministra Cármem Lúcia.   

Em meio às tormentas políticas e naturais, no entanto, o líder petista é o único e exclusivo representante do campo democrático e progressista para enfrentar as forças oposicionistas nas eleições presidenciais de 2026. A oposição bolsonarista, como fez recentemente ainda possui a prerrogativa de testar alguns nomes que se mostram competitivos para o pleito de 2026, uma vez confirmada a inelegilbilidade de Jair Bolsonaro. O elenco de possibilidades é relativamente expressivo. No campo democrático e progressista, no entanto, a única alternativa, de novo, é o próprio Lula. Pelo andar da carruagem política, o morubixaba terá que adiar a aposentadoria mais uma vez.  

Editorial: Era necessário mesmo importar arroz?


Em discurso recente, durante cerimônia oficial, falando de improviso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sugeriu ter errado ao não importar arroz. Isso ocorreu um pouco antes da tragédia que se abateu sobre os nossos irmãos do sul. Com as enchentes inundando algumas plantações do produto no Rio Grande do Sul, um dos nossos grandes produtores de arroz, essa tese ficou ainda mais reforçada, desta vez traduzida em milhões de toneladas do produto, que serão importadas, segundo anúncio oficial do Governo. Os números são expressivos. Seriam um milhão de toneladas ao custo de R$ 416 milhões.  

É sempre bom ouvir as pessoas que estão lidando no dia-a-dia com a situação. O presidente da Federarroz ( Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul), Alexandre Velho, sugere que não há a menor necessidade da importação do produto, pois não haveria hipótese de desabastecimento, uma vez que a safra fora colhida antes das enchentes. Existe o problema do escoamento da safra,mas, mesmo assim, seria um problema menor, contornado em pouco tempo.   

Em meio a esse impasse, de antemão, já estamos aqui diante de dois problemas, sobretudo como reflexo desses tempos bicudos que o país atravessa, de banalização de fake news, que não respeita nem os momentos de calamidades públicas. Divergências sobre a questão entre produtores e o Governo, cujas relações já não são das melhores, além de uma onda de boataria que começa a tomar conta do varejo, com denúncias de desabastecimento artificial com o propósito de especulação sobre o preço do produto e eventuais estoques de arroz pela população, o que seria desnecessário. 

Convém salientar aqui, entretanto, conforme observamos antes, que a decisão do Governo Lula em importar o produto foi tomada antes das ocorrências no Rio Grande do Sul. Por essa época, já se observava, por algum motivo, o aumento do preço do produto nas gôndolas dos supermercados, o que, muito possivelmente, estaria contribuindo para a perda de popularidade do Governo. Curioso que Lula passou a incorporar, desde então, o arroz nos seus discursos de improvisos.  

Charge! Benett via Folha de São Paulo

 


segunda-feira, 13 de maio de 2024

Editorial: PT adia mais uma vez decisão sobre as eleições municipais em João Pessoa.



Reunido hoje, dia 13, o Grupo de Trabalho Eleitoral do PT adiou, mais uma vez, a decisao sobre como será o posicionamento da legenda nas próximas eleições municipais. O próximo capítulo dessa novela está programado para o dia 20\05. 
A legenda se divide entre uma candidatura própria ou o apoio a um nome que possa representar alguma perspectiva de êxito no pleito, de preferência incorpando alguns tópicos da agenda do chamado campo progressista. 

Neste aspecto, se o partido não caminhar para uma candidatura própria - entre os deputados estaduais Cida Ramos e Luciano Cartaxo, ambos filiados ao partido - o candidato que mais se aproxima desse eixo, que já conta, inclusive, com o apoio do governador socialista João Azevêdo, é o do atual gestor da cidade, Cícero Lucena, do Progressistas, que lidera a disputa até este momento, segundo as pesquisas de intenção de voto. Cícero concorre à reeleição e o governador João Azevêdo(PSB-PB) é um aliado do Planalto. 

Conforme já tivemos a oportunidade de expor por aqui, essa demora na definição prejudica sensivelmebte os planos dos diretórios municipais e estaduais da legenda naquela praça. Até mesmo a opção por uma candidatura própria hoje já seria prejudicada. Diante dessa novela, penso que até o GTE já teria chegado à conclusão de que as prévias seriam o melhor caminho a seguir. O melhor e mais democrático. Registre-se.  

Editorial: Lula venceria Tarcísio por 46% a 40%, diz pesquisa do Instituto Quaest\Genial.


Se as eleições presidenciais de 2026 fossem realiazadas em maio, mais precisamente nesta primeira quinzena, o presiente Luiz Inácio Lula da Silva venceria aquele adversário que se apresenta como a principal alternativa do campo bolsonarista e conservador para as eleições de 2026, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. O placar seria de 46% a 40% por cento, sendo esta a notícia boa da segunda-feira, depois de publicarmos por aqui, o percentual de eleitores que não se dispõem a referendar um quarto mandato para o petista. 

Numa confirmação da inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro, a disposição de disputar as eleições presidenciais de 2026 não seria mais uma questão de decisão pessoal do governador, dada a centrífuga de forças que começaram a moer em torno desse projeto. Em resumo, não seria uma decisão apenas dele, mas de um conjunto de forças que começam a atuar em seu entorno, do ponto de vista político, econômico e midiático.  

Do lado governista, conforme ja comentamos na postagem anterior, o PT não se preocupou em forjar novas lideranças capazes de enfrentar as urnas representando o conjunto das forças do campo progressista de nossa sociedade.Isso se constitui, de fato, num problema. A rigor, já teria chegado a hora do presidente passar o bastão para outra liderança, conforme ele mesmo advogava ao assumir este terceiro mandato.     

Editorial: 42% dos eleitores brasileiros acham que Lula merece uma nova chance em 2026



A pesquisa está saíndo das fornalhas, ainda quentinha como aquele pão francês da padaria da esquina, e deve suscitar, ao longo da semana, muitas polêmicas entre analistas e formadores de opinião. Além, obviamente, de alguma preocupação no Palácio do Planatlo. É que a maioria dos eleitores ouvidos pelo Instituto Genial\Quaest não acham que Lula mereça uma nova chance em 2026. Enquanro 42% consideram tal possibilidade possível, 55% não acham que ele mereça uma nova chance. 

A pesquisa do Instituto foi realizada no período de 2 a 6 de maio, ouviu 2045 eleitores em todo o Brasil. O Nordese continua sendo a região onde a resiliência do petista permanece maior. Sabe-se que o PL andaou encomendando uma pesquisa recentemente sobre a situação dos potenciais adversários de Lula em 2026, entre os quais, o governador paulista Tarcísio de Freitas e a esposa do ex-presidente Jair Bolsonaro, Michelle Bolsonaro. Michelle teria apresentado um performance melhor, mas os caciques da legenda consideram que o governador paulista ainda é a bola da vez para um eventual novo confronto entre bolsonaristas e petistas. 

No caso da pesquisa divulgada no dia de hoje, não se sugere uma disputa. Trata-se apenas de uma sondagem sobre aqueles eleitores que ainda consideram um nova chance para o petista exercer um quarto mandato. O PT recente-se de um grave problema de oligarquização, o que praticamente impediu que novas lideranças pudessem surgir no horizonte com credenciais suficientes, inclusive eleitorais, para subtituir o morubixaba petista. O PT tornou-se dependente de Lula.     

Editorial: Ministro Luiz Fux será o relator do recurso impetrado pela defesa de Bolsonaro contra a sua inelegibilidade.



Para os bolsonaristas mais radicais, não existe um plano "B" para as eleições presidenciais de 2026. O nome do capitão estará nas urnas eletrônicas ou, de preferência, nas cédulas eleitorais, já que eles desconfiam da tecnologia, conforme depreende-se. Aliás, foi exatamente este descrédito, tornado público junto a embaixadores estrangeiros, em reunião palaciana, que tornou o ex-presidente inelegível pelos próximos 08 anos. O poder indutor do capitão projetou essa versão esdrúxula junto aos seus eleitores e alguns assessores diretos, produzindo uma série de transtornos para o nosso ambiente democrático.  

Segundo avaliações, Bolsonaro possui uma boa banca de advogados. A trincheira jurídica vai continuar operando, mas eles estão abrindo uma outra trincheira, a política, principalmente num ano de renovação dos mandatos dos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Juridicamente, não enxergamos alguma solução para o impasse que envolve a inelegibilidade do ex-presidente. As possibilidades de o Supremo Tribunal Federal se contrapor ou revogar uma decisão TSE são quase nulas. 

Do ponto de vista da política, neste terreno tudo é possivel. Os bolsonaristas negociam nas duas Casas Legislativa uma agenda que envolva a anistia aos participantes do 08 de janeiro, além de uma revogação da inelegibilidade do ex-presidente. O poder de barganha é bastante razoável. Afinal, são 102 Deputados Federais, além de 13 senadores filiados à legenda, num momento onde o que conta mesmo são as expectativas de poder efetivo naquelas Casas.  

Charge! João Montanaro via Folha de São Paulo

 


domingo, 12 de maio de 2024

Editorial: Oito em cada dez brasileiros são contra a PEC do Quinquênio.


Entre os dias 2 e 5 deste mês, os entrevistadores do Instituto Genial\Quaest saíram às ruas para averiguar o humor dos brasileiros e brasileiras - para ser correto com as questões identitárias e, por outro lado, não enviesar a pesquisa - sobre a famigerada PEC do Quinquênio, um penduricalho que acrescenta 5% aos salários de magistrados a cada cinco anos de serviço, capaz de produzir um tsunami nas contas públicas em todos os níveis - Municipal, Estadual e Federal - além de ampliar as distorções dentro do serviço público, criando castas de privilegiados enquanto uma maioria amarga perda do poder de compra dos seu salários e encontra-se em greve, lutando por recomposições.

O Instituto ouviu 2.045 pessoas, onde 76% desaprovaram a proposta, que contou ainda com o apoio de 13% dos entrevistados. Na pesquisa aparece um dado curioso: os mais pobres é quem mais apoiaram a excrescente proposta, possivelmente por alguma motivação relativa à desinformação. Aqui surge, igualmente, uma outra preocupação. Os entrevistados estavam devidamente inteirados sobre o que estavam respondendo? Eventuais problemas de pesquisa à parte, trata-se de uma questão de não compactuar com uma verdadeira injustiça no contexto do Serviço Público Brasileiro, já bastante injusto. 

Em princípio prevista para contemporizar apenas advogados da União, juízes e procuradores federais,foram estendendo a PEC para incorporar outras categorias, envolvendo atores com atuação circunscrita aos Estados e Municípios, o que penaliza as contas desses entes federados. A responsabilidade fiscal é uma preocupação que deve envolver os Três Poderes da República, conforme antecipou o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Isso quando estamos lidamos com uma oposição consequente, daquelas que não desejam ver o Governo sangrar em praça pública.   

Charge! Jean Galvão via Folha de São Paulo

 


sábado, 11 de maio de 2024

Editorial: A entrevista de João Campos à Veja.

Crédito da foto: Rodolfo Loepert\Veja

As páginas amarelas da revista Veja desta semana, 10\05, traz uma longa entrevista com o prefeito do Recife, João Campos(PSB-PE). Conhecedora da realidade política nacional e estadual, a entrevista foi muito bem conduzida pela jornalista Victória Becharra, que formulou algumas questões bastante emblemáticas, consoante nosso momento político delicado, capaz de deixar o entrevistado pouco à vontade nas respostas, mas o prefeito havia se preparada para tocar o barco para frente, sem deixar de estimular as especulações inevitáveis em torno de determinados assuntos, ou seja, nem confirma, tampouco desmente. 

A definição sobre o seu futuro político ficou entre essas questões. João Campos se justifica com as lições deixadas pelo pai, o ex-governador Eduardo Campos, que o aconselhava a vencer um ano de cada vez. No momento, ele cuida do Recife e está empenhado na sua reeleição. O recado aqui implícito é o seguinte: Vamos deixar 2026 por conta das especulações dos cientistas políticos. Quando esteve aqui em Pernambuco, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou que o filho de Eduardo deveria ter aprendido bastante com a linhagem polítia de sua família, formada por nomes como Miguel Arraes e Eduardo Campos. 

Ainda na condição de prefeito, o jovem já se preocupa com a formação de uma frente ampla, assim como fez o pai, no momento em que se articulava para candidatar-se ao Palácio do Planalto, projeto abortado precocimente em razão da morte trágica. Nesta semana, em mais um lance de formação dessa frente ampla, João Campos abriu negociações políticas com outra linhagem familiar tradiocinal aqui no Estado, os Mendonças, de Belo Jardim. Fecharam um acordo aliancista para as eleições municipais de 2024. 

Ele não admite mas 2026 começa agora, pois já estão em jogo as vagas para o Senado Federal abertas naquelas eleições. Hoje se sabe, por exemplo, que uma dessas vagas, muito provavelmente, ficará reservada para outra família tradicional da política pernambucana, os  Coelho, de Petrolina, mediante arranjos políticos celebrados entre Campos\Coelho. Haja famílias tradicionais na política pernambucana. Isso parece que não muda nunca.

Para nós, da área da Ciência Política, um ponto fulcral elencado pelo prefeito foi sobre o ambiente ou quadra política nas quais hoje estão atuando os atores. Antes, na primeira eleição de Lula, por exemplo, a disputa se dava entre democratas X democratas. Hoje, a disputa se dá entre democratas X autoritários. Um dos grandes problemas do Governo Lula, segundo observa o prefeito, é a reconstrução de um Estado esfacelado pela experiência do bolsonarismo. O comprometimento é pesado. "Há ovos de serpentes nutridos no ventre democrático", enfatiza João Campos. E como há!!!

P.S.: Do Contexto Político: Alguns pontos importantes da entrevista devem voltar a serem tratados por aqui, como a relação do seu partido, o PSB, com o Governo Lula, assim como os eixos de sua gestão à frente da Prefeitura do Recife, definidos por ele mesmo: Inovação, Educação e Infraestrutura Social.    

O xadrez político das eleições municipais de 2024 no Recife: Raquel Lyra rompe com o bolsonarismo?


A família Ferreira é sinônimo do bolsonarismo aqui no Estado. Trata-se de um grupo político, inclusive, com fortes vinculações aos evangélicos, alçando seus integrantes à condição de atores políticos relevantes e competitivos eleitoralmente aqui na província pernambucana. Anderson Ferreira, dirigente da legenda, sempre foi uma pessoa muito correta com a governadora Raquel Lira, independentemente das colorações ou clivagens ideológicas. Isso desde a pré-campanha para o Governo do Estado. 

Embora não assumisse quaquer vinculação com o bolsonarismo, é sabido que a governadora contou com a simpatia e com o voto dos bolsonaristas para se eleger governadora. A família Ferreira foi contemplada com alguns cargos na máquina do Governo Estadual, cargos estratégicos, inclusive, como o DETRAN, com orçamento robusto. À boca miúda, sempre se disse que o naco de poder sempre foi uma oferenda mais familiar do que propriamente partidária. Não era o PL que integrava seu Governo, mas a família Ferreira. 

Numa manobra para integrar-se melhor ao Governo Lula, mesmo que este objetivo não se coadune às diretrizes do PSDB nacional, a governadora assinou a portaria de demissão de todos os cargos que o PL, ou a família Ferreira em particular, ocupavam no Governo. De fato uma aposta de risco. Com a decisão a governadora amplia as zonas de divergências com a agremiação a qual é filiada, o PSDB, além de ser muito improvável que conquiste a mesma ascendência da família Campos sobre o morubixaba petista. 

Apenas neste semana, três fatos demonstram como as peças do tabuleiro do xadrez político das eleições de 2024\2026 estão se movimentando. A combativa vereadora Dani Portela mostra-se irredutível em relação à sua candidatura à Prefeitura do Recife, a despeito dos eventuais imblóglio jurídico com o Deputado Federal Túlio Gadelha, que também almeja a indicação da federação PSOL\Rede. Recentemente, houve um encontro inusitado, em Brasília, entre a governadora Raquel Lyra e o Deputado Federal Guilherme Boulos, repercutido por um blog local. Nos escaninhos da política, há quem assegure que  manutenção da candidatura de Dani Portela é estimulada pelo Palácio Capibaribe. 

O segundo lance desse jogo intrincado diz respeito ao fechamento de um acordo entre o prefeito João Campos(PSB-PE) e o Deputado Federal Mendonça Filho(UB-PE), dirigente local do União Brasil, de olho nas eleições municipais. O encontro teria ocorrido num restaurante em Brasília, mas o cardápio foi bem pernambucano, selando-se um acordo entre as duas legendas, de perfil mais ao centro do espectro político, sem prejudicar, imagino, as articulações nacionais entre os socialistas e petistas, uma vez que, a despeito dos problemas, o União Brasil integra o Governo Lula. 

Por fim, mas não menos importante ou relevante, há uma sinalização clara do morubixaba do PT local no sentido de o partido  acompanhar o projeto de reeleição de João Campos independentemente da prerrogativa de indicar o nome que deve concorrer à vice na chapa. Pela movimentação dos atores neste tabuleiro, a nossa conclusão é a de que o prefeito está jogando melhor até este momento. Vamos aguardar os próximos lances. 

Editorial: Polícia Federal investiga divulgação de fake news sobre a tragédia no Rio Grande do Sul.


O perfil de nossa oposição é tacanho e mesquinho. As dificuldades enfrentadas pelo Governo são exploradas de maneira vil, sempre com o propósito de amplificar esses desgastes e os danos políticos. O propósito aqui, conforme temos repetido númeras vezes, é ver o Governo Lula sangrar em praça pública. Não estamos tratando aqui de uma oposição colaborativa, de perfil republicano, propositiva, disposta a dar sua contribuição em nome do interesse público. Há uma oposição mais moderada, menos radical, com a qual talvez possamos abrir por aqui uma exceção à regra, mas, em geral, o grupo mais radical se eencaixa perfeitamente no perfil traçado acima. 

A única motivação que os move é o propósito de produzir danos ao Governo. Num clima de instabilidade institucional instaurado no país e diante de tragédias como a que se abate sobre o Rio Grande do Sul, ainda assim, eles não conseguem  baixar as armas da vilania, o que estimula suas redes bem azeitadas de apoiadores a divulgarem fake news criminosas sobre as ações do Governo Federal, prejudicando as ações de socorro, penalizando, em última análise, a população do Estado. 

Preferimos nem replicar por aqui essas mentiras, de tão abjetas que elas se constituem. O Governo Lula está acionando a Polícia Federal para investigar a disseminação dessas fake news, algumas delas, suspeita-se, encabeçadas por parlamentares de uma oposição, cujo perfil traçamos nos parágrafos anteriores. Atitudes de uma irresponsabilidade incomensurável.    

Charge! Thiago via Jornal do Commércio.

 


sexta-feira, 10 de maio de 2024

Editorial: Esther Dweck articula com Camilo Santana uma solução para a greve dos servidores das universidades.



Nesses tempos bicudos que atravessamos, a abertura de um diálogo permanente entre o Governo Lula, através do Ministério da Gestão e Inovação, e as inúmeras categorias de servidores públicos que estão em greve é um avanço dos mais significativos e não pode ser negligenciado, independentemente dos resultados alcançados. O Governo sugere ter boa vontade, o que falta é realmente dinheiro para atender às inúmeras demandas das mais diversas categorias. Esse entendimento parece claro até mesmo entre as inúmeras entidades que estão em processo de negociação com o Governo. 

Infelizmente, a tal da granada, deixada no bolso de algumas categorias de servidores pelo Governo anterior, não será desarmada muito facilmente. Curioso que algumas categorias de servidores do Executivo Federal amargaram 07 anos sem reajuste e não ocorreu uma mobilização efetiva do Poder Legislativo para corrigir essas injustiças. Muito ao contrário. A mobilização hoje é no sentido de ampliar essas injustiças, aprovando a famigerado PEC do Quinquênio. 

A Ministra Esther Dweck, de Gestão e Inovação, tem feito um verdadeiro périplo pelo Esplanada dos Ministérios, à procura de uma brecha no orçamento para atender às demandas represadas. Desta vez esteve com o Ministro da Educação , Camio Santana, com quem procura costurar uma solução para a greve das IFES e dos Institutos Técnicos Federais. A primeira proposta não foi aceita e o Governo promete apresentar uma nova proposta. 

Editorial: A judicialização da campanha pela Prefeitura de São Paulo.


No dia de ontem, 9, publicamos por aqui uma postagem sobre as eleições municipais de São Paulo, onde o atual gestor, Ricardo Nunes, que concorre à reeleição, emite sinais mais eveidentes sobre a escolha de sua vice, que poderá ser a veredora de dois mandatos, Rute Costa(PL-SP), de perfil agregador à chapa, conforme discutimos por ali. Hoje lemos uma máteria onde se aborda a questão da judicialização daquelas eleições, pois já se trava uma luta ferrenha nos tribunais, envolvendo diversas questões, o que já começa a representar um enorme trabalhos para as assessorias jurídicas dos pré-candidatos. 

Salvo melhor juízo, até a inelegibilidade de Ricardo Nunes(MDB-SP) já teria sido solicitada por uma das chapas adversárias. Ocorrem muitos problemas as supostas manipulações de informações de pesquisas de intenção de voto, quando um dos adversários esquece de mencionar o seu concorrente ou mesmo aproveita-se da margem de erro dos institutos para afirmarem que estão à frente na corrida eleitoral. A Justiça Eleitoral terá muito trabalho em arbitrar essa contenda, sobretudo numa eleição que será uma verdadeira guerra entre Governo e Oposição, com trincheiras armadas de lado a lado. 

O deslize verbal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pedindo voto para o seu candidato naquele pleito, Guilherme Boulos, do PSOL, produziu um estardalhaço danado entre os demais concorrentes, como já seria previsto, dado o clima de animosidades. Não enxergamos com bons olhos essa tendência de judicialização da campanha. O bom mesmo para o eleitor ainda é o debate de ideais, de propostas, para que ele possa escolher entre aquelas que se adequam melhor para cidade.   

Editorial: O país está se tornando o paraíso das fake news.


Infelizmente, mesmo com todas as medidas até aqui adotadas pelas instituições, o país continua sendo uma espécie de paraíso das fake news. As medidas adotadas em contraposição a essa prática, por outro lado, em alguns casos estão sendo interpretadas como medidas de regulação das redes sociais e, portanto, esconderiam, em tese, um procedimento de caráter antidemocrático. Enquanto não superamos essa discussão, o ambiente é propício à progagação dessa prática abjeta, que não esconde seus propósitos políticos escusos. 

Ninguém está imune às fake news. Não se respeita nem os momentos de tragédias, como esta que se abate sobre os nossos irmãos do Rio Grande do Sul. Inventaram que os carros com mantimentos estavam sendo parados e multados quando se dirigiam àquele Estado. Em entrevista recente, o Comandante do Exército, observou o quanto essas notícias falsas podem atrapalhar o trabalho sério que o Governo vem desenvolvendo com o objetivo de atender a população daquele Estado. 

No dia ontem, os indicadores do trending topics Twitter - preferimos o termo Twitter, uma vez que o "X" não pega mesmo - foi inundado com a fake sobre o "CORPO DE BOLSONARO" ou "Bolsonaro Morreu", que logo atingiram o topo entre as postagens daquela rede social. Na realidade, o que está em jogo é apenas uma foto divulgada do ex-presidente numa unidade hospitalar, onde está sendo submetido a tratamento de uma erisipela, doença ou infecção provocada por uma bactéria, que atinge principalmente as pernas. O ex-presidente reage bem ao tratamento.   

Charge! Cláudio Mor via Folha de São Paulo

 


quinta-feira, 9 de maio de 2024

Editorial: Rute Costa, nome em ascendência para ser vice de Ricardo Nunes.


Até recentemente, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes(MDB-SP), informou a quem especulava em torno do assunto, que teria dez nomes que disputavam uma eventual indicação para concorrer como vice em sua chapa de reeleição. Havia, nuturalmente, alguns constrangimentos em torno dessa escolha, motivada por razões eleitorais, mas, principalmente em razão das sinalizações do conjunto de forças que dão sutentação política ao prefeito, a começar pelo PL, a quem ficou praticamente assegurada a primazia da indicação. 

Pelo andar da carruagem política, o elenco de nomes começa a se afunilar. Hoje a coluna do jornalista Lauro Jardim informa que o nome indicado pode recair sobre a vereadora por dois mandatos, filiada ao PL, Rute Costa. Rute, de fato, reúne muitos predicados para a escolha. É um nome sem arestas junto ao ex-presidente Jair Bolsonaro, mulher, evangélica, filiada ao PL, filha de pastor da mais poderosa Assembléia de Deus, José Wellington, e,  principalmente, conta com a simpatia de pesos pesados do staff de reeleição do prefeito, como é o caso do governador Tarcísio de Freitas e de Gilberto Kassab, o bruxo que atua nos bastidores de sua candidatura.

Algo sugere que o amadurecimento do prefeito Ricardo Nunes numa decisão a este respeito faz todo sentido. A candidata socialista, Tabata Amaral também negocia bastante com possíveis partidos aliados uma eventual indicação. Somente o PT foi açodado em indicar o nome de Marta Suplicy como vice de Guilherme Boulos, algo que nem a ala paulista do partido endossa. Pelo elenco de características ou atributos enunciados acima, relativos a Rute Costa, não se pode dizer que ela não some ou deixe de agregar potencial eleitoral à chapa.

Você precisa ler também: 

O PT se precipitou na escolha de Marta? 

Drops: Deu certo. Resgatam o cavalo ilhado num telhado, na cidade de Canoas, no Rio Grande do Sul.



Causou grande comoção nacional a imagem de um cavalo ilhado, num telhado, na cidade de Canoas, no Rio Grande do Sul. Houve uma grande mobilização em torno do assunto, inclusive pelas redes sociais, onde foi montada uma força-tarefa digital, com o objetivo de resgatar o animal. Hoje as imagens mostram a atuação de uma brilhante força-tarefa, certamente formada por homens do valorozo Corpo de Bombeiros, com o objetivo de resgatar o animal ainda ilhado no telhado. O trabalho foi bastante exitoso e o animal já se encontra em local seguro, menos vulnerável. 

Editorial: Polícia Federal prende mais dois envolvidos na morte de Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes.



A Polícia Federal acaba de prender mais dois supostos envolvidos na morte da vereadora Marielle Franco e do seu motorista, Anderson Gomes. A delação do ex-militar Ronnie Lessa foi determinante para a inclusão desses novos suspeitos, pois revelou detalhes sobre a primeira reunião agendada com o propósito de planejar a morte da vereadora. Um deles, inclusive, teria arranjado as armas para a execução do crime, na área de favela onde a milícia dele atuava. São curiosas as entranhas e os interesses vis em jogo, que determinaram a decisão sobre eliminação física da ex-vereadora, que atrapalhava os negócios imobiliários em áreas de atuação dos milicianos cariocas. 

Dizem até que o alvo principal seria o deputado Marcelo Freixo(PSOL-RJ), em virtude das denúncias públicas sobre a atuação criminosa desses grupos, o que deu até CPI na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro. Isso é o mesmo que mexer num vespeiro. O indivíduo atrai um enxame contra ele. O pior é que o aparelho de Estado já se encontra bastante contaminado por agentes que agem de dentro, em benefício desses grupos marginais. Esses falsos agentes públicos não fazem isso de graça. Recebem suas mesadas regulares. Conhecido banqueiro do jogo do bicho tinha uma folha de pagamento de propina que superavam os R$ 200 mil.   

Desta vez foram presos Robson Calixto da Fonseca, ex-assessor do Tribunal de Conta do Estado, e o ex-militar Ronald Alves de Paula, mais conhecido como Major Ronald, que já se encontra preso num Presídio Federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Vamos enaltecer por aqui o excelente trabalho realizado pela Polícia Federal.    

Editorial: A tragédia no Rio Grande do Sul não superou as divergências políticas.


A tragédia da enchente que se abate sobre o Estado do Rio Grande do Sul seria suficiente para deixar cidades como o João Pessoa, Cabedelo e Santa Rita completamente submersas, segundo um infográfico publicado hoje, dia 09, no site ClicPB. Os leitores podem bem imaginar as consequências para uma cidade como o Recife, que não suporta sequer uma maré alta. Nem mesmo essas tormentas, por outro lado, conseguem selar um armistício entre Governo e Oposição ou entre os Três Poderes da República. Já andam reclamando que o Senado Federal e a Câmara dos Deputados fizeram a sua parte, aguardando-se agora a atitude do Governo Federal no que concerne ao destravamento da burocracia que envolvem os recursos públicos. Outro gravíssimo problema é que esses recursos emergenciais para serem usados em situações como esta não ficam previstos no orçamento.   

No dia de ontem, um governador de oposição, bolsonarista roxo, aparece em vídeo denunciando que caminhões com mantimentos enviados para socorrer as vítimas estariam sendo barrados ou multados. Sugere-se, pelo raciocínio tosco, que os mantimentos enviados pelos Estados aliados são diferentes dos mantimentos enviados por Estados governados pela oposição. Até uma rede de televisão repercutiu o assunto, retirando os vídeos postados do ar logo em seguida.

O país entrou numa rinha de consequências extremamente preocupantes, onde as divergências políticas conseguem se sobrepor aos interesses da população. Se o meu governo não cuidou bem das pessoas durante a pandemia da Covid-19, vocês também não estão gerenciando bem o recrudescimento dos casos de dengue. Se faltou vacina naquela época, o que não dizer dos dias atuais? É neste estágio que as coisas se encontram. Lamentável que tenhamos chegado a esta situação, sobretudo porque quem acaba sendo penalizada é a população. Não faz muito tempo, um Ministro de Estado quase foi às vias de fato com um relator de um projeto por não chegarem a um acordo sobre uma questão de grande interesse público. O projeto está parado. Uma marcha da insensatez.       

quarta-feira, 8 de maio de 2024

Editorial: O "Gabinete das Sombras" já atua no país.



Salvo melhor juízo, nenhuma oposição que se preze torce para que o Governo seja bem-sucedido. Faz parte do jogo, até porque eles desejam assumir o poder em algum momento, conforme previsto nas democracias representativas consolidadas. Este talvez seja o limite. No nosso caso, com uma oposição inconsequente, de perfil nada republicano, não responsiva, torce e faz de tudo para o Governo sangrar em praça pública. Infelizmente, as instituições democráticas no país entraram numa seara complicada. 

Rusgas não são superadas pela construção de consensos, as conciliações foram apagadas do nosso dicionário político e o que mais se evidencia são as bordoadas entre os Três Poderes da República. Lula pode ter cometido muitas derrapagens verbais - uma repórter de um desses sites especializados em política teve até a curiosidade de contá-las - mas acerta em cheio quando afirma que estamos numa guerra, sem chances de armistício. Ontem uma coluna de política chamou a atenção para um incipiente Gabinete das Sombras, no melhor estilo inglês, que já estaria dando os seus primeiros passos no país, sob os auspícios da renhida oposição bolsonarista, no melhor estilo de um regime parlamentarista.

Até o Arthur Lira já admitiu que o conceito de presidencialismo de coalizão está superado, ainda relevante apenas para os estudantes de ciências políticas. Em inglês, o termo se chama Shadow Cabinet e também pode ser traduzido como Governo Paralelo, um termo bem mais apropriado para a oposição brasileira. Vamos aguardar o que vem por aí, mas especula-se que os gastos licitados pelo Governo para a propaganda institucional digital, já está em análise, prevendo-se até uma proposta de CPI. 

Editorial: Lula estanca queda de popularidade.

 


Ainda é cedo para as comemorações. Mas, pelo andar da carruagem política, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a julgar pelas três pesquisas de avaliação do Governo divulgadas apenas nesta semana, realizadas por diferentes institutos, o Governo do presidente Lula pode se tranquilizar em relação à queda crescente de sua popularidade, fenômeno verificado nos últimos meses. Desta vez, com ligeiras variações, os indicadores desses institutos apontam para uma estabilidade dos índices de aprovação do Governo. 

Como são três pesquisas,divulgadas em intervalos mínimos entre uma e outra, alguns sites exploraram a eventual queda, mesmo que nas margens desses institutos, levando o leitor a estabelecer alguma confusão em relação ao assunto. A pesquisa do Genial\Quaest, divulgada no dia de hoje, 08, aponta que a aprovação saiu de 50%, na última pesquisa do instituto, para 51%, dentro da margem de erro, que é de 2,2. Além dessa estabilidade, a notícia boa é que as ações do Governo Federal no Rio Grande do Sul podem ter contribuído para a melhora dos percentuais na região sul. 

Por aqui enceram-se as boas notícias. Difícil dizer se essa tendência de estabilidade verificadas nessas últimas pesquisas, se nos permitem o trocadilho, se estabiliza. Vamos precisar de mais pesquisas pela frente para afirmar se se trata de uma tendência. Por outro lado, crescem o percentual de eleitores que consideram que o Governo está indo na direção errada, assim como não consegue comprir o que prometeu, o que pode se refletir, em algum momento, em má avaliação.  

O xadrez político das eleições municipais de 2024 no Recife : João é João ou João e João?

 


Na última reunião da Executiva Nacional do PT, que se reuniu de forma remota recentemente, assim como ocorreu com João Pessoa, muito provavelmente a decisão sobre como o partido se posicionará em Recife deve ter sido adiada para mais tarde, no final de Maio, quando ocorrerá um encontro mais amplo da legenda. Isso vem criando algumas dificuldades para os arranjos políticos em alguns municípios, mas, dificuldades por dificuldades, o partido já aprendeu a conviver com as mesmas. No Recife, em princípio, não haveria impasse, mas projetos políticos que deverão ser repensados por hora, em nome do apoio à candidatura à reeleição do atual gestor, João Campos(PSB-PE). Neste caso, em tese, o PT precisa ceder. João não vai abrir a vaga de vice à legenda e ponto final.

Nos últimos dias, no entanto, as nuvens políticas aqui da província começaram a sinalizar para outros cenários possíveis, como o estreitamento de atores políticos vinculados ao PT com o Palácio do Campo das Princesas, assim como o distanciamento da governadora Raquel Lyra dos bolsonaristas que ainda ocupavam nacos de poder no Governo Estadual. Política é feita de gestos e os cafezinhos tem sido cada vez mais recorrentes entre algumas figuras de proa da legenta petista e a governadora. Especula-se, então, se o PT poderia apoiar um nome indicado pela governadora, que seria Daniel Coelho, ou o Palácio poderia referendar uma candidatura da legenda, que seria o Deputado Estadual João Paulo, sobretudo se Daniel Coelho não decolar.     

Bem avaliado como gestor público por dois mandatos, embora ainda não seja candidato, João Paulo aparece bem nas pesquisas de intenção de voto, assumindo a terceira posição nas pesquisas mais recentes, embora com uma diferença expressiva em relação ao primeiro colocado, João Campos. Muitas analistas atribuem essa boa performance ao recall das suas duas gestões à frente do Palácio Capibaribe,o que não pode ser desprezado, mas enxergamos outros fatores, conforme já discutimos anteriormente por aqui. 

Um componente determinante na política são as circunstâncias. Em nome de tais circunstâncias, O Planalto está cedento até os dedos para a oposição, uma vez que os anéis já estão sob controle do Centrão. O projeto de reestruturação dos tucanos prevê que o partido se posicione como um grêmio partidário de terceira via, apontando,como diz o slogan, que há vida inteligente por ali. Pode até haver vida inteligente, mas, não há voto, o que, em última análise, inviabiliza essas vidas inteligentes. 

Ideologicamente, os tucanos não são petistas nem bolsonaristas. Aqui em Pernambuco a governadora Raquel Lyra(PSDB) promoveu uma cisão com os bolsonaristas, em alguns casos, afastando-os dos cargos que ocupavam na máquina. Por outro lado, mantém um link cada vez mais estreito com o Palácio do Planalto, que vai além das meras relações institucionais republicanas, algo, certamente, observado com desconfiança por seus correligionários do partido, que fazem um esforço danado para não perderam o seu passe.  

Para que tenhamos uma vaga ideia da encrenca, o PSDB condicionou um eventual apoio à candidatura de Tabata Amaral(PSB-SP) em São Paulo ao seu não apoio ao candidato Guilherme Boulos, do PSOL, num eventual segundo turno entre ele e o prefeito Ricardo Nunes. Tabata é do PSB e a governadora Raquel Lyra nem cogita tal possibilidade de o partido apoiá-la. Mas, como diriam as velhas raposas, política é a arte do possível. Raquel pode fechar os olhos para São Paulo, assim como os dirigentes da letenda podem ignorar o que se passa por aqui. 

Raquel Lira não irá permitir a ausência de uma candidatura competitiva do Palácio do Campo das Princesas nas próximas eleições municipais. A chave desse xadrez político está aqui. Se ainda não há um nome com essas credenciais, ela não medirá esforços em construí-lo. Se será exitosa nesse projeto é uma outra questão. É nesta margem de manobra que atua uma eventual costura em torno do nome do ex-prefeito João Paulo.