pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : O xadrez político das eleições municipais de 2024 no Recife: João Campos se movimenta, mas de olho em 2026.
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terça-feira, 25 de abril de 2023

O xadrez político das eleições municipais de 2024 no Recife: João Campos se movimenta, mas de olho em 2026.



Este é o primeiro texto tratando das eleições municipais de 2024, na capital pernambucana, com quase dois anos de antecedência. Os fatos politicos, no entanto, nos conduzem a este debate, a rigor, prematuro, mas imposto pelos arranjos em andamento, antecipando-se, inclusive, às eleições estaduais de 2026, para o Governo do Estado de Pernambuco. O prefeito João Campos(PSB-PE) tem aparecido sempre na mídia, sorridente, ora inaugurando obras na capital, ora se articulando nos corredores de Brasília, à procura de recursos para o município. Empreitada bem-sucedida, uma vez que conseguiu arrancar 2 bilhões de reais no último périplo, em conversas de pé de ouvido com os senadores. É curioso este fato, mas, a rigor, João estaria mais preocupado com as eleições de 2026, sendo estratégico, neste projeto, a sua reeleição como prefeito da capital pernambucana, em 2024.  

Todos conhecem o projeto da família Campos de transformá-lo em governador, como legítimo herdeiro do espólio político deixado pelo pai, o ex-governador Eduardo Campos. Depois das últimas refregas políticas, o PSB tenta reunir os cacos, mas, possivelmente, de preferência aqueles cacos que ficaram do lado direito da sala. Os quadros mais à esquerda, por inúmeras razões, estão perdendo espaço na agremiação. Este processo de decomposição ideológica do partido já ocorre há décadas, não sendo, portanto, algo recente.  

Quando tem uma oportunidade, a Marília Arraes(Solidariedade) bate forte no Governo de Raquel Lyra(PSDB-PE), que a derrotou nas últimas eleições estaduais. Por enquanto, sua briga é com Raquel e não com João Campos. Supõe-se que, antes de se preocupar com as eleições municipais de 2024, a neta do Dr. Arraes precisa mesmo é se arranjar nessa engenharia institucinal que o Governo Lula está montando, onde há espaço até para bolsonaristas e ex-bolsonaristas recém-convertidos. E, por falar em ex-bolsonaristas, aqui em Pernambuco há um desses arranjos em curso, envolvendo o ex-senador Fernando Bezerra Coelho, de olho, quem sabe, numa vaga para o Senado Federal, numa chapa encabeçada pelo atural prefeito do Recife, em 2026. 

É o capital político, meu filho. O grupo Coelho, possui o seu naco, independentemente de quem esteja ocupando o Palácio do Planalto. A revista Veja traz um matéria sobre uma pesquisa do Instituto Paraná, apontando que, no momento, João Campos larga bem para a disputa municipal de 2024, com 36,6% de preferência junto ao eleitorado recifense. Marília aparece com 14,5%. João Paulo, do PT, é o unico que desponta com 9,8%, numa situação que já se complica para o partido em cinco capitais importantes do país. 

O Palácio do Campo das Princesas, com novos inquilinos, também prepara algum nome para a disputa, possivelmente a vice-governadora, Priscila Krause. O bolsonarismo e o "ferreirismo" também afiam suas garras, dispostos a indicarem alguém para a disputa municipal de 2024. Há rumores indicando que o bolsonarismo pretende jogar pesado nessas eleições municipais, como suporte das disputas presidenciais vindouras, em 2026. Pernambuco é um estado que se notabiliza pelo familismo amoral, sendo sempre aconselhável a identificação desses troncos familiares. Aqui na província, "ferreirismo" e "bolsonarismo" se confundiam. Hoje, não mais.    

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