pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Tijolinho: Marília pé na estrada.
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domingo, 3 de outubro de 2021

Tijolinho: Marília pé na estrada.

 


Que Marília Arraes(PT) é uma grande guerreira, disso parece que ninguém tem dúvidas. Infelizmente, o doloroso - e inevitável, de acordo com o sociólogo Robert Michels - processo de  oligarquização do PT no Estado impede que ela se viabilize como postulante natural do partido ao Palácio do Campo das Princesas. Mas este fato não a impede de mover os moinhos de ventos políticos que encontra pela frente, numa prova inconteste de resiliência e determinação. É quase certo que a cúpula partidária não irá desatrelar-se dos projetos dos socialistas do PSB para as eleições de 2022. 

As últimas manifestações públicas dos atores políticos desta agremiação, inclusive, deixam claro que o ex-prefeito Geraldo Júlio(PSB-PE) ainda é uma carta que não pode ser descartada no baralho daquelas eleições. Como afirmamos antes, sua  possível pretensão majoritária é bancada por gente graúda da cúpula socialista, num arranjo político que remete às conclusões dos estudos do cientista político americano, Edward Benfield, sobre o  familismo amoral, numa referência à região de Montegrano, na Itália, onde os interesses familiares se sobrepunham aos interesses públicos. Até hoje ele cumpriu fielmente seu papel neste processo, não se constituindo em obstáculo aos projetos políticos dos familiares do ex-governador Eduardo Campos.    

Seguindo os passos do avô,  o saudoso ex-governador Dr. Miguel Arraes, a deputada Marília Arraes(PT-PE) botou a bota de sete léguas e caiu na estrada. Faz um périplo por todas as regiões do Estado, conversando com lideranças políticas, conhecendo projetos inovadores e bem-sucedidos, verificando os problemas, enfim, fazendo a lição de casa, como se espera de um postulante com ambições majoritárias. Difícil predizer algo sobre os seus cálculos políticos no que concerne aos arranjos internos da agremiação petista. Ou, mais precisamente, sobre aquela banda do partido que oligarquizou-se e acaba tomando as decisões finais, consoante os acertos partidários supostamente mais convenientes a uma eventual candidatura presidencial de Luís Inácio Lula da Silva(PT-SP). É importante que se diga, inclusive, que o PT mais orgânico apoia o projeto de uma candidatura própria, capitaneada pela petista. 

Como antecipei, difícil dizer qual o destino político de Marília Arraes nas eleições de 2022. Seja qual for este destino, no entanto, não podemos deixar de reconhecer os méritos de sua cruzada democrática, debatendo os problemas e as soluções para os grandes gargalos de desenvolvimento enfrentados pelo Estado, construindo alternativas de intervenções de políticas públicas efetivas para enfrentá-los. Uma lição que a cúpula do PT local deveria levar em conta. Será este seu cálculo político?   

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