pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Editorial:"Essa tal de comissão se vier é bom porque a fome aqui é grande".
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quinta-feira, 7 de março de 2024

Editorial:"Essa tal de comissão se vier é bom porque a fome aqui é grande".


Em reuniões recentes, o Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, juntamente com as lideranças partidárias, bateu o martelo sobre a composição e a presidência das comissões legislativas. Maior partido de oposição, o PL foi muito bem aquinhoado, ficando atrás apenas do PP, partido do Presidente Arthur Lira, se tormarmos como parâmetro apenas o orçamento a ser administrado. Em termos estritamente politico, o PL fica com comissões importantíssimas, como a Comissão de Constituição e Justiça e a de Educação, entreques, respectivamente, a Deputada Federal Caroline de Tony, do PL de Santa Catarina, e o Deputado Federal por Minas Gerais, bolsonarista raiz, Nikolas Ferreira. 

Vamos aqui emitir nossa opinião, enquanto ainda é possível. Independentemente de Governo ou Oposição, não acreditamos que essas duas comissões estejam em boas mãos. Ambos deputados são muito orientados ideologicamente, incapazes de ver e conviver com outros interesses em jogo, que não aqueles guiados por sua ideologia. Como diria o general G. Dias, vamos ter problemas por aqui. Já era previsto que Caroline de Toni assumiria tal comissão, num acordo firmado entre os partidos, onde caberia ao PL assumir a presidência da comissão depois do PT.  A comissão estava até recentemente sob a direção de Rui Falcão, do PT paulista. 

Outro fantasma que assusta o Governo é a possibilidade de o União Brasil assumir o controle das duas Casas Legislativa, o que seria mais provável. Nos bastidores, o próprio Governo vem dando uma força ao nome de Davi Alcolumbre para substituir Rodrigo Pacheco. Raposas política não jogam numa única posição tampouco antecipam seus passos, mas, o que se diz nos escaninhos da política na capital federal é que ninguém pode apostar um centavo numa rusga entre Rodrigo Pacheco e o Governo até uma eventual indicação do novo ministro da Suprema Corte. 

Sobre os bilhões em emendas que rolam nessas comissões, vale contar aqui uma anedota relatada por uma grande personalidade política pernambucana, hoje com cadeira cativa no parlamento nacional. Contava tal liderança que, nos idos da década de 80, viajando pelo interior para conseguir o número de assinaturas necessárias para fundar o seu partido político  - melhor pista impossível, leitores - quase perdia a voz, num discurso inflamado, na cidade de Petrolina, Sertão do São Francisco, repetindo sempre a necessidade de conseguir novas filiações para formar as  comissões. Uma senhora o ouvia atentamente. Quando ele terminou o discurso e desceu do palanque, ela o abordou com a seguinte expressão: Filiação não precisa porque menino aqui já tem demais, mas essa tal de comissão se vier é bom porque a fome aqui é grande. Ela havia confundido filiação com filhos e comissão com comida. Como o país vem descendo a ladeira civilizatória há algum tempo, não estranha a queda de nível dos ocupantes dessas comissões. 

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