Aguarda-se, para logo mais, na TV Globo, às 10h, o último debate entre os postulantes às prefeituras municipais, nos pleitos que ficaram para ser definidos no segundo turno. As atenções se voltam, naturalmente, para o que ocorre na capital paulista, onde há uma disputa que antecipa a queda de braço das eleições presidenciais de 2026. De um lado, Guilherme Boulos, apoiado pelo Palácio do Planalto. Do outro, Ricardo Nunes, que conta com o apoio das forças que fazem oposição ao Governo Lula3. Contraditoriamente, estão entre essas forças um partido aquinhoado com três ministérios na Esplanada dos Ministérios, dando a dimensão da complexidade desse jogo político.
Alguns puristas da base aliada de Lula estão sugerindo que, por ocasião da reforma ministerial que se impõe, o PT possa reavaliar esta situação. Não é tão simples. Como diria o cancioneiro, se fosse largo todo mundo cabia. Se fosse raso, ninguém se afogava. O morubixaba petista, em nome de uma temerária governabilidade, precisou entrar num arranjo nebuloso com essas forças do centro-direita do espectro político. Agora, diante do fortalecimento dessas forças nessas eleições municipais, qual seria a sua margem de manobra? Possivelmente ainda mais reduzidas.
Lula investiu todo o seu capital político nas eleições em São Paulo. O PT investiu o capital financeiro que foi possível para eleger Guilherme Boulos prefeito de São Paulo. Se há alguma coisa sobre a qual o psolista não pode se queixar é da falta de apoio financeiro. Pela última pesquisa do Instituto Datafolha, ainda há 14 pontos de diferença entre ele e o prefeito Ricardo Nunes, que concorre à reeleição. Conforme observa o jornalista Josias de Souza, Boulos teria que escalar um Everest até o próximo domingo. Lula tem evitado as aparições em público junto ao candidato nesta reta final de campanha. E o motivo não seria o recente acidente doméstico de que foi vítima, conforme especulam órgãos da grande imprensa.
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