pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Editorial: Aquela Datafolha que agradou o Planalto.
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sexta-feira, 25 de março de 2022

Editorial: Aquela Datafolha que agradou o Planalto.

É sabido que há indisposições do Planalto com alguns órgãos de imprensa. Indisposições que, neste clima de polarização política que estamos vivendo, por vezes, se transformam em agressividade a profissionais do ramo por parte de alguns bolsonaristas mais exaltados. Hoje, tais indisposições estão mais direcionadas à emissora do plim plim, mas, num passado recente, era a Folha de São Paulo que concentrava a maioria dessa bílis. O Datafolha, que é um instituto de pesquisa vinculado ao jornal, possui uma grande espetise em seu campo de atuação, constituindo-se uma referência nacional quando estamos tratando de pesquisas de intenção de voto. 

O Instituto é uma espécie de parâmetro ou balisamento entre os demais institutos, apesar da chiadeira em relação a alguns dos seus resultados,principalmente entre candidatos que não aparecem bem nas pesquisas. Já há algum tempo que os institutos apontam para uma sensível recuperação dos indicadores de avaliação do Governo do Presidente Jair Bolsonaro, o que vem se refletindo, igualmente, nos índices de intenção de voto no presidente, em seu projeto de reeleição. Embora vários institutos tenham detectado essa tendência, faltava o Datafolha confirmar. 

E, para alegria do Planalto, o Datafolha, em sua última pesquisa, divulgada no dia de ontem, confirmou essa tendência. O candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, emite todos os indicadores de que já teria encostado no teto, enquanto Jair Bolsonaro(PL) avança. Não apenas em redutos conservadores da região Sul - como pesquisas mais detalhadas conseguiram apurar - mas, sobretudo, junto a um eleitorado pobre, das regiões Norte e Nordeste, benecifiários do Auxílio Brasil. Além de ser um contingente expressivo - estimado em mais de 48 milhões de pessoas\eleitores, com renda de até dois salários mínimos - é tradicionalmente o eleitorado mais identificado com o Partido dos Trabalhadores. O estrago é grande e isso teria sido motivo de grandes comemorações no Palácio do Planalto. 

Nem mesmo o mais otimista entre os bolsonaristas poderia imaginar que os resultados concretos do programa Aúxilio Brasil pudessem chegar tão rápido. Jair Bolsonaro melhorou sua avaliação junto a este contingente eleitoral importante. Guilherme Boulos já havia alertado para tal possibilidade, que hoje vem se materializando, constituindo-se numa dor de cabeça para os estrategistas da campanha de Lula, que não tem caneta e o corpo a corpo de outrora torna-se perigoso nesses momentos bicudos que estamos vivendo. Segundo comenta-se, o petista já teria recebido ameaças de morte, que estão sendo investigadas. Recolhido aos aposentos, as chances de reversão desse quadro tornam-se menores. Vamos aos números:

Lula 43%

Bolsonaro 26%

Sérgio Moro: 8%

Ciro Gomes: 6%


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