quinta-feira, 31 de outubro de 2024

Editorial: O PT corre algum risco com a eleição de Hugo Motta?



O deputado federal paraibano Hugo Motta, que concorre à Presidência da Câmara dos Deputados, é da mesma escola de Eduardo Cunha, aquele mesmo que infligiu um torniquete político que estrangulou o governo Dilma Rousseff, culminando com o seu afastamento do Palácio do Planalto. Os movimentos do PT sugerem que isso ficou no passado, uma vez que alas hegemônicas da legenda sinalizam para um possível apoio à eleição do paraibano. Preocupa a vaselina política que o deputado ostenta junto a setores da oposição ao governo Lula3, como no PL, com o senador Ciro Nogueira, Presidente Nacional do Progressistas,  e com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. 

Essas relações, construídas ao longo do tempo, estão muito além de serem consideradas apoios pontuais à sua eleição. Chama a atenção o aplainamento político construído por Lira para jogar a discussão sobre o PL da Anistia aos envolvidos no 08 de janeiro apenas para o próximo ano, através de uma comissão, que envolve algumas embaraços burocráticos. A proposta foi muito bem assimilada pela oposição bolsonarista, inclusive a presidente da CCJ, Caroline de Toni, que considerou razoável seus argumentos, merecendo um crédito de confiança. 

Numa entrevista recente, o senador Ciro Nogueira declarou seu apoio irrestrito ao projeto de reeleição do ex-presidente Jair Bolsonaro. É ele ou quem ele possa indicar. Embora ostente boas condições de assumir tal postulação, Tarcísio de Freitas já declarou que o capitão é o dono do leme em 2026.  Certamente o PT desconhece todos os acordos firmados nos arranjos que podem conduzir Hugo Motta ao cargo de Presidente da Câmara dos Deputados. Depois não adianta reclamar. Soube a pouco que o deputado Elmar Nascimento, do União Brasil, acaba de retirar sua candidatura. O União Brasil vai de Hugo Motta. 

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