quinta-feira, 31 de outubro de 2024

Editorial: Lula se reúne com governadores para discutir política de segurança pública.



Estamos diante de um problema de tamanha gravidade, onde seria leviano esgotá-lo apenas com um simples editorial. O presidente Lula, depois de adiar o encontro por um bom tempo, acaba de se encontrar com os governadores de Estado, além de agentes públicos vinculados à área de segurança pública, com a finalidade de discutir políticas de segurança pública no plano nacional, tendo como foco principal o combate ao crime organizado. Lula sugere uma centralização dessas políticas, uma vez que os entes federados seriam incapazes de enfrentar o problema isoladamente. Na realidade, o que Lula está propondo é que o Governo Federal volte a ser o protagonista deste enfrentamento, uma vez que os estados, principalmente aqueles administrados pela oposição, já estão tomando iniciativas neste sentido, não raro, adotando diretrizes que, a rigor, poderiam não serem as mesmas que o Governo Federal pretende implementar. 

O hiato é imenso por aqui. Repercutiu bastante nas últimas eleições municipais a votação do candidato Guilherme Boulos entre os presidiários do Sistema Prisional de São Paulo, onde ele obteve 76% dos votos. Isso ocorre porque os governos de orientação progressista, a exemplo do Governo Lula3, desenvolvem uma política de humanização do cumprimento das penas, assim como em relação à abordagem policial, o uso de câmara nos uniformes dos policiais em operação, mudanças no processo humilhante das revistas. A oposição bolsonarista deita e rola sobre o assunto, mas as razões para a votação de Boulos entre os apenados são simples e humanitárias. 

O Ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, por exemplo, puniu severamente, com o afastamento da corporação, policiais que infringiram esses direitos, como aqueles que atiraram um cidadão com problemas mentais na mala de um automóvel e depois aplicaram de gás para "acalmá-lo"; ou aquele que ensinou técnicas de tortura aos formandos da corporação. Essas medidas deveriam ser reconhecidas como boas práticas de gestão, punindo servidores que transgrediram sua condição de agentes públicos. Noutros tempos, registre-se. Como vamos construir uma unidade ou convergência de pensamento entre quem age assim e quem propõe que "bandido bom é bandido morto"?  

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