pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Editorial: A conclusão do inquérito sobre o assassinato de Marcelo Arruda.
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sexta-feira, 15 de julho de 2022

Editorial: A conclusão do inquérito sobre o assassinato de Marcelo Arruda.


Estamos tratando aqui da conclusão do inquérito, conduzido pela Polícia Civil do Estado do Paraná, sobre o assassinato do militante petista, Marcelo Arruda, durante o momento em que este comemorava o seu aniversáio de 50 anos de idade. O crime foi cometido pelo Policial Penal Federal Jorge José Garanhos, um bolsonarista convicto, que chegou ao local gritando palavras de ordem e acabou se desentendendo com a vítima. Voltou à sua residência para deixar os familiares e retornou à festa para tomar satisfação com Marcelo, dando-se, então, a tragédia. "Tomar satisfações" aqui é eufemismo, pois ele já desce do carro com arma em punho, desconsiderando as adverstências da mulher de Marcelo, uma policial civil.  

Mesmo ferido, Marcelo Arruda, que também era guarda municipal, sacou sua arma funcional e atirou diversas vezes contra o agressor, que acabou ferido em estado grave. Neste clima político nada amistoso que estamos vivendo, o crime tornou-se um cabo de guerra entre petistas e bolsonaristas. Dirigentes petistas chegaram a pedir a federalização do crime, o que foi negado pela Justiça, determinando que as investigações ficassem mesmo circunscrita à Polícia Civil do Estado do Paraná. A Presidente Nacional do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann, chegou a ir ao velório de Marcelo Arruda e voltou a criticar as conclusões do inquérito, reforçando a tese de sua federalização.  

O presidente Jair Bolsonaro emprestou condolências à família e teria tentado um diálogo com os irmãos da vítima, simpáticos ao bolsonarismo, segundo afirmam, incomodado com o fato de a oposição estar explorando politicamente o episódio. A esposa de Marcelo, Pâmela Silva, alegou tratar-se de uma incongruência esta tentativa de diálogo do presidente Jair Bolsonaro. Na realidade, ficou tudo muito confuso e mal conduzido, ampliando ainda mais - ao invés de minimizar - o fosso político que separa petistas e bolsonaristas.

Agora vem a conclusão do inquérito sobre o caso, conduzido pelo Polícia Civil do Estado do Paraná, argumentando tratar-se de um crime sem conotação política, ou seja, Jorge Garanhos não teria matado Marcelo Arruda por ele ser petista, mas por um motivo torpe. Possivelmente, teremos muitas controvérsias em torno do assunto, uma vez que a própria família de Marcelo Arruda parece não ter ficado satisfeita com a conclusão do inquérito da Polícia Civil do Estado.  

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