pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Editorial: A primeira grande derrota do Governo Lula
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quinta-feira, 4 de maio de 2023

Editorial: A primeira grande derrota do Governo Lula


De maneira sorrateira, sem que sequer o Governo Lula tomasse conhecimento da iminente votação, a Câmara dos Depuados aprovou um projeto de lei que derrotou o decreto do presidente Lula sobre o saneamento. O governo foi pego de calças curtas, completamente desprevenido, sem tempo ou condições de esboçar uma reação. A rigor, o Governo Lula sofreu duas derrotas em curto espaço de tempo. Antes, o polêmico projeto de lei sobre as fake news, do Deputado Federal Orlando Dias, foi retirado da agenda de votação em plenário, o que, igualmente, foi considerado uma refrega ao governo. 

A derrota do governo no que concerne ao decreto do saneamento foi acachapante. 295 deputados votaram contra o projeto, que previa alterações no marco legal do saneamento básico. O problema, como sempre, está relacionado à fragilidade de apoios no Legislativo. A derrota infringida ao governo faz parte de um processo, um jogo torpe, com o objetivo de pressionar o presidente no sentido de liberar as emendas parlamentares e indicar prepostos dos deputados para ocuparem cargos na burocracia do Estado. Há um consenso entre de que o governo está demorando muito neste aspecto.  

O jogo é bruto e, conforme afirmamos ontem, o apoio de Lira ao Governo Lula é bastante pontual, naquilo em que o seu grupo político possa aferir algumas vantagens específicas. Sabe-se que tal apetite fisiológico é insaciável e chegará um momento em que o governo não poderá saciá-lo. No dia de ontem, um jornalista observou que talvez seja mais eficiente a Lula atuar no varejo político, atendendo, pontualmente, os deputados e senadores, ao invés de negociar a divisão dos ministérios com os partidos políticos. Aliás, nao há mais ministérios a serem negociados. A questão agora é o segundo escalão. Pode ser que o jornalista tenha razão, mas vale o raciocínio de que, em algum momento, a corda arrebenta, como já arrebentou com a ex-presidente Dilma Rousseff. 

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