Depois da aprovação da PEC do STF, alguns ministros da Suprema Corte não esconderam a sua insatisfação com os poderes Legislativo e Executivo. O eventual "cochilo" do Planalto pegou muito mal, porque, até então, os padrões de relação entre o Poder Judiciário e o Poder Executivo caminhavam num contexto de bastante cordialidade. Lula, de imediato, tratou de consertar os fios desencapados, covidando o pessoal para um repasto gastronômico e sugerindo as indicações de dois nomes simpáticos aos magistrados para ocuparem a PGR, Paulo Gonet, e a vaga de Rosa Weber no próprio Supremo Tribunal Federal, Flávio Dino. Ambos aguardam a sabatina no Senado Federal.
São nomes bem aceitos por magistrados como Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes. Em mais um gesto de reaproximação, Lula convidou Ricardo Lewandowki para a sua viagem à Arábia Saudita, algo que está sendo interpretado como uma indicação de que ele poderá escolher o ex-integrante da Corte para a vaga deixada por Flávio Dino no Ministério da Justiça e Segurança Pública. Conforme discutíamos no dia de ontem, este não seria bem o desenho esperado por sua base de apoio mais renhida. Próceres nomes ja estavam elencados entre eles na bolsa de apostas, inclusive a presidente da legenda, a Deputada Federal Gleisi Hoffmann.
Lula agora terá que se arranjar com sua base aliada, inclusive o com os socialistas, que consideravam justo não perder mais um ministério no Governo. Se dependesse do próprio Flávio Dino, o nome a ser escolhido seria o do seu fiel escuderio, Ricardo Cappelli. Política são circunstâncias. O morubixaba petista percebeu que o momento é de apagar os incêndios, manter as pontes intactas. Vai que alguém comece a desengavetar processos antigos...
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